11 Maio, 2024

O seu a seu tempo

Com quatro anos de vida, o Partido Chega! manifestou, oficialmente, vontade de formar governo.

Ter passado de 1 para 12 deputados aliado às mais recentes sondagens que dão um crescimento para 15% das intenções de voto, potenciou tal desiderato.

A par, percebeu-se com mediana clareza que o PSD só formaria governo maioritário se se aliasse com o CH. 

Todavia, em abril, Luís Montenegro, em entrevista a Maria João Avillez, sem mencionar o nome do Chega!, referiu um chavão: “Quero garantir uma coisa aos portugueses: não vamos ter no Governo nem políticas nem políticos racistas, nem xenófobos, nem oportunistas, nem populistas. Ou apoio político, se quiser.”

A bem da verdade, muitos militantes terão ficado dececionados com a grotesca e inusitada afirmação do líder social-democrata, transparecendo a ocorrência de um banho de realidade servido em água gelada.

Pois afirmo ter sido a melhor coisa que poderia ter acontecido ao Chega!

Vejamos,

Todos os governos sofrem desgaste rápido, por via da contestação social, das reformas ou ausência delas, da atuação dos ministros, das políticas perpetradas, e parece-me não ser o tempo para o CH criar mais anticorpos dos que tem atualmente. Não queremos o desgaste que o governo nos traria, mais a mais com tenra idade. Deixemos que sejam, por ora, os partidos do sistema a queimar em lume brando ao passo que, paulatinamente, nos afirmamos na senda política e nas intenções de voto.

O passo mais acertado será crescer além dos 12 deputados. Crescendo no número de deputados, transportaremos connosco maior força política, condicionaremos a Assembleia da República, termos voz e decisão e negociaremos com a propriedade de quem tem uma bancada composta sobre temáticas que queiramos ver serem aprovadas dentro do hemiciclo. Isto é crescer sustentadamente e com quatro anos de vida é o melhor que se pode desejar ao Partido.

É assim que o partido crescerá, sendo a voz dos que não têm voz, falando por quem é silenciado, criando políticas conformes ao bem do país e manter o estilo corrosivo e implacável assumido desde o tempo que André Ventura era deputado único. Foi assim que crescemos, será assim que chegaremos à maturidade. 

Olhemos e aprendamos com a vizinha Espanha onde partidos que emergiram no passado recente foram, agora, nas recentes eleições municipais, colocados no grau zero e tenderão a desaparecer. 

Não queremos isso e devemos ter visão estratégica, a médio e longo prazo. Fazer parte de um governo pode sustar. Importa consolidar. Importa ter voz ativa na comunicação social. Importa ter mais força política na Assembleia da República, municípios, assembleias municipais e de freguesia. Importa formar militantes e quadros, necessidade verificada e já iniciada. Importa ter “senadores” (e temo-los) com voz ativa na política portuguesa – um aparte para referir o gosto que tive em ler o meu singular Professor Cabral de Moncada neste jornal, esperando vê-lo além do Folha Nacional – que possam intervir no espaço de comentário político na televisão e rádio. Importa acompanhar o nosso líder, André Ventura, e os demais deputados, partilhando nas redes sociais – qual trabalho de formiga – todas as intervenções, entrevistas, visitas, manifestações, propósitos e posições por eles assumidas. Importa definir para o futuro mediato políticas reformistas que combatam, sem peias, o marxismo político e cultural, expurgando-o.  

O nosso Presidente e líder definiu uma meta: ultrapassar o PSD. Não é impossível. Há que trabalhar com esse propósito. 

Paulatinamente, cresceremos. E, com muita probabilidade, de doze somaremos mais deputados, e depois outros tantos, e cresceremos sustentadamente até, por fim, ser governo de Portugal e fazer emergir a IV República.

A maturidade política é um bem necessário. 

Queiramos tê-la e saibamos obtê-la. Pacientemente.

Folha Nacional

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