O concelho do Funchal atravessa uma das fases mais negras da sua história em matéria de segurança.
Há séculos que os funchalenses já não viviam uma onda de tamanha insegurança e criminalidade, principalmente na área do “Grande” Funchal.
Há mais de um ano que locais e turistas notam o crescimento deste flagelo, associado ao consumo de estupefacientes, álcool e às desigualdades sociais.
A noite passada, na mesma praça foram assaltados 3 restaurantes, esta noite uma moradia voltou a ser palco de um assalto e ajuste de contas por parte dos assaltantes que se sentiram indignados com a presença da PSP no local.
Depois dos agentes abandonarem o local os criminosos voltaram à propriedade para um ajuste de contas, com o proprietário e vítima do assalto.
O desfecho foi trágico para um dos assaltantes que foi atingido por um golpe de arma branca disferido pelo proprietário, dentro da sua propriedade e em legítima defesa contra os dois assaltantes.
Neste momento o autor do golpe fatal está detido à espera de julgamento, um assaltante está morto e o outro está a monte…
Todos os dias são assaltadas e danificadas viaturas, furtos de motociclos, roubos por esticão, ameaças com seringas por parte de alguns toxicodependentes aos transeuntes em plena luz dia, também começam a ser frequentes.
O consumo de droga em plena rua e à vista de todos já é uma constante na maior cidade da Madeira.
Os Governantes não se entendem quanto a este assunto e enquanto Miguel Albuquerque vai “tapando o sol com a peneira”, negando publicamente que exista um problema de insegurança ou de aumento da criminalidade no Funchal, Pedro Calado, o autarca da cidade, eleito pelo mesmo partido que governa a Região Autónoma da Madeira, vem defender a presença de militares nas ruas da cidade, para persuadir a crescente onda de criminalidade e violência, que o próprio reconhece.
Até quando?
Quantas mais tragédias poderão acontecer?
O que irá acontecer àquele cidadão que estava na tranquilidade do seu lar e que por ser vítima de assalto e depois de ameaçada a sua integridade física, e em legítima defesa, mata um assaltante e agressor, dentro da própria casa?
Pois é, a justiça será feita sempre por um homem ou por uma mulher, porque a divina já foi consumada, porém este homem e a sua família, serão sempre vitimas da desgraça que lhe bateu à porta.
Não sendo apologista da violência, nem da justiça cega ou popular, sendo eu um cidadão com responsabilidades sociais e públicas, sim porque todos somos, não consigo ficar indiferente ao que está a acontecer à nossa sociedade.
Hoje aconteceu com eles.
Amanhã poderá acontecer a qualquer um de nós.
É urgente uma Revisão à Constituição que contemple de forma activa a alteração à lei penal, privilegiando um enquadramento legal que contemple penas mais agravadas para estes e outros tipos de crimes.
Crimes de corrupção activa e passiva para políticos e para a sociedade civil. Crimes de pedofilia, assassinatos, terrorismo, violência doméstica, assaltos, tráfico de estupefacientes, entre tantos outros.
É um dever de todos nós exigirmos aos nossos governantes condições legais que permitam às nossas forças de segurança maior capacidade de intervenção e de acção perante situações desta natureza.
A Madeira merece mais!
Os Madeirenses merecem melhor!
Miguel Castro
(Presidente da Comissão Política Regional da Madeira do CHEGA)