Marcelo espera “mais ou melhor” crescimento, justiça e coesão social em 2024

O Presidente da República afirmou na quarta-feira esperar que em 2024 se tente fazer "mais ou melhor" no crescimento económico, execução de fundos europeus, justiça e coesão social, mantendo o equilíbrio orçamental e baixo desemprego.

© Facebook da Presidência da República

Marcelo Rebelo de Sousa falava no Palácio Nacional da Ajuda, em Lisboa, num encontro seguido de jantar em honra dos chefes de missões diplomáticas portuguesas no estrangeiro, por ocasião do Seminário Diplomático, sem a presença da comunicação social.

Na sua intervenção, que foi divulgada na quarta-feira à noite no canal do Youtube da Presidência da República, o chefe de Estado fez alusão às eleições legislativas antecipadas anunciadas para 10 de março, defendendo que é preciso dar “sequência ao que não deve nem pode ser sacrificado, melhorando o que careça de ser revisto”.

Mais à frente, Marcelo Rebelo de Sousa elencou o que no seu entender “deve continuar” na sequência das eleições legislativas: “Equilíbrio orçamental, baixa taxa de desemprego, diversificação de exportações, investimento externo, transição energética e digital”.

Depois, fez uma lista do que “importa continuar tentando fazer mais ou melhor” na próxima legislatura: “Crescimento económico, aceleração do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR) e atenção ao Portugal 2030, qualificação, ciência, tecnologia, administração pública e justiça. E, de modo particular, coesão social, pessoal, funcional e territorial”.

“Os portugueses partilham todos estes desideratos. Escolherão em 2024 por que caminhos e com que sustentação política os querem percorrer. Ou seja, dirão que arquitetura quererão ir construindo para manter, alicerçar a garantia fundamental de um Orçamento do Estado aprovado, de uma situação económica e social estabilizada”, acrescentou o Presidente da República.

Marcelo Rebelo de Sousa referiu que em 2024 também haverá eleições para o Parlamento Europeu e presidenciais norte-americanas e anteviu que “vai ser um ano, a vários títulos, marcante, até porque no mundo global os desafios de uns são em larga medida os desafios de todos”.

No fim do seu discurso, que teve uma duração total de cerca de 13 minutos, o chefe de Estado exaltou a longevidade de Portugal, com quase 900 anos: “Várias vezes se anteviu o termo do nosso caminho, da nossa identidade, da nossa existência, e resistimos”.

Na primeira parte da sua intervenção, o Presidente da República apontou a continuidade em matéria de política externa como “um dos trunfos” do país e assinalou os portugueses em posições de “protagonismo internacional”, como o secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres.

Na sua opinião, António Guterres tem atuado com “coragem serena” perante as mais variadas crises e situações em diversos pontos do mundo “em tempos de guerra, drama, tragédia e emoção”.

Em relação ao futuro, disse: “É com júbilo que sempre esperamos mais um exemplo de serviço a muitos mais do que nós por parte de quem já longa e proficuamente serviu os portugueses”.

Referindo-se ao período em que conviveu com António Costa como primeiro-ministro e aos desafios que a diplomacia enfrentou nesses oito anos, Marcelo Rebelo de Sousa considerou que “foram uma experiência inovatória e desafiante os anos de coabitação vividos com chefia do Estado e do Governo provenientes de hemisférios diversos”.

O Presidente da República elogiou “o desempenho ativo, criativo e internacionalmente muito reconhecido do chefe do Governo e daqueles que o apoiaram nos desafios externos” e, perante o ministro dos Negócios Estrangeiros, João Gomes Cravinho, agradeceu-lhe “a determinação, a capacidade analítica e energia inesgotável”.

Antes de elencar os objetivos para 2024 no plano interno, o chefe de Estado falou dos “desafios essenciais no plano estritamente externo”, entre os quais incluiu “quer na NATO quer na União Europeia manter total coerência nos princípios e clareza na gestão dos obstáculos suscitados a alargamentos”.

Últimas de Política Nacional

O presidente do CHEGA, André Ventura, considerou hoje que operações policiais como a que decorreu na quinta-feira no Martim Moniz, em Lisboa, deveriam "realizar-se mais vezes" e defendeu que a polícia tem de "mostrar autoridade".
O Parlamento da Madeira aprovou a moção de censura que fez cair o Governo Regional, pela primeira vez. "A luta pela transparência numa região autónoma que tem feito tudo menos transparência é um momento marcante na nossa história política dos últimos anos.
O CHEGA recebeu vários emails, na última semana, a relatar “agendamentos fictícios” de consultas nos hospitais portugueses. Entre eles, dois se destacam. Um com o assunto “doentes agendados externamente”, relata que a unidade de saúde não tinha conhecimento da marcação da consulta, não sabia o motivo do agendamento, bem como não tinha espaço e, por isso, foi obrigada a cancelar a marcação.
Os projetos de Lei do CHEGA e do PSD e CDS-PP sobre as condições de acesso de cidadãos estrangeiros não residentes ao Serviço Nacional de Saúde (SNS) foram aprovados hoje com os votos a favor dos partidos proponentes.
O representante da República para a Madeira, Ireneu Barreto, disse hoje que não foi possível encontrar uma solução governativa para substituir o executivo de Miguel Albuquerque e que irá agora transmitir a situação ao chefe de Estado.
"Portugal tem o serviço de saúde que mais esgota recursos, que não tem, para quem vem de fora", começa por discursar André Ventura, apontando o dedo ao Partido Socialista (PS) de deixar o Serviço Nacional de Saúde (SNS) "numa autêntica bandalheira."
O presidente do CHEGA/Madeira, Miguel Castro, insistiu hoje que, não havendo uma reformulação do Governo Regional liderado por Miguel Albuquerque (PSD), a região deve realizar eleições "o mais rápido possível".
À entrada para o Conselho Europeu, e face à insistência dos jornalistas sobre se as relações com Belém tinham esfriado, Luís Montenegro respondeu: "De maneira nenhuma".
A nomeação de Ricardo Reis para vice-presidente do regulador dos transportes foi chumbada hoje no parlamento, com o PS e o CHEGA a considerarem que não reúne as condições necessárias para as funções.
O antigo secretário do Ambiente e Recursos Naturais da Madeira Manuel António Correia defendeu hoje a “demissão imediata” do líder do PSD regional, Miguel Albuquerque, e a convocação de eleições internas no partido, às quais pretende candidatar-se.