Alterações nas ordens? Ventura propõe remeter para próxima legislatura

O presidente do CHEGA, André Ventura, defendeu hoje que a maioria socialista não deve confirmar as alterações aos estatutos das ordens profissionais vetadas pelo Presidente da República, devendo deixar essa análise para a próxima legislatura.

© Folha Nacional

“Sublinhamos a ação do Presidente da República que saudamos e que esperamos que seja atendida pelo parlamento e pelo Partido Socialista e que não haja nenhuma tentação de agora, com o pequeno calendário que ainda temos pela frente, até ao dia 15 [de janeiro], de se ultrapassarem novas fases para serem reconfirmados estes diplomas”, afirmou.

Em declarações aos jornalistas na Assembleia da República, André Ventura disse que abordou o tema das ordens profissionais com o Presidente da República e que Marcelo Rebelo de Sousa “tem a perfeita noção de como é que estes diplomas foram aprovados, qual foi o processo legislativo que levou à sua aprovação e a forma como foi contestado, não só pelos pelas ordens profissionais, mas também pela sociedade civil”.

E questionou: “Faz sentido com o enorme grau de contestação a estes diplomas, a começar pelos próprios profissionais, que um Governo em fim de ciclo faça aprovar estas normas para valerem para os próximos anos, sabendo que essa maioria vai mudar daqui a dois meses?”.

O líder do CHEGA considerou que faz mais sentido aguardar “por uma nova maioria, e que essa maioria reflita sobre um tema tão importante como este das ordens profissionais ou o novo aeroporto”.

Ventura apontou que o veto aos estatutos das ordens dos advogados, enfermeiros ou médicos, entre outros, constitui “uma derrota tremenda para o Governo” e adiantou que, “se a nova maioria for de direita, estes diplomas serão revogados”.

“Não faz sentido estar apressar procedimentos, a forçar procedimentos, só para garantir que o PS leva o deles avante”, defendeu, considerando que “faz todo o sentido esperar pelo novo quadro político do parlamento e então tomar uma decisão sobre esta matéria”.

André Ventura apelou também a Marcelo Rebelo de Sousa que “esteja atento” ao dossiê do novo aeroporto e obrigue “o Governo a dar garantias de imparcialidade, de transparência e de fiscalização”, sustentando que “avolumam-se as suspeitas sobre a independência da comissão técnica que propôs as soluções para o aeroporto”, relacionadas com “a preferência por determinadas localizações”.

“Sabendo que foi confirmado por parte do Ministério Público e da Procuradoria-geral da República que há um inquérito em curso relacionado com a própria composição da comissão técnica independente, eu apelaria à senhora procuradora-geral da República para que tornasse público quais são os crimes e o enquadramento legal que estão a ser investigados relativamente à comissão técnica independente”, defendeu.

Na ocasião, o presidente do CHEGA foi questionado sobre a entrevista do primeiro-ministro demissionário na segunda-feira à noite, e acusou António Costa de querer “que a Justiça tivesse um tempo só para ele e que rapidamente pudesse resolver os problemas dele, para se poder apresentar a um novo cargo político”.

Ventura apontou também “vitimização” e “má-fé” porque o “Ministério Público nunca poderia ocultar ao país” a abertura de um inquérito que o envolve.

“António Costa quer insistir na crítica ao Ministério Público e à procuradora-geral da República porque eles não se podem defender, ou não devem publicamente, porque sabe muito bem que o que está a dizer não corresponde à verdade”, acrescentou.

Últimas de Política Nacional

O primeiro-ministro, Luís Montenegro, vai ter em março dois debates quinzenais na Assembleia da Repúblicas, nos dias 06 e 26 desse mês, anunciou hoje o porta-voz da conferência de líderes, o deputado social-democrata Jorge Paulo Oliveira.
Ana Paula Martins é a única ministra do Governo de Luís Montenegro que os portugueses querem ver substituída. A conclusão é retirada dos resultados do barómetro da Pitagórica para o JN, TSF e TVI/CNN, que mostram que há 47% portugueses a quererem a saída da ministra da Saúde, contra 40% a defender a sua manutenção no Governo.
A comissão parlamentar de inquérito ao caso das gémeas luso-brasileiras apresenta as primeiras conclusões de hoje a um mês, após 37 audições e sete depoimentos escritos, nos quais vários responsabilizaram o ex-secretário de Estado da Saúde António Lacerda Sales.
O CHEGA abre hoje o debate quinzenal com o primeiro-ministro no parlamento, que acontece uma semana depois da primeira demissão no Governo e um dia após ser conhecida a acusação do processo ‘Tutti Frutti’.
O presidente do CHEGA, André Ventura, considerou hoje que os autarcas e deputados acusados no âmbito do processo 'Tutti Frutti' devem suspender ou renunciar aos mandatos e defendeu mudanças nas normas para o afastamento de titulares de cargos públicos.
O CHEGA vai propor a constituição de uma comissão de acompanhamento da reforma do Serviço Nacional de Saúde (SNS), defendendo que as medidas do anterior Governo "foram um desastre" e as do atual "não estão a ter resultados".
Durante a audição desta terça-feira ao antigo Secretário de Estado, Hernâni Dias, a deputada do CHEGA salientou que a criação das empresas “não foi lapso, nem coincidência, mas uma ofensa aos portugueses."
O CHEGA vai propor que os imigrantes com cadastro não possam entrar em Portugal e que aqueles que cometam crimes no país sejam repatriados, anunciou hoje o presidente do partido.
O presidente do CHEGA acusou hoje Marques Mendes, seu opositor na corrida a Belém, de representar “tudo o que é mau na política” e de ter feito uma “troca de favores” com o líder do PSD.
O ministro dos Assuntos Parlamentares saudou hoje a "atitude construtiva", moderação e equilíbrio da intervenção de encerramento do presidente da IL, enquanto o CHEGA acusou os liberais de hipocrisia e de estarem "reféns do politicamente correto".