O Presidente do CHEGA, André Ventura, foi alvo de uma queixa-crime apresentada por Clóvis Abreu, cidadão anteriormente acusado da morte do agente da PSP Fábio Guerra. Em causa estão declarações públicas feitas pelo líder partidário nas redes sociais, nas quais comentou o desfecho do processo e questionou a atuação da justiça portuguesa.
Num vídeo publicado em abril de 2025, André Ventura manifestou indignação com a decisão judicial, recordando que Clóvis Abreu, inicialmente condenado, acabou por ser absolvido pelo Tribunal da Relação de Lisboa e pelo Supremo Tribunal de Justiça. O Presidente do segundo maior partido criticou o que classificou como uma “falta de proporcionalidade na resposta judicial face à gravidade dos acontecimentos”, sublinhando a necessidade de “garantir justiça para os agentes de autoridade e assegurar maior proteção às forças de segurança”.
Clóvis Abreu, por seu lado, contesta as declarações, alegando que são falsas e discriminatórias, segundo o Jornal de Notícias. Na queixa apresentada, acusa André Ventura de difamação agravada e incitamento ao ódio, recordando que os tribunais o absolveram do crime de homicídio qualificado, ainda que tenha sido condenado por outros ilícitos no mesmo processo.
Recorde-se que os factos remontam a março de 2022, à porta de uma discoteca em Lisboa, onde o agente Fábio Guerra foi violentamente agredido durante uma altercação. Dois fuzileiros foram condenados a longas penas de prisão. Clóvis Abreu chegou a ser condenado em primeira instância, mas a sua absolvição do crime de homicídio foi posteriormente confirmada em última instância.