Exército diz ter encontrado imagens relacionadas com reféns no Hospital Al Shifa

Imagens relacionadas com reféns capturados pelo movimento islamita palestiniano Hamas durante o seu ataque a Israel foram encontradas em computadores apreendidos no Hospital al-Shifa, na Faixa de Gaza, disse hoje o Exército israelita.

©Facebook Israel Reports

As imagens foram encontradas em equipamentos “pertencente ao Hamas”, disse um oficial das Forças de Defesa de Israel (FDI) em comunicado, acrescentando que a operação estava hoje em curso, pelo segundo dia consecutivo, na maior unidade hospitalar da Faixa de Gaza, onde permanecem centenas de doentes, funcionários e civis abrigados da guerra no enclave.

O principal hospital da Faixa de Gaza é apresentado por Israel como um centro estratégico e militar do Hamas, uma alegação rejeitada pelo movimento islamita, no poder no território desde 2007.

As FDI realizam atividades operacionais “precisas e específicas dentro do complexo hospitalar”, que são “geridas por etapas, de acordo com avaliações da situação em curso”, informou o comandante militar israelita.

“Os militares avançam de edifício em edifício, revistando cada andar, enquanto centenas de doentes e pessoal médico permanecem no complexo”, segundo a mesma fonte, que afirmou que a operação “é realizada de forma discreta, metódica e exaustiva”, com base em interrogatórios feitos no local.

O comando militar israelita insistiu que “existe uma infraestrutura terrorista bem escondida” no complexo de saúde.

De acordo com o oficial israelita, até agora foram encontradas “armas, informações – incluindo sobre os acontecimentos de 07 de outubro -, equipamentos tecnológicos, equipamento militar, centros de comando e controlo e equipamentos de comunicações, todos pertencentes ao Hamas”.

Números avançados à agência France-Presse (AFP) indicam que na unidade hospital se encontram cerca de 2.300 pessoas.

O Ministério da Saúde do Hamas, por sua vez, afirmou que o exército israelita atacou vários serviços do hospital.

“Destruíram o serviço de radiologia e bombardearam os serviços de queimados e diálise”, disse à AFP o porta-voz do Ministério, Ashraf al-Qidreh.

“Eles estão no complexo a entrevistar médicos, feridos e deslocados”, assinalou, descrevendo a situação: “Não temos eletricidade, água potável ou alimentos (…) Milhares de mulheres, crianças, doentes e feridos correm perigo de morte”.

As escavadoras israelitas, acusou o porta-voz, destruíram parcialmente a entrada sul do complexo, perto da maternidade, já danificada por disparos de tanques nos últimos dias.

Após o seu primeiro dia de intervenção, na quarta-feira, o exército israelita afirmou ter encontrado “munições, armas e equipamento militar” no Hospital al-Shifa, divulgando imagens de armamento que afirmam pertencer ao Hamas.

Em reação, o Ministério da Saúde do Governo do Hamas apenas disse, citado pela agência France-Presse, que o Exército israelita “não encontrou armas nem equipamento militar” no hospital al-Shifa e que “não autoriza” a presença de armamento nos seus estabelecimentos hospitalares.

A AFP não conseguiu verificar estas afirmações de forma independente.

Em 07 de outubro, combatentes do Movimento de Resistência Islâmica (Hamas) – desde 2007 no poder na Faixa de Gaza e classificado como organização terrorista pelos Estados Unidos, a União Europeia e Israel – realizaram em território israelita um ataque de dimensões sem precedentes desde a criação do Estado de Israel, em 1948, fazendo 1.200 mortos, na maioria civis, cerca de 5.000 feridos e mais de 200 reféns.

Em retaliação, Israel declarou uma guerra para “erradicar” o Hamas, que começou por cortes ao abastecimento de comida, água, eletricidade e combustível na Faixa de Gaza e bombardeamentos diários, seguidos de uma ofensiva terrestre que cercou a cidade de Gaza.

A guerra entre Israel e o Hamas, que hoje entrou no 41.º dia e continua a ameaçar alastrar a toda a região do Médio Oriente, fez até agora na Faixa de Gaza 11.500 mortos, na maioria civis, 29.800 feridos, 3.250 desaparecidos sob os escombros e mais de 1,6 milhões de deslocados, segundo o mais recente balanço das autoridades locais.

Últimas do Mundo

O Presidente eleito norte-americano, Donald Trump, foi hoje nomeado Personalidade do Ano 2024 pela revista Time, que destaca o regresso à Casa Branca após ter escapado a duas tentativas de assassínio e de ter sido condenado pela justiça.
O número global de vítimas de tráfico humano voltou a aumentar (25%), após recuar durante a pandemia de Covid-19, com mulheres e meninas a continuarem em maioria, indicou hoje o Escritório das Nações Unidas sobre Drogas e Crime (UNODC).
Três jovens suspeitos de serem jihadistas foram detidos no passado domingo no sudoeste da Alemanha por alegadamente estarem a preparar um atentado, disse hoje o Ministério Publico Federal e a Polícia local.
O Conselho da União Europeia (UE) aprovou hoje um pagamento de 4,2 mil milhões de euros ao abrigo da Mecanismo para a Ucrânia para apoiar a estabilidade macrofinanceira, por considerar que o país "satisfez condições e reformas necessárias".
Uma explosão numa refinaria da empresa petrolífera ENI em Calenzano, perto de Florença, norte de Itália, provocou pelo menos dois mortos e oito feridos, anunciaram hoje as autoridades locais, que estão a avaliar os efeitos poluentes do incidente.
O Presidente deposto sírio Bachar al-Assad e a sua família estão em Moscovo, segundo agências de notícias russas, citadas pela AFP.
A missa voltou a ouvir-se hoje na catedral Notre-Dame de Paris quebrando o ‘silêncio’ de mais de cinco anos imposto pelo incêndio que devastou o local em abril de 2019.
Centenas de refugiados sírios residentes no Líbano atravessaram hoje a fronteira de regresso ao seu país, poucas horas depois de ter sido expulso o presidente Bashar al-Assad e encerrando cinco décadas de governo do Partido Baath.
O Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, disse hoje que 43 mil soldados ucranianos foram mortos e 370 mil ficaram feridos desde o início do conflito com a Rússia, há quase três anos.
O presidente da Autoridade Nacional Palestiniana (ANP), Mahmoud Abbas, declarou, em entrevista à agência Lusa, que a Palestina está pronta para realizar eleições “imediatamente e sem demoras”, se Israel permitir a votação em Jerusalém Oriental e noutros territórios ocupados.