Antony Blinken afirmou que “100% da população de Gaza sofre de insegurança alimentar grave. É a primeira vez que uma população inteira é classificada desta forma”.
O responsável norte-americano disse que proteger os civis e prestar assistência humanitária em Gaza é uma “prioridade absoluta”, descrevendo a situação como horrível.
“Continuamos a enfrentar uma situação humanitária horrível em Gaza”, sublinhou, em conferência de imprensa, em Manila, onde Blinken se encontra após uma passagem pela Coreia do Sul.
“Proteger os civis e prestar assistência humanitária aos que dela necessitam desesperadamente é uma prioridade absoluta”, acrescentou.
Na segunda-feira, as agências especializadas da ONU alertaram que mais de 1,1 milhões de habitantes de Gaza, ou seja, metade da população, já enfrentam “uma situação de fome catastrófica”, próxima da fome, “o número mais elevado alguma vez registado” pela organização.
Antony Blinken vai estar esta semana na Arábia Saudita e no Egito para discutir um cessar-fogo e o aumento do fluxo de ajuda humanitária na Faixa de Gaza, disse na segunda-feira o porta-voz do Departamento de Estado norte-americano.
O secretário de Estado disse já que na Arábia Saudita e no Egito vai retomar “as conversações que começaram em janeiro sobre o pós-conflito em Gaza e os passos que têm de ser dados para a reconstrução, a assistência humanitária”.
“É imperativo que exista um plano para Gaza e temos vindo a repetir isto a Israel”, sublinhou.
As declarações de Blinken surgiram depois de o Presidente dos EUA, Joe Biden, ter falado pela primeira vez em semanas, na segunda-feira, com o primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, manifestando “profunda preocupação” com uma possível operação israelita na cidade de Rafah, o ponto mais a sul do enclave palestiniano.
Biden falou Netanyahu “para discutir os últimos desenvolvimentos em Israel e Gaza, incluindo a situação em Rafah e os esforços para aumentar a assistência humanitária a Gaza”, de acordo com um comunicado da Casa Branca.
A guerra na Faixa de Gaza foi desencadeada em 07 de outubro com um ataque em solo israelita do movimento islamita palestiniano Hamas, que deixou 1.163 mortos, na maioria civis.
Em resposta, Israel declarou uma guerra total para erradicar o Hamas, tendo sido mortas nas operações militares em grande escala mais de 30 mil pessoas, de acordo com as autoridades locais, controladas pelo grupo palestiniano, no poder no enclave desde 2007.