Justiça rejeita adiar julgamento de Trump até decisão do Supremo sobre imunidade

Um juiz rejeitou um pedido de Donald Trump para adiar um julgamento por alegados pagamentos para encobrir más práticas, até que o Supremo Tribunal dos EUA decida se o ex-presidente norte-americano tem imunidade.

©Facebook.com/DonaldTrump

 

O juiz Juan M. Merchan, do tribunal de Manhattan, em Nova Iorque, sublinhou na quarta-feira que a defesa de Trump teve “várias oportunidades” para levantar a questão da imunidade, mas só o fez a 07 de março, muito depois do prazo para a apresentação de moções.

Algo que “levanta questões reais sobre a sinceridade e o verdadeiro propósito da moção”, escreveu Merchan numa decisão de seis páginas, que mantém o início da seleção do júri para 15 de abril.

Os advogados de Trump tinham pedido ao juiz que adiasse o julgamento do processo-crime indefinidamente até que a pretensão de imunidade apresentada no processo sobre a interferência nas eleições, a decorrer em Washington, seja decidida.

O Supremo Tribunal deve ouvir os argumentos em 25 de abril, um mês depois do início previsto da seleção de jurados neste caso.

Trump afirmou que está imune a acusações, alegando que estas referem-se a atos oficiais ocorridos quando era Presidente dos EUA.

A primeira vez que Trump levantou a questão da imunidade foi relativa ao processo-crime que decorre em Washington, no qual se alega que procurou alterar os resultados da eleição presidencial de 2020, no seguimento dos motins violentos desencadeados por apoiantes no Capitólio, em 06 de janeiro de 2021.

O segundo caso, agora em apreço, respeita a alegações de que Trump teria falsificado documentos internos da sua empresa para esconder a verdadeira natureza dos pagamentos feitos pelo antigo advogado Michael Cohen, que ajudou Trump a esconder histórias negativas durante a campanha eleitoral de 2016.

Entre outros, Cohen pagou à atriz pornográfica Stormy Daniels 130 mil dólares (120 mil euros) para silenciar as alegações de que teria tido uma relação sexual com Trump.

Os advogados do ex-presidente argumentaram que algumas das provas e alegados atos relacionados com o processo, envolvendo a atriz porno, coincidem com a presença na Casa Branca e constituem atos oficiais.

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