Polónia admite início de negociação de paz na Ucrânia até final do ano

O primeiro-ministro polaco, Donald Tusk, admitiu hoje que as negociações de paz na Ucrânia poderão começar até ao final do ano.

© Facebook de Donald Tusk

A Polónia vai assumir a presidência rotativa do Conselho da União Europeia em 1 de janeiro.

“A nossa presidência será corresponsável, entre outras coisas, pelo que será o cenário político, pela situação durante as negociações [de paz], que, ainda com alguns pontos de interrogação, poderão começar no inverno deste ano”, disse Tusk à imprensa.

Tusk, um forte aliado da vizinha Ucrânia, disse que vai falar hoje com o Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, e que vai receber o Presidente francês, Emmanuel Macron, na quinta-feira.

“Hoje, terei a oportunidade de discutir este assunto com o Presidente Volodymyr Zelensky”, disse Tusk, citado pela agência francesa AFP.

Além de Macron, o primeiro-ministro polaco anunciou a visita a Varsóvia do líder dos conservadores alemães (CDU) Friedrich Merz, candidato a primeiro-ministro e favorito nas eleições legislativas alemãs.

“Friedrich Merz manter-me-á informado sobre as suas discussões em Kyiv”, disse Tusk, aludindo à recente visita do líder da CDU à Ucrânia.

“O Presidente Macron estará connosco depois de amanhã para partilhar connosco os resultados das discussões” que teve em Paris com Zelensky e com o próximo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, referiu.

O primeiro-ministro polaco descreveu o encontro tripartido em Paris como ‘breve, mas importante’.

Tusk afirmou ainda que estava em “contacto estreito” com os aliados escandinavos e bálticos, “que veem a Polónia e a presidência polaca [do Conselho] como líderes” de um esforço futuro, cujo resultado final disse esperar “que seja a paz”.

“Falei com o primeiro-ministro sueco [Ulf Kristersson] e, dentro de 12 horas, o primeiro-ministro estónio [Kristen Michal] estará aqui em Varsóvia”, acrescentou.

Macron, Zelensky e Trump reuniram-se no sábado, antes da cerimónia de reabertura da catedral de Notre-Dame.

“Estamos a viver tempos de loucura. Vamos falar sobre isso”, disse Trump à entrada para a reunião.

A guerra da Rússia contra a Ucrânia, que Moscovo iniciou em fevereiro de 2002, foi o tema dominante do encontro em Paris, segundo anunciou na altura a presidência francesa.

Zelensky descreveu a reunião como “boa a frutífera”.

“Todos queremos que esta guerra termine o mais rapidamente possível e de uma forma justa”, acrescentou.

Trump, que toma posse em 20 de janeiro, disse que “gostaria de chegar a um acordo” para acabar com a guerra entre a Rússia e a Ucrânia.

“Conheço bem [o Presidente da Rússia] Vladimir [Putin]. É altura de agir. A China pode ajudar. O mundo está à espera”, afirmou Trump sobre o encontro com Zelensky e Macron.

Últimas de Política Internacional

As autoridades turcas detiveram hoje 234 pessoas suspeitas de pertencerem a redes de crime organizado, numa grande operação policial de âmbito internacional, foi hoje anunciado.
A União Europeia (UE) quer reforçar o controlo e a responsabilização do comércio internacional de armas, após os 27 terem aprovado hoje uma revisão do quadro sobre esta matéria, motivada pela entrega de armas à Ucrânia.
A Alta-Representante da União Europeia (UE) para os Negócios Estrangeiro defendeu hoje que é preciso a Rússia seja pressionada para aceitar as condições do cessar-fogo, recordando que a Ucrânia está a aguardar há um mês pela decisão de Moscovo.
O presidente em exercício do Equador, o milionário Daniel Noboa, foi declarado vencedor da segunda volta das eleições de domingo pela autoridade eleitoral do país, derrotando a rival de esquerda, Luisa González.
O Governo moçambicano admitiu hoje pagar três milhões de dólares (2,6 milhões de euros) à euroAtlantic, pela rescisão do contrato com a estatal Linhas Aéreas de Moçambique (LAM), mas abaixo da indemnização exigida pela companhia portuguesa.
O presidente da Ucrânia pediu uma "resposta forte do mundo" ao ataque com mísseis balísticos na manhã de hoje contra a cidade de Soumy, no nordeste da Ucrânia, que terá causado mais de 20 mortos.
O líder venezuelano Nicolas Maduro vai visitar Moscovo no próximo mês para participar nas comemorações do Dia da Vitória sobre a Alemanha nazi, que se celebra tradicionalmente a 9 de maio, confirmou hoje o ministro dos Negócios Estrangeiros russo.
Os países que apoiam a Ucrânia na defesa do território ocupado por tropas russas comprometeram-se hoje com mais 21.000 milhões de euros para apoiar o país, durante uma reunião do Grupo de Contacto.
As autoridades italianas transferiram hoje o primeiro grupo de imigrantes em situação irregular para os polémicos centros de deportação na Albânia, transformados em estruturas de repatriamento de requerentes de asilo já com ordem de expulsão de Itália.
A inflação na Venezuela fixou-se em 136% em março, em termos anuais, anunciou o Observatório Venezuelano de Finanças (OVF).