Eleições em Espanha deixam país na incerteza

©Facebook/NunezFeijoo

As eleições legislativas de domingo em Espanha terminaram sem maiorias absolutas à esquerda ou à direita, deixando em aberto quem liderará o próximo governo.

Os conservadores do Partido Popular (PP) foram os mais votados, mas sem conseguir uma maioria absoluta com o VOX ( como indicavam as sondagens).

O PP, com 136 deputados, e o VOX, com 33, só conseguiram somar 169 deputados no parlamento, ficando a sete dos 176 necessários para a maioria absoluta.

O partido socialista (PSOE), que lidera o governo atual, foi o segundo mais votado e elegeu 122 deputados, que com os 31 da plataforma de extrema-esquerda Somar totalizam 153 lugares.

No entanto, PSOE e Somar poderão ter mais lugares no parlamento do que a direita e a direita radical  por causa dos deputados eleitos pelos partidos regionais que tiveram como aliados na última legislatura.

Segundo as contas dos meios de comunicação social espanhóis, o PP, o VOX e outros partidos que em 2019 votaram contra a investidura do atual Governo do primeiro-ministro Pedro Sánchez têm agora 171 deputados, enquanto o bloco que viabilizou o executivo tem 172.

O presidente do PP, Alberto Núñez Feijóo, pediu no domingo aos outros partidos que o deixem formar governo e que não se crie um “bloqueio”.

Feijóo afirmou que como líder do “partido mais votado” vai “abrir o diálogo” de imediato com outros partidos que elegeram deputados e “tentar formar governo”, “de acordo com os resultados eleitorais e a vitória eleitoral” do PP.

O líder do PP insistiu que essa foi “a vontade expressa pelos espanhóis” e pediu que “ninguém tenha a tentação de voltar a bloquear Espanha”.

Feijóo referia-se a “bloqueios” que já aconteceram no passado em Espanha e que culminaram com a repetição das eleições, por nenhum candidato a primeiro-ministro conseguir ter no parlamento a maioria de apoios necessária para a tomada de posse.

Segundo a lei espanhola, o Congresso dos Deputados saído das eleições de domingo vai formar-se no próximo dia 17 de agosto e aí se inicia a nova legislatura.

Os grupos parlamentares podem depois apresentar ao Congresso candidatos a primeiro-ministro, que têm de ser votados pelo plenário.

Não existe um prazo para a apresentação e votação de um candidato, mas se a primeira eleição falhar, o Congresso tem depois dois meses para fazer novas votações e eleger um primeiro-ministro.

Se passados esses dois meses falharem todas as tentativas de investidura de um primeiro-ministro, o Rei de Espanha dissolve automaticamente as Cortes e haverá novas eleições.

O Governo atual é uma coligação do PSOE com a plataforma de extrema-esquerda Unidas Podemos, constituída por partidos que agora se juntaram a uma nova ‘marca’, o Somar, que integra 15 formações, naquela que é considerada a maior aliança de esquerda que já houve em Espanha.

O Governo do PSOE e da Unidas Podemos não tinha uma maioria absoluta de deputados no parlamento e para tomar posse, em janeiro de 2020, contou com os votos a favor ou com a abstenção de outros oito partidos representados no Congresso, entre eles, nacionalistas bascos e galegos e separatistas da Catalunha e do País Basco.

Dado o resultado das eleições de domingo, a chave do governo de Espanha pode ter de novo ficado nas mãos de partidos de âmbito regional e local.

Pedro Sánchez celebrou no domingo o “fracasso do bloco do retrocesso”.

“Somos mais, muitos mais, os que queremos que Espanha avance, e assim continuará a ser”, afirmou Sánchez, sem dar qualquer indicação sobre o que fará em relação à formação de um novo executivo.

Para Pedro Sanchéz, “Espanha e todos os cidadãos que votaram foram claros: o bloco do retrocesso fracassou”.

Estas foram as XVI eleições gerais em Espanha desde o fim da ditadura, em 1977.

As eleições estavam previstas para dezembro, no final da legislatura, mas foram antecipadas por Sánchez na sequência da derrota da esquerda nas municipais e regionais de 28 de maio.

Últimas de Política Internacional

O primeiro-ministro húngaro teve esta semana o primeiro “embate” com o Parlamento Europeu, onde apresentou as prioridades da presidência do Conselho da União Europeia e defendeu que o clima do bloco europeu pode mudar a seu favor, perante muitas críticas.
O Conselho de Direitos Humanos da ONU aprovou hoje a prorrogação por dois anos da missão internacional independente na Venezuela, cujos relatórios acusam o regime de Nicolás Maduro de graves violações, incluindo possíveis crimes contra a humanidade.
Os eurodeputados à esquerda do hemiciclo começaram hoje a cantar a música da resistência italiana “Bella Ciao” depois da intervenção de Viktor Orbán no Parlamento Europeu (PE), impedindo o início da intervenção da presidente da Comissão.
O Supremo Tribunal norte-americano decidiu hoje manter a decisão que proíbe a realização de abortos de emergência que violem a lei no Texas, um dos Estados com a proibição mais rigorosa de abortos no país.
O primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, afirmou hoje que Israel tem a obrigação de trazer de volta os seus reféns, ao assinalar o primeiro aniversário do ataque do grupo extremista palestiniano Hamas em solo israelita.
A líder da direita radical francesa, Marine Le Pen, afirmou hoje que a "fraca legitimidade democrática" do Governo liderado por Michel Barnie, conduzirá à sua queda e a legislativas antecipadas, permitidas a partir de julho de 2025.
Mais de 155 milhões de brasileiros podem votar hoje para escolher novos prefeitos e membros das Câmaras Municipais nos 5.569 municípios do país sul-americano lusófono.
O Parlamento Europeu reúne-se, entre segunda e quinta-feira, numa sessão plenária dominada pela situação no Médio Oriente e na qual o polémico primeiro-ministro húngaro, Viktor Orbán, irá apresentar as prioridades da presidência semestral da UE, que Budapeste exerce atualmente.
O político e dirigente da oposição ao regime venezuelano Edmundo González Urrutia afirmou hoje que vai “tomar posse a 10 de janeiro como Presidente da Venezuela”.
A Comissão Europeia vai levar Portugal ao Tribunal de Justiça da União Europeia (TJUE) por falhas no combate à poluição das atividades industriais, foi esta quinta-feira divulgado em Bruxelas.