Por que imigrantes apoiam um controlo migratório mais rigoroso?

Ao longo dos últimos anos, tem-se observado em Portugal um fenómeno paradoxal: partidos como o CHEGA, com retórica firme contra a imigração descontrolada, conseguem chegar a grupos que a comunicação social rotula como “os principais prejudicados” – os próprios imigrantes. Muitos, especialmente brasileiros integrados e contribuintes, identificam-se com o partido e defendem políticas de maior controlo migratório, desejando limitar a imigração massiva. Estas vozes desafiam a narrativa dominante que rotula o partido como xenófobo, mostrando que imigrantes de bem reconhecem e sofrem consequências das políticas migratórias irresponsáveis, promovidas em grande parte pelo PS.

Comecemos pelos imigrantes brasileiros. Para além de partilhar a língua e uma matriz cultural comum, muitos veem Portugal como regresso simbólico às origens. Estima-se que mais de 25 milhões de brasileiros tenham ascendência portuguesa, cerca de 12% da população, segundo o IBGE. Em 2024, o número de brasileiros com cidadania portuguesa ultrapassou 400 mil, com mais de 11 mil novas concessões nesse ano (INE). Este grupo vê o CHEGA como defesa dos valores que moldaram a civilização lusitana.

Nas eleições legislativas de 2024, o CHEGA foi o partido mais votado no círculo “Fora da Europa”, sobretudo no Brasil: 8.512 votos (18,93%), superando a AD e elegendo um deputado. Em 2025, o resultado aumentou para 12.930 votos (21,1%), garantindo novamente representação.

Outro grupo é o dos “bolsonaristas de malas aviadas”, geralmente da geração boomer (45-65 anos), de classe média-alta, que migraram após 2022. Muitos buscam estabilidade política ou qualidade de vida e encontram no CHEGA continuidade do discurso patriótico e conservador do bolsonarismo. Sondagens como a Aximage (setembro de 2025) colocam o CHEGA na liderança das intenções de voto com 26,8%, à frente da AD (25,9%) e do PS (23,6%), com apoio crescente entre eleitores estrangeiros conservadores.

O aumento do apoio ao CHEGA não se explica apenas por afinidades culturais, mas também por fatores concretos do quotidiano. Imigrantes que trabalham e contribuem sentem os impactos da imigração massiva. Em 2024, o número de residentes estrangeiros atingiu 1,543 milhões. A criminalidade violenta subiu mais de 14 mil ocorrências, segundo o RASI de 2024, coincidindo com o pico de entradas sem controlo. O Barómetro da Imigração da FFMS (2024) mostra que 67,4% dos portugueses associam imigração a aumento da criminalidade, e 68% consideram as políticas demasiado permissivas.

Outro impacto é a bolha imobiliária: preços das casas subiram mais de 200% desde 2014, enquanto rendimentos cresceram 36% (BIS). Em Lisboa, rendas médias para um T1 ultrapassam 1.200€, impulsionadas pela pressão da imigração não qualificada e pelo arrendamento turístico. Resultado: favelização, exclusão habitacional e perda de qualidade de vida.

O aumento da xenofobia está ligado à imigração sem controlo. Não se trata de justificar crimes de ódio, mas de mostrar que políticas de controlo são essenciais para prevenir tensões sociais. Muitos imigrantes enfrentam dificuldades emocionais e económicas: solidão, burocracia e precariedade laboral, como no caso dos entregadores de comida pagos a 1€. Estes problemas explicam porque imigrantes qualificados se aproximam do CHEGA. A Aximage (julho de 2025) revelou que 18% dos brasileiros com residência legal em Portugal pretendiam votar no partido.

Em resumo, o CHEGA não é contra imigrantes, mas contra a desordem que prejudica todos, especialmente quem trabalha e contribui. É o partido que ouve cidadãos de bem e defende um Portugal soberano, seguro e próspero.

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