A cerimónia dos Emmy, os prémios norte-americanos de televisão, marcada para setembro, vai ser adiada por causa das greves de argumentistas e atores em Hollywood, revelou a imprensa norte-americana.
O adiamento da cerimónia, marcada para 18 de setembro, era previsível por causa das greves, e embora não tenha sido ainda adiantada uma nova data, as publicações Variety e Hollywood Reporter indicam que vai ser reagendada para janeiro de 2024.
A Variety noticiou que os fornecedores para a cerimónia dos Emmy foram já informados de que a cerimónia não vai acontecer a 18 de setembro.
“Tanto a Academia de Televisão como a estação de televisão Fox estão em negociações” para fechar uma nova data, escreveu, por sua vez, a Hollywood Reporter.
A última vez em que houve um adiamento da cerimónia dos Emmy foi em 2001 por causa dos atentados terroristas de 11 de setembro desse ano em Nova Iorque.
Atualmente decorrem duas greves de trabalhadores em Hollywood, que provocaram uma das maiores paralisações da indústria do cinema e audiovisual dos Estados Unidos dos últimos 60 anos, com repercussões durante os próximos meses, com adiamento de produções e estreias.
A greve dos argumentistas dura desde maio e a dos atores teve início há duas semanas.
Tanto o sindicato dos argumentistas como o dos atores consideram que os modelos de negócio do ‘streaming’ pioraram os salários e as condições de trabalho neste setor.
No caso dos argumentistas, o sindicato reivindica “um novo contrato com pagamento justo” que reflita o valor dos contributos dos guionistas para o sucesso das empresas e inclua proteções “para garantir a sobrevivência da escrita como profissão sustentável”.
Já o sindicato dos atores lembra que na última década a remuneração dos intérpretes e ‘performers’ foi “severamente desgastada pela ascensão do ecossistema de ‘streaming'”, e o desenvolvimento da Inteligência Artificial passou a representar “uma ameaça existencial para as profissões criativas”.
A edição deste ano dos Emmy é liderada pela última temporada da série “Succession”, criada por Jesse Armstrong, exibida no ‘streaming’ pela HBO Max, com 27 nomeações.
Com 24 nomeações surge “The Last of Us”, a transposição de um videojogo para série de ficção.
As outras duas séries mais nomeadas são “The White Lotus” e “Ted Lasso” (Apple TV), com 23 e 21 nomeações, respetivamente.
Destaque ainda para a série “O gabinete de curiosidades de Guillermo del Toro”, deste autor mexicano para a Netflix, que valeu uma nomeação para o luso-canadiano Luís Sequeira numa categoria de guarda-roupa em conjunto com Ann Steel e Heather Crepp.