O novo retrato da diáspora portuguesa nos Estados Unidos, realizado pela Fundação Luso-Americana para o Desenvolvimento (FLAD), indica que os luso-americanos que falam português neste país têm um salário médio anual 20% mais alto.
“O salário médio de um luso-americano que fala português é de 58.923 dólares (cerca de 50.976 euros), um valor muito superior aos 46.762 dólares (cerca de 40.456 euros) da média dos outros residentes nos Estados Unidos”, refere o estudo ‘Um sonho americano em português’.
Esta investigação mostrou que falar a língua portuguesa está associado a um prémio salarial de 20% e desconstrói a imagem tradicional do emigrante português, apresentando uma comunidade mais qualificada e com crescente mobilidade geográfica.
Coordenado pelas investigadoras Alda Botelho Azevedo e Lara Patrício Tavares, este retrato concluiu que a comunidade luso-americana atingiu a média de qualificações dos Estados Unidos, com cerca de um terço dos adultos a possuir pelo menos uma licenciatura.
E aponta que os falantes de língua portuguesa, em particular, apresentam uma taxa de licenciados (36%) superior à média nacional norte-americana (33%).
“A aposta na educação traduz-se num retorno claro: um diploma universitário representa um acréscimo salarial de 54%”, lê-se nas conclusões divulgadas pela FLAD.
Alda Botelho Azevedo, coordenadora e coautora do estudo, refere que “a integração não significa a anulação da cultura de origem”.
“Pelo contrário, para estas gerações, a identidade portuguesa é um fator de diferenciação positiva”, explica, identificando “um renovado interesse pela língua e pelas origens, impulsionado também pela imagem moderna e atrativa que Portugal projeta hoje no mundo”.
De acordo com a investigação, registou-se “uma significativa transformação geográfica: Enquanto a população decresce nos polos históricos como Massachusetts e Rhode Island, cresce em novos centros económicos”, com destaque para a Florida, com um crescimento de 23%, e a região de Nova Iorque e Nova Jérsia, onde o número de falantes de português cresceu 32% entre 2013 e 2022.
O presidente da instituição, Nuno Morais Sarmento, considera que “os dados mostram uma comunidade dinâmica, qualificada e próspera, que contribui ativamente para a sociedade norte-americana sem nunca perder a ligação a Portugal”.
“É um motivo de enorme orgulho e um ativo estratégico para o nosso país”, adiantou.