Costa mostra “vontade política” para acordo com Mercosul até fim do ano

©Facebook/antoniolscosta

O primeiro-ministro português destacou hoje a “vontade política” para fechar o acordo da União Europeia (UE) com o Mercado Comum do Sul (Mercosul), esperando uma conclusão até final do ano daquele que seria o “acordo económico mais importante”.

“Todos os líderes […] reafirmaram a mesma vontade de, até ao final do ano, podermos concluir o acordo com o Mercosul e todos temos vindo a procurar encontrar soluções para que se possa ultrapassar o bloqueio que encontramos”, disse o chefe de Governo.

Falando aos jornalistas portugueses em Bruxelas à margem da cimeira da UE com os países da Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos (CELAC), que hoje começa em Bruxelas e que decorre até terça-feira, após oito anos sem reuniões de alto nível entre os blocos, António Costa disse esperar “que seja que seja possível chegar lá”, até porque “vontade política não falta e isso é o mais importante”, pois “houve momentos em que não havia sequer vontade política”.

“Eu acho que toda a gente está a trabalhar para que este acordo com o Mercosul possa ser concluído até ao final da presidência espanhola [da UE, que decorre até final de dezembro], o que seria só o acordo económico mais importante que existe, mais importante do que aquilo que temos com os Estados Unidos […] e com o Canadá”, disse o primeiro-ministro.

Vincando que “há várias soluções técnicas possíveis” para o alcançar, António Costa considerou “a solução encontrada muito recentemente para a modernização do acordo com o Chile é um excelente exemplo”, lembrando também haver “avanços grandes no acordo na negociação do acordo com o México”.

“Esperemos que o Mercosul seja o próximo passo e obviamente requer um esforço grande, mas […] uma instituição como é a UE, com 27 países entre si com interesses tão diversificados, mais os países do Mercosul, que também tem interesses bastante diversificados, é difícil às vezes encontrar qual é o ponto de equilíbrio que torna o acordo comercial justo e vantajoso para todos,”, adiantou.

A UE espera agora a resposta do Mercosul ao documento complementar proposto pelo bloco comunitário.

A posição surge depois de, esta tarde, o Presidente brasileiro, Lula da Silva, ter defendido um acordo UE-Mercosul “baseado na confiança mútua” e não “em ameaças”, argumentando que as exigências ambientais europeias são “desculpa para o protecionismo”.

Dentro da UE, países como França e Áustria contestam o acordo da UE-Mercosul – formado por Argentina, Brasil, Paraguai e Uruguai -, por razões comerciais e ambientais.

A atual presidência espanhola da UE espera que esta cimeira seja um ponto de partida para desenvolvimentos na conclusão do acordo UE-Mercosul, que abrange 25% da economia global e 780 milhões de pessoas, quase 10% da população mundial.

Essa é também a ambição de Lula da Silva, que hoje afirmou esperar que a UE e o Mercosul finalizem este ano o acordo comercial, para “abrir horizontes” aos blocos regionais, pedindo “um sinal” do compromisso.

Bruxelas acolhe hoje e terça-feira a primeira cimeira em oito anos da UE com os países da CELAC, que contará com mais de 50 líderes, entre os quais Lula da Silva e António Costa.

Esta que é a terceira cimeira da UE com a CELAC, oito depois da reunião de 2015, foca-se no reforço da parceria entre as duas regiões para as preparar para novos desafios.

Últimas de Política Nacional

Cerca de cem delegados vão debater o futuro do SNS e definir o plano de ação da Federação Nacional dos Médicos (Fnam) para os próximos três anos no congresso que decorre no sábado e domingo, em Viana do Castelo.
Portugal submeteu hoje à Comissão Europeia o oitavo pedido de pagamento do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR), com a comprovação de 22 marcos e metas.
O candidato presidencial e Presidente do CHEGA, André Ventura, reafirmou esta sexta-feira, em conferência de imprensa, que o partido vai entregar no parlamento um voto de condenação ao discurso do Presidente de Angola, João Lourenço, proferido nas comemorações do 50.º aniversário da independência angolana.
O Grupo Parlamentar do CHEGA apresentou na Assembleia da República um projeto de resolução que recomenda ao Governo a suspensão imediata do Manual de Recomendações Técnicas Relativo ao Acompanhamento de Pessoas Transgénero Privadas de Liberdade, aprovado em 2022.
O presidente do CHEGA acusou hoje o PS de “traição ao povo português” por requerer ao Tribunal Constitucional a fiscalização preventiva da constitucionalidade da Lei da Nacionalidade e apelou à celeridade da decisão.
A Entidade Reguladora para a Comunicação Social (ERC) recomendou hoje o alargamento do acordo entre operadores de televisão para realizar os debates presidenciais, depois da queixa apresentada pela Medialivre, dona do Correio da Manhã.
A ministra da Saúde, Ana Paula Martins, disse hoje que dado o investimento que é feito no setor, este já devia ter evoluído mais, atribuindo essa falta de evolução à forma como está organizado, daí a necessidade de reformas.
Em visita à Feira Nacional do Cavalo, na Golegã, André Ventura, candidato presidencial apoiado pelo CHEGA, afirmou que o mundo rural “deveria ter muito mais importância no debate político” e sublinhou a necessidade de defender “os grandes símbolos do país rural”, que considera frequentemente esquecidos pelas forças políticas do sistema.
O CHEGA apresentou uma proposta de alteração ao Orçamento do Estado para 2026 que pretende que estrangeiros não residentes, sem seguro ou qualquer acordo internacional, passem a assumir os custos dos cuidados de saúde prestados no Serviço Nacional de Saúde
A série de entrevistas da RTP aos candidatos presidenciais já permite tirar uma primeira conclusão: André Ventura foi o candidato que mais espetadores atraiu, segundo dados divulgados pela RTP ao Observador, que avançou os números.