“É um caminho novo, corajoso e sem precedentes, mas que reflete perfeitamente o espírito europeu e deve ser empreendido também por outros países fora da União Europeia (UE)”, disse em declarações no Senado.
Uma reunião informal, por iniciativa de Itália, terá lugar em Bruxelas à margem da cimeira sobre migrações, marcada para quinta e sexta-feira, reunindo os países mais interessados na questão migratória, acrescentou Meloni.
“A Itália deu um bom exemplo ao assinar o protocolo Itália-Albânia (…) Dedicamos mais tempo para garantir que tudo é feito da melhor forma possível e estamos satisfeitos com os resultados deste trabalho”, sublinhou.
“Estou orgulhosa por a Itália se ter tornado um exemplo a seguir deste ponto de vista”, adiantou Meloni, referindo-se ao interesse dos governos francês, alemão, sueco e britânico na política italiana de gestão dos fluxos migratórios.
O governo de Giorgia Meloni, líder do partido de direita radical Fratelli d’Italia, assinou um acordo com Tirana no final de 2023 que prevê a criação de dois centros na Albânia, a partir dos quais os migrantes podem pedir asilo.
Este acordo tem a duração de cinco anos e custa à Itália cerca de 160 milhões de euros por ano, além de fortalecer o seu apoio à adesão, já pedida, da Albânia à União Europeia.
O acordo visa homens adultos intercetados pela Marinha ou guarda costeira italiana na sua zona de busca e salvamento em águas internacionais e prevê uma primeira verificação num navio militar, antes de uma transferência para um centro no norte da Albânia, no porto de Shengjin, para identificação, e depois para um segundo centro, numa antiga base militar em Gjader.
A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, considera que a União Europeia deve “explorar caminhos possíveis” para a criação de centros de deportação de migrantes irregulares fora do território comunitário, proposta que levará à cimeira de líderes da EU, como anunciou numa carta enviada na segunda-feira a 14 países do bloco.
Na carta, a presidente da Comissão Europeia pede aos chefes de Estado e de Governo europeus que “continuem a explorar possíveis caminhos a seguir” rumo à “ideia de criar centros de deportação fora da União Europeia”.
A chefe do executivo comunitário, que iniciará o seu segundo mandato em dezembro, lembrou aos 27 que terá um comissário específico para o Mediterrâneo no seu novo colégio de comissários europeus, a quem pretende confiar uma proposta de reforma da diretiva sobre regressos.