Um pai e uma mãe que tenham um filho com doença oncológica passam por aquilo que acredito que seja o verdadeiro inferno na Terra. Graças a Deus nunca estive – e espero não estar – nessa posição, mas isso não me impede de olhar para estes pais e pensar como sofrem com a doença dos filhos.
Ao sofrimento emocional juntam-se as dificuldades financeiras destes pais que, muitas vezes, deixam de trabalhar para poderem acompanhar os filhos nos longos internamentos hospitalares e nas duríssimas jornadas de quimioterapia.
Fiquei a saber esta semana que a baixa para acompanhamento a que estes pais têm direito não é paga a 100% e isto revoltou-me, porque estes homens e mulheres que trabalham e pagam impostos não têm um Estado que os apoie a 100% no momento mais difícil das suas vidas.
Mas o que realmente me revolta é saber que estes pais não usufruem de uma baixa a 100% para cuidarem dos filhos doentes, mas ao mesmo tempo o Estado tem dinheiro para esbanjar à grande e à francesa.
Senão vejamos: o socialista (espantemo-nos!) Adão e Silva vai receber um salário superior a 4.500 euros por mês durante cinco anos, seis meses e 24 dias para preparar as comemorações do 50º do 25 de Abril de 1974. Viva a liberdade! Só que não, meus senhores. Não é a liberdade que vai pagar as contas ao final do mês dos progenitores que não podem trabalhar para dar apoio aos filhos doentes.
Mas há mais. A equipa de José Sá Fernandes (que ao que parece já não está à frente da equipa) que vai preparar a Jornada Mundial da Juventude vai custar mais de meio milhão de euros em salários, só em 2023. É preciso ainda recordar o bónus da CEO da TAP que pode chegar aos 3 milhões de euros?
Está mesmo tudo errado neste país. O pobre trabalhador recebe um salário miserável, enquanto gestores e organizadores de eventos recebem milhões que são pagos com os impostos dos pobres trabalhadores que mal têm dinheiro para pagar as contas.
Por que razão se vai gastar tanto dinheiro a organizar as comemorações do 25 de Abril e JMJ? Eu sei a resposta: porque neste país consumido pela corrupção a todos os níveis há sempre alguém a pôr no bolso dinheiro que não lhe pertence.
O pior é que este dinheiro que é colocado nos bolsos dos ‘boys’ e das ‘girls’ do sistema faz muita falta ao português comum: faz falta para investir no SNS que está a cair de podre e que é incapaz de atender os pacientes em tempo útil; faz falta para aumentar as pensões daqueles que trabalham a vida toda; faz falta para melhorar as instalações das forças de segurança e para lhes dar um subsídio de risco digno.
Este dinheiro que nos roubam faz muita falta a este país que está completamente virado ao contrário graças à esquerda que, desde o 25 de abril, o governa.