As sanções visam altos funcionários venezuelanos, incluindo 14 chefes de serviços de segurança próximos do Presidente, como o diretor do Serviço de Inteligência (SEBIN), Alexis Rodriguez Cabelo, e dez oficiais superiores da Guarda Nacional Bolivariana (GNB), força militar responsável pela ordem pública e que participou na repressão de manifestações, afirmou o Tesouro dos EUA em comunicado.
Na lista de sancionados estão ainda incluídos o diretor da agência correcional do país e o ministro do Gabinete da Presidência.
Estes juntam-se a uma lista de dezenas de venezuelanos sancionados, incluindo a presidente do Tribunal Supremo do país, ministros e procuradores.
Nicolás Maduro teve uma contestada vitória nas eleições presidenciais de 28 de julho, atribuída pelo Conselho Nacional Eleitoral (CNE) com pouco mais de 51% dos votos, ao passo que a oposição afirma que o opositor Edmundo González Urrutia obteve quase 70% dos votos.
Os resultados eleitorais foram contestados nas ruas, com manifestações reprimidas pelas forças de segurança, mais de 2.400 detenções, 27 mortos e 192 feridos.
A administração do atual Presidente norte-americano, Joe Biden, reconheceu na semana passada o candidato da oposição venezuelana como o “Presidente eleito” da nação.
Os EUA impuseram ainda restrições de visto a outros indivíduos acusados ??de reprimir os venezuelanos após as eleições.
Embora Maduro tenha declarado a vitória, o Presidente e o seu Governo recusaram-se a revelar os resultados da contagem dos votos que suportam a sua afirmação.
González deixou a Venezuela em setembro para se exilar em Espanha, após a emissão do seu mandado de detenção, no âmbito de uma investigação sobre a publicação de contagens de votos.
Em setembro, o Governo norte-americano impôs sanções contra 16 aliados de Maduro, acusando-os de obstruírem a votação e de cometerem abusos dos direitos humanos.
Os legisladores venezuelanos continuaram na terça-feira o debate sobre um projeto de lei que catalogaria as sanções económicas norte-americanas como um crime contra a humanidade, o que permitiria a acusação de qualquer pessoa que manifestasse apoio às medidas.