CHEGA propõe averiguar se houve “uso indevido” do SIS no passado

©Folha Nacional

O CHEGA vai propor a constituição de uma comissão parlamentar de inquérito à atuação das ‘secretas’ desde 2015, para averiguar se houve no passado algum “uso indevido” do Serviço de Informações de Segurança (SIS) e apelou à intervenção do Presidente da República.

“Informamos há pouco a Iniciativa Liberal de que acompanharemos a sua iniciativa, mas daremos entrada, hoje mesmo, de uma nova iniciativa de comissão de inquérito, alargando o escopo desse pedido, para que possamos olhar para o histórico de atuações e garantirmos aos portugueses que não está a haver um uso indevido dos serviços de informações nem agora, nem no passado”, indicou André Ventura.

O anúncio foi feito pelo líder do CHEGA, em declarações aos jornalistas na Assembleia da República, depois de na quinta-feira terem sido ouvidos no parlamento o diretor do SIS, Adélio Neiva da Cruz, e a secretária-geral do Sistema de Informações da República Portuguesa (SIRP), embaixadora Maria da Graça Mira Gomes, para esclarecer as circunstâncias em que o SIS foi contactado e atuou, no passado dia 26 de abril, para recuperar um computador que estava na posse de Frederico Pinheiro, ex-adjunto do Ministério das Infraestruturas, que nesse dia tinha sido demitido pelo ministro João Galamba.

O deputado do CHEGA sustentou que, no que toca à recuperação do computador do ex-adjunto do ministro das Infraestruturas, “a imediata intuição e a reação dos responsáveis governamentais não foi recorrer à PJ ou PSP, foi ao Serviço de Informações”, apontando que “isto levanta a suspeita de que outros casos poderão ter ocorrido no passado”.

Por isso, defendeu que “se justifica mais do que nunca uma comissão de inquérito parlamentar a esta atuação” do SIS, “que até tenha um escopo mais alargado, para perceber se houve situações semelhantes a esta no passado”.

Questionado sobre o período temporal que o CHEGA quer ver analisado, o André Ventura considerou que vai propor que essa comissão de inquérito recue “eventualmente a 2015 e ao início do governo da geringonça”.

O líder do CHEGA apelou também ao Presidente da República, “dada a gravidade das confusões e das mentiras, uma vez que está em causa, ao nível mais sensível, o regular funcionamento das instituições”, que se reúna com o SIRP e o SIS, para “compreender o que aconteceu e alertar o Governo para, tendo cometido alguma irregularidade, que não o volte a fazer, e para a gravidade que pode representar a utilização indevida dos serviços de informações”.

No início do mês, a Iniciativa Liberal propôs a constituição de uma comissão parlamentar de inquérito à atuação do SIS, com o objeto de “apurar as responsabilidades políticas, legais ou de outra ordem relativas à atuação” deste serviço na recuperação do computador que era usado por Frederico Pinheiro.

Os liberais querem também que seja investigada pelo parlamento “a prática do atual Governo para com os serviços de informações, nomeadamente, se é habitual ou comum a emissão de orientações, ordens, indicações ou diretivas, para que estes pratiquem atos próprios e exclusivos das entidades com funções policiais”.

Últimas de Política Nacional

O Tribunal Constitucional (TC) confirmou, em conferência, a decisão definitiva de perda de mandato do presidente da Câmara de Vila Nova de Gaia, Eduardo Vítor Rodrigues, do PS, por uso indevido de um carro deste município do distrito do Porto.
O antigo primeiro-ministro José Sócrates apresenta na terça-feira, em Bruxelas uma queixa-crime contra o Estado português no Tribunal dos Direitos do Homem relativa à Operação Marquês, em que é acusado e se arrasta há 14 anos.
O presidente do CHEGA exigiu hoje a revogação do acordo, no âmbito da CPLP, que permite residência após entrada com visto de turismo ou de estudante, e insistiu na perda da nacionalidade para quem cometa crimes.
O presidente do CHEGA anunciou hoje que vai propor um desagravamento do IRS maior do que o previsto pelo Governo para contribuintes dos escalões da classe média e uma dedução das despesas de habitação até 850 euros.
O CHEGA anunciou hoje que Miguel Corte-Real, de 39 anos, gestor, será o candidato do partido a presidente da Câmara Municipal do Porto nas próximas eleições autárquicas.
O CHEGA vai votar a favor da comissão de inquérito à gestão do INEM proposta pela IL, e quer também uma auditoria “independente completa” aos serviços de saúde que abranja os últimos 10 anos.
O Parlamento aprovou hoje o pedido de urgência do Governo para apreciação da proposta de lei do Governo sobre IRS, apenas com a abstenção do PCP.
Apesar de o Governo ter “dado razão ao CHEGA” na imigração, as medidas ficam aquém. Ventura não poupa nas críticas e acusa o Executivo de “andar a reboque” das ideias que o CHEGA defende há anos.
O encerramento das grandes superfícies aos domingos e feriados e a redução do período de funcionamento destes espaços até às 22:00 foi hoje rejeitado pelo PSD, CDS, CHEGA, PS e IL.
Segundo o Projeto de Lei, os motivos invocados prendem-se com a Constituição que garante a igualdade e dignidade social, sem privilégios por religião, ideologia ou género, e não só.