Polónia denuncia que Rússia tenta fazer entrar milhares de migrantes

O primeiro-ministro polaco, Donald Tusk, disse hoje que foram localizados na Bielorrússia "vários grupos organizados de imigrantes, milhares de pessoas" que podem ter sido "recrutados e transportados" pela Rússia para tentar desestabilizar a fronteira polaca.

© Facebook de Donald Tusk

 

Durante uma conferência de imprensa em Varsóvia, Tusk afirmou que esta informação foi obtida nos últimos dias “graças à cooperação dos aliados” e baseia-se em dados obtidos apenas na segunda-feira.

Tusk adiantou que existem atualmente na Rússia “vários locais onde se concentram milhares de migrantes”.

“E estamos a falar de milhares de pessoas (…) que foram recrutadas, transportadas e organizadas por Moscovo. Não temos dúvidas, temos provas recolhidas pelas nossas agências de aplicação da lei”, acrescentou.

Segundo o primeiro-ministro polaco, “trata-se principalmente de pessoas da Somália, da Eritreia, do Iémen e da Etiópia, que chegam por via aérea a Moscovo através de um país árabe, de onde seguem para a Bielorrússia” e tentam depois passar ilegalmente para a Polónia.

Tusk advertiu que isto representaria uma mudança na situação de “guerra híbrida” denunciada por Varsóvia, uma vez que “antes, os grupos de migrantes ilegais que chegavam da Bielorrússia eram organizados por Minsk”, mas, “agora é Moscovo que o faz diretamente”.

Além disso, Tusk afirmou que “mais de 90% das pessoas que atravessam a fronteira ilegalmente [para entrar na Polónia] têm um visto russo”, o que, indicou, confirma que “a pressão migratória na fronteira oriental da Polónia não é espontânea”, mas sim planeada.

O Governo polaco decidiu recentemente gastar mais de 400 milhões de euros para reforçar a vedação fronteiriça que se estende por quase 200 quilómetros ao longo da sua fronteira com a Bielorrússia e para construir uma rede de ‘bunkers’ e postos de vigilância avançados numa área onde estão estacionados cerca de 10.000 militares, incluindo soldados e membros do Corpo de Defesa Territorial.

De acordo com a Guarda de Fronteiras polaca, os casos de migração ilegal a partir da Bielorrússia multiplicaram-se nas últimas semanas e, por exemplo, entre 17 e 19 de maio, 729 pessoas foram impedidas de atravessar a fronteira e 11 outras foram detidas sob a acusação de tráfico ilegal de seres humanos.

A Finlândia denuncia casos semelhantes: o Governo conservador apresentou hoje um projeto de lei que autoriza a guarda fronteiriça a repelir imigrantes, em resposta ao afluxo de requerentes de asilo orquestrado, segundo Helsínquia, pela Rússia.

O primeiro-ministro, Petteri Orpo, defendeu que são necessários novos instrumentos jurídicos, na sequência da chegada, no outono passado, de cerca de mil imigrantes sem visto provenientes do território russo.

Últimas do Mundo

O estilista Giorgio Armani morreu aos 91 anos, anunciou hoje o Grupo Armani, em comunicado.
A defesa de Jair Bolsonaro afirmou hoje que não há "uma única prova" que ligue o ex-Presidente brasileiro a qualquer tentativa de golpe de Estado e afirmou que o arguido delator "mentiu".
O GPS do avião utilizado pela presidente da Comissão Europeia numa visita à Bulgária foi alvo de interferência e as autoridades búlgaras suspeitam que foi uma ação deliberada da Rússia.
Mais de 800 pessoas morreram e cerca de 2.700 ficaram feridas na sequência de um sismo de magnitude 6 e várias réplicas no leste do Afeganistão na noite de domingo, anunciou hoje o Governo.
Pelo menos três civis morreram e seis ficaram feridos em ataques russos na região ucraniana de Donetsk nas últimas 24 horas, declarou hoje o chefe da administração militar regional, Vadim Filashkin, na rede social Telegram.
Um navio de guerra norte-americano entrou no canal do Panamá em direção às Caraíbas, testemunhou a agência France-Presse, numa altura em que os planos de destacamento militar de Washington naquela região está a provocar a reação venezuelana.
O número de fogos preocupantes em Espanha desceu de 12 para nove nas últimas 24 horas, mas "o final" da onda de incêndios deste verão no país "está já muito próximo", disse hoje a Proteção Civil.
O presidente do Conselho Europeu, António Costa, denunciou que mísseis russos atingiram hoje a delegação da União Europeia (UE) em Kyiv, na Ucrânia.
O Governo de Espanha declarou hoje zonas de catástrofe as áreas afetadas por 113 grandes incêndios no país nos últimos dois meses, 15 dos quais continuam ativos, disse o ministro da Administração Interna, Fernando Grande-Marlaska.
Mais de dois mil milhões de pessoas ainda não têm acesso a água potável em condições de segurança, alertou hoje a ONU num relatório que expressa preocupação com o progresso insuficiente na cobertura universal do fornecimento de água.