Esta posição foi transmitida no discurso que proferiu perante a Comissão Nacional do PS, em que sustentou a tese de que a proposta orçamental do executivo é apenas boa “para gerir a conjuntura”.
“Mas não apresenta soluções de fundo para resolver os problemas sistémicos que o país enfrenta e que o impedem de ser mais competitivo no contexto europeu e à escala global. Não basta que o Estado tenha contas certas, é importante, mas não é suficiente. Sobretudo quando Portugal tem uma economia pouco produtiva e pouco competitiva”, contrapôs.
Daniel Adrião disse ainda aos membros da Comissão Nacional do PS que não podem ter ilusões sobre as consequências da projetada descida do IRS em 2024.
“Não vai ser este desagravamento fiscal que vai resolver o problema estrutural da insuficiente remuneração do trabalho em Portugal. Só se consegue pagar melhores salários, designadamente melhores salários médios, mudando o nosso paradigma económico”, disse.
Para este dirigente socialista, a única forma de o país mudar o seu “paradigma de desenvolvimento é investir cada euro dos fundos europeus que vai receber até 2030 na implementação de políticas que fomentem o crescimento de setores avançados”.
“Este é o único caminho para Portugal pagar melhores salários, reter e atrair talento, ser um país viável, autossustentável e capaz de oferecer um horizonte de esperança e de confiança no futuro em que as novas gerações possam acreditar”, acrescentou.