Primeiro-ministro dos Países Baixos demite-se

O primeiro-ministro dos Países Baixos, Dick Schoof, anunciou esta terça-feira a queda de todo o Governo, após a demissão dos cinco ministros ligados ao partido PVV, de Geert Wilders.

© LUSA/LAURENS VAN PUTTEN

Em conferência de imprensa após uma reunião ministerial de quase duas horas, Schoof revelou que apresentará as demissões dos cinco ministros ao Rei Willem-Alexander e que, a partir de então, o Governo ficará remetido à gestão de assuntos em curso.

“No Conselho de Ministros, discutimos a situação atual e concluímos que, com a saída do PVV, já não há apoio suficiente no parlamento para este executivo”, afirmou Schoof, acrescentando que transmitiu aos líderes das quatro fações da coligação que a queda do Governo é “desnecessária e irresponsável”.

Este quadro impede a continuidade de um governo minoritário e levará os Países Baixos a novas eleições gerais, um ano e meio depois das anteriores, que foram vencidas pelo PVV.

Schoof, um funcionário público de carreira sem filiação partidária, comentou que, quando foi convidado para primeiro-ministro há um ano, aceitou o cargo “com a convicção de que poderia contribuir de alguma forma para a solução dos problemas que o país enfrenta”.

Afirmou ainda que “mantém essa convicção” e, por isso, continuará a trabalhar a título interino até que seja formado um novo governo.

“Estamos a enfrentar grandes desafios a nível nacional e internacional e, mais do que nunca, precisamos de determinação para garantir a segurança, a resiliência e a economia”, justificou.

Schoof ficará acompanhado por ministros do partido liberal VVD, dos Democratas Cristãos (NSC) e do Partido dos Agricultores (BBB), mas desconhece-se quem ocupará temporariamente os cinco ministérios deixados pelos políticos ligados ao PVV.

“Num mundo em rápida mudança, para todas as pessoas nos Países Baixos que estão preocupadas em encontrar um lar, com o seu rendimento, para os agricultores e horticultores que desejam um futuro, e também para retomar o controlo da migração. Tudo isto requer ação, não atrasos”, prosseguiu Schoof.

O Governo cessante tomou posse em 02 de julho do ano passado, após meses de negociações entre os quatro partidos da coligação que se formou no seguimento das eleições de novembro de 2023.

Após acaloradas negociações de última hora com o objetivo de salvar a coligação de quatro partidos, Wilders declarou que não tinha outra alternativa a não ser retirar os seus ministros.

“Integrei-me para uma política de asilo mais rigorosa, não para o colapso do país”, argumentou Wilders, de 61 anos, cujo partido emergiu como o surpreendente vencedor das eleições de novembro de 2023.

A retirada dos ministros do PVV abre um período de incerteza política no país, a quinta maior economia da União Europeia (UE), à medida que partidos de direita ganham terreno em todo o continente.

Os Países Baixos também acolhem a próxima cimeira da NATO dentro de apenas algumas semanas.

As sondagens indicam que o PVV permanece em primeiro lugar, mas a diferença para os seus rivais mais próximos está a diminuir, seguido de perto pela aliança dos Verdes e dos Sociais-Democratas, liderada pelo antigo vice-presidente da Comissão Europeia Frans Timmermans.

O partido liberal VVD, tradicionalmente um ator importante na política neerlandesa, também está perto do topo das sondagens e a próxima eleição será provavelmente bastante disputada.

[Notícia atualizada às 16h54]

Últimas de Política Internacional

O Parlamento Europeu (PE) adotou hoje legislação que facilita a retirada do direito de viajar sem visto para a União Europeia (UE) a partir de países que apresentem riscos de segurança ou violem os direitos humanos.
A Comissão Europeia disse hoje apoiar o plano do Presidente norte-americano, Donald Trump, para acabar com o conflito em Gaza, quando se assinalam dois anos da guerra e negociações indiretas estão previstas no Egito entre Israel e o Hamas.
O primeiro-ministro francês, Sébastien Lecornu, apresentou hoje a sua demissão ao Presidente, Emmanuel Macron, que a aceitou, anunciou o Palácio do Eliseu num comunicado, mergulhando a França num novo impasse político.
O primeiro-ministro, Luís Montenegro, vai encontrar-se com o Presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, ao início da tarde, em Copenhaga, na Dinamarca, para uma reunião bilateral.
A presidente da Comissão Europeia saudou hoje o plano do Presidente norte-americano, Donald Trump, para terminar com a guerra em Gaza e que já tem aval israelita, indicando que a União Europeia (UE) “está pronta para contribuir”.
O partido pró-europeu PAS, da Presidente Maia Sandu, venceu as eleições legislativas na Moldova com mais de 50% dos votos, e deverá manter a maioria absoluta no Parlamento, segundo resultados oficiais após a contagem de 99,52% dos votos.
O Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, questionou hoje a utilidade das Nações Unidas, acusando a organização de não o ter ajudado nos esforços para resolver os conflitos no mundo, e criticou o reconhecimento da Palestina.
Os Estados Unidos impuseram hoje a Lei Magnitsky à mulher do juiz brasileiro Alexandre de Moraes e ainda à empresa da qual Viviane Barci e os filhos são sócios.
A NATO vai reforçar a vigilância e segurança no flanco leste da Aliança Atlântica, depois do incidente em que drones russos entraram no espaço aéreo da Polónia, anunciou hoje a organização.
O Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, homenageou hoje, numa cerimónia solene no Pentágono, as vítimas dos atentados de 11 de Setembro de 2001 em Nova Iorque e Washington, que causaram cerca de 3.000 mortos.