Número de chegadas às Canárias em 2023 é já o maior de sempre

O número de migrantes que entraram este ano de forma irregular nas ilhas espanholas das Canárias supera as 46.800 pessoas e é já o maior de sempre, segundo dados do Governo de Espanha divulgados hoje.

© Facebook Open Arms

Entre 01 de janeiro e 15 de novembro entraram 46.862 pessoas de forma irregular nas Canárias, mais do que em todo o ano de 2006, que tinha até agora o recorde de chegadas (31.678).

A grande maioria (45.707 pessoas) chegou por mar às Canárias, localizadas no Atlântico, em frente da costa ocidental africana, em embarcações precárias conhecidas em Espanha como “pateras”, segundo os dados do Ministério da Administração Interna espanhol.

Em relação ao mesmo período do ano passado, o número de migrantes aumentou 62%.

As chegadas de migrantes na mesma situação a Espanha, mas pelo mar Mediterrâneo, também aumentaram este ano, mas numa medida muito inferior: 13.044 pessoas entre 01 e 15 de novembro, mais 11,5% do que no mesmo período de 2022.

Durante o ano passado e no primeiro semestre de 2023, a designada “rota das Canárias” das migrações, uma das mais perigosas a partir do continente africano, parecia estar a dar sinais de estabilização ou mesmo de descida no número de chegadas.

No ano passado foram registadas 15.682 chegadas, menos 30% do que em 2021. Já este ano, entre janeiro e o final de maio, esses números revelavam uma diminuição de 47% (de 8.268 para 4.406) em relação ao mesmo período de 2021.

No entanto, nos meses do verão, a tendência de descida alterou-se.

Espanha é um dos países europeus que lida com maior número de entradas de migrantes em situação irregular na Europa, através das costas do Mediterrâneo e das Canárias.

O governo regional das Canárias disse em 23 de outubro que as estruturas de resposta aos migrantes que chegam ao arquipélago de forma irregular estão sob “máxima pressão”, “começam a estar exaustas” e pediu a ativação do mecanismo europeu de proteção civil.

O governo regional referiu, em especial, a situação dos mais de 4.000 menores migrantes não acompanhados que estão nas ilhas e pediu um mecanismo de solidariedade permanente e contínuo entre as regiões autónomas de toda a Espanha para o acolhimento destes jovens.

O ministro da Administração Interna de Espanha, Fernando Grande-Marlaska, anunciou em meados de outubro o reforço da vigilância das costas do Senegal e da Mauritânia, em colaboração com as autoridades destes dois países africanos, para evitar a saída de embarcações com migrantes rumo às Canárias.

O ministro atribuiu o aumento das chegadas às Canárias à “desestabilização no Sahel”.

Fernando Grande-Marlaska disse ainda que Espanha tem reforçado, nos últimos anos, as infraestruturas e os recursos humanos para acolher os migrantes nas Canárias.

No mesmo dia, a organização Rede Espanhola de Imigração e Ajuda ao Refugiado apresentou uma queixa na Provedoria de Justiça contra a Secretaria de Estado das Migrações “pela inação e falta de reforços” perante o pico de chegadas de migrantes às Canárias.

Segundo a organização não-governamental (ONG), há um “caos continuado” nas Canárias que já provocou situações “de enorme gravidade”, como pessoas amontoadas em “zonas insalubres” e outros “espaços temporários que se foram deteriorando”.

Para além dos migrantes que chegam às costas espanholas, há centenas que morrem no mar.

Perto de mil pessoas morreram no Mediterrâneo e no Atlântico nos primeiros seis meses deste ano quando tentavam chegar a Espanha, a partir do norte de África, segundo outra ONG, a Caminhando Fronteiras.

Últimas do Mundo

O exército israelita identificou hoje como supostos terroristas palestinianos pelo menos doze dos 18 mortos do ataque de sexta-feira a um campo na cidade de Tulkarem, na Cisjordânia, elevando um anterior balanço.
Ataques israelitas mataram hoje dois elementos do Hamas, anunciaram o grupo militante e as forças de defesa israelitas.
Uma organização não governamental (ONG) denunciou que os detidos após os protestos contra o resultado das eleições presidenciais de julho na Venezuela não estão a receber alimentação suficiente ou estão mesmo desnutridos.
As autoridades russas anunciaram hoje a retirada dos talibãs da sua lista de organizações terroristas, faltando fazer as alterações legislativas necessárias.
A China afirmou hoje estar “profundamente preocupada” com a situação no Médio Oriente, após a morte do líder do movimento islamita armado libanês Hezbollah, Hassan Nasrallah, em bombardeamentos israelitas no Líbano.
O exército israelita anunciou hoje estar a efetuar “dezenas de novos ataques” contra o Hezbollah no Líbano.
A imigração saltou para o topo das preocupações dos espanhóis em apenas três meses, segundo um estudo do Centro de Investigações Sociológicas (CIS) feito após um verão de notícias permanentes sobre números inéditos de chegadas de 'pateras' às Canárias.
O Irão pediu no sábado uma reunião de emergência do Conselho de Segurança da ONU, na sequência da morte do líder do movimento xiita libanês Hezbollah, Hassan Nasrallah, num ataque israelita.
A agência noticiosa France-Presse (AFP), uma das três maiores do mundo, foi vítima de um ataque informático que pode ter comprometido as palavras-passe dos servidores de receção FTP dos clientes, anunciou hoje a agência.
A Estónia, Letónia, Lituânia e a Polónia vão procurar financiamento da União Europeia para construir uma rede de bunkers, barreiras, linhas de distribuição e armazéns militares nas fronteiras com a Rússia e a Bielorrússia, foi hoje divulgado.