Tribunal europeu condena Rússia pelo ataque à Geórgia em 2008

O Tribunal Europeu dos Direitos do Homem (TEDH) condenou hoje a Rússia a indemnizar a Geórgia no valor de 130 milhões de euros pelas ações cometidas durante o conflito na região da Ossétia do Sul em 2008.
O Tribunal de Estrasburgo declarou-se competente neste caso, apesar de a Rússia ter sido expulsa do Conselho da Europa em março de 2022 após a invasão da Ucrânia, e pediu ao Comité de Ministros da organização que continuasse a vigiar o cumprimento das sentenças proferidas contra Moscovo.

Os juízes europeus consideraram provado que a Rússia tolerou atos contrários à Convenção Europeia dos Direitos Humanos, como assassínio de civis, incêndios, saques de cidades, tratamentos desumanos e degradantes, detenções arbitrárias e tortura durante o conflito.

A maior parte da indemnização, 115 milhões de euros, deve ir para os 23.000 georgianos que foram impedidos de voltar para as suas casas na Ossétia do Sul e na Abkházia.

Além disso, Moscovo deve pagar 8,2 milhões pelos obstáculos impostos para que os familiares das 412 vítimas pudessem investigar adequadamente as suas mortes, ocorridas durante o conflito.

Não é a primeira vez que Estrasburgo condena a Rússia por crimes cometidos no conflito de 2008 na Ossétia do Sul, mas Moscovo não está a cumprir estas sentenças.

Em dezembro, o Comité de Ministros instou os russos a acatar as determinações e lembrou-os que os tratados obrigam o país a cumpri-las, apesar de a Rússia ter sido excluída do Conselho de Europa.

O Kremlin reconheceu a independência de duas regiões separatistas da Geórgia – a Ossétia do Sul e Abkházia – em 26 de agosto de 2008, após a assinatura de um acordo que pôs termo a um breve, mas sangrento, conflito com a Geórgia pelo controlo do território ossétio.

A Geórgia não reconhece a independência das duas regiões e apelou ao Kremlin para revogar o reconhecimento, sendo apoiada nesta pretensão pelos Estados Unidos e União Europeia, e considera as tropas russas uma força de ocupação.

O Presidente russo, Vladimir Putin, recebeu em março, no Kremlin, o líder da Ossétia do Sul, Alan Glagoyev, que continua a manifestar a intenção de se integrar na Federação da Rússia.

Últimas de Política Internacional

A primeira-ministra italiana, Giorgia Meloni, voltou hoje a criticar o sistema judicial italiano, acusando os tribunais de ordenarem o regresso a Itália de imigrantes com registo criminal e manifestamente sem direito a proteção, por razões "claramente ideológicas".
A Comissão Europeia anunciou hoje ter levado Portugal ao Tribunal de Justiça da União Europeia por não aplicar na totalidade a nova Lei dos Serviços Digitais, dado que não conferiu poderes supervisores nem definiu regras sobre sanções.
A segunda volta para a eleição de Friedrich Merz como chanceler da Alemanha vai decorrer hoje às 15:15 (hora local, 14:15 em Lisboa), depois do líder dos conservadores ter falhado a primeira votação no parlamento.
O Governo dos EUA anunciou hoje que vai oferecer dinheiro aos imigrantes ilegais que regressem aos seus países, beneficiando aqueles que optem pela autodeportação.
A presidente da Comissão Europeia anunciou hoje uma estratégia para a União Europeia (UE) atrair investigadores estrangeiros, alocando 500 milhões de euros até 2027 com vista a chegar futuramente a um investimento de 3% do PIB neste setor.
O primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, prometeu hoje retaliações contra os rebeldes huthis do Iémen, depois de um míssil ter atingido o aeroporto Ben Gurion em Telavive.
O chanceler cessante alemão, Olaf Scholz, apelou hoje à defesa do ideal europeu surgido após a Segunda Guerra Mundial, durante as comemorações do octogésimo aniversário da libertação do campo de concentração nazi de Neuengamme, perto da cidade de Hamburgo.
O primeiro-ministro do Iémen, Ahmed bin Mubarak, demitiu-se hoje depois de lamentar que o seu mandato tenha sido limitado ao ponto de não ter conseguido concretizar as reformas que pretendia para o país.
O Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, desvalorizou as tréguas propostas pelo homólogo russo, Vladimir Putin, incluindo um cessar-fogo de 08 a 10 de maio, por serem prazos demasiado curtos para conversações sérias.
O Parlamento Europeu vai debater na próxima quarta-feira o apagão que deixou a Península Ibérica sem eletricidade na segunda-feira, que foi classificado como o maior incidente deste tipo na Europa em quase duas décadas, foi hoje divulgado.