Gouveia e Melo abordou temas como a habitação e a imigração ilegal, mas sem apresentar soluções concretas. Admitiu alterações à Constituição, garantindo que o Artigo 288.º não seria tocado algo que, em democracia, ninguém coloca em causa. O seu discurso é o do centrão, marcado por apelos vagos à “unificação dos portugueses” e por uma admiração assumida por Mário Soares. Na prática, trata-se de um candidato de matriz socialista, tal como António José Seguro, com Jorge Pinto disponível para abdicar em seu favor. Não são uma alternativa ao sistema; fazem parte dele.
Para nós, a posição é clara: democracia com regras. Quem entra em Portugal deve respeitar as leis, a cultura e os direitos, contribuir para a sociedade e perder a nacionalidade caso cometa crimes graves. Não há inclusão sem critérios, controlo e capacidade de resposta. O Sistema de Segurança Interna admite, inclusive, a possibilidade de desativar pontualmente o sistema de controlo nos aeroportos em períodos críticos, como o Natal, devido à sobrecarga causada pelo aumento do fluxo de passageiros não pertencentes à UE.
Quando um Estado pondera desligar sistemas de controlo por falta de capacidade, o problema não é técnico; é político e estrutural. A segurança não é opcional.
Num contexto em que se verificam atentados terroristas na Europa e em que mercados de Natal europeus necessitam de estar barricados por razões de segurança, certamente a solução não passa por permitir a entrada de quem chega sem critérios. O momento exige seriedade e zelo por parte da Segurança Nacional.
Com o SNS em rutura, uma crise grave na habitação, imigração descontrolada, aumento do tráfico humano (150%) e falhas no sistema educativo, que já existiam e foram agravadas pela incapacidade do Estado em dar resposta a alunos que não falam nem compreendem português — é irresponsável fingir que está tudo bem.
Não precisamos de utopias nem de romantismos políticos, mas de planeamento, estratégia e ações capazes de potenciar o nosso país e de romper com o comodismo em que o sistema se encontra instalado. Precisamos de novas estratégias, critérios sérios e eficazes, planeamento e, acima de tudo, de uma liderança responsável e com verdadeiro sentido de Estado.