Sobe para 126 o número de mortos após sismo no noroeste da China

O número de mortos causado pelo sismo de magnitude 6,2 que abalou partes das províncias de Gansu e Qinghai, no noroeste da China, na segunda-feira à noite, subiu para 126, informou a imprensa estatal.

© DR

O terramoto, ocorrido numa região remota e fria do país, com as temperaturas a chegarem aos 15 graus negativos, deixou ainda mais de 700 pessoas feridas, danificou casas e estradas e interrompeu o fornecimento de energia e as telecomunicações.

A televisão estatal CCTV informou que 113 pessoas morreram na província de Gansu e outras 13 na província vizinha de Qinghai. O terramoto ocorreu a uma profundidade de 10 quilómetros (seis milhas), pouco antes da meia-noite de segunda-feira.

O terramoto atingiu a vila de Jishishan, em Gansu, a cerca de 5 quilómetros de Qinghai. O epicentro foi a cerca de 1.300 quilómetros a sudoeste de Pequim, a capital da China.

Até às 10 horas da manhã – cerca de 10 horas após o terramoto inicial – registaram-se nove réplicas, a maior das quais com uma magnitude de 4,1, informaram as autoridades.

Gansu lançou um apelo para que fossem recrutados mais 300 trabalhadores para as operações de busca e salvamento, e as autoridades de Qinghai informaram que 20 pessoas estavam desaparecidas num deslizamento de terras, segundo a imprensa estatal chinesa.

Pelo menos 182 pessoas ficaram feridas em Qinghai e outras 536 em Gansu, detalhou a agência noticiosa oficial Xinhua.

O Serviço Geológico dos Estados Unidos atribuiu a magnitude do terramoto a 5,9.

Li Haibing, um perito da Academia Chinesa de Ciências Geológicas, disse que o número elevado de vítimas se deveu, em parte, ao facto de ter sido pouco profundo. “Por isso, causou mais abalos e destruição, apesar de a magnitude não ter sido grande”, afirmou.

Outros factores incluem o movimento principalmente vertical do terramoto, que provoca abalos mais violentos; a qualidade inferior dos edifícios numa zona relativamente pobre; e o facto de ter ocorrido a meio da noite, quando a maioria das pessoas estava em casa, disse Li.

A CCTV informou que houve interrupções no fornecimento de água e eletricidade, bem como nas infraestruturas de transportes e comunicações.

O terramoto foi sentido em Lanzhou, a capital da província de Gansu, a cerca de 100 quilómetros a nordeste do epicentro.

Os estudantes universitários de Lanzhou saíram apressadamente dos seus dormitórios e permaneceram no exterior, de acordo com publicações nas redes sociais.

Muitos vestiam apenas o pijama numa noite fria de inverno, disse Wang Xi, um estudante da Universidade de Lanzhou que partilhou as imagens.

Tendas, camas dobráveis e edredões estavam a ser enviados para a região, segundo a CCTV. O Presidente chinês, Xi Jinping, apelou a um esforço total nos trabalhos de resgate para minimizar o número de vítimas.

Um vídeo publicado pelo ministério da Gestão de Emergências mostrou trabalhadores em uniformes cor de laranja a usar varas para tentar mover pedaços pesados de betão durante a noite. Outros vídeos difundidos pela imprensa mostram trabalhadores a levantar uma vítima e a ajudar uma pessoa ligeiramente cambaleante a andar, numa área coberta de neve.

O estudante do ensino secundário Ma Shijun saiu a correr do seu dormitório, descalço, sem sequer vestir um casaco, contou a Xinhua. Os fortes tremores deixaram as suas mãos dormentes e os professores rapidamente organizaram os alunos no recreio.

Os terramotos são comuns no noroeste da China, uma região montanhosa que se ergue para formar o limite oriental do planalto tibetano.

Em setembro do ano passado, pelo menos 74 pessoas morreram num terramoto de magnitude 6,8 que abalou a província de Sichuan, no sudoeste da China, provocando deslizamentos de terras e abalando edifícios na capital da província, Chengdu, onde 21 milhões de habitantes se encontravam em confinamento devido a um surto de covid-19.

Últimas do Mundo

Um sismo de magnitude 2,0 na escala de Richter foi hoje sentido no concelho de Benavente, no distrito de Santarém, sem causar danos pessoais ou materiais, segundo o Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA).
O furacão Melissa atingiu a sua força máxima nas Caraíbas, de acordo com o Centro Nacional de Furacões norte-americano (NHC, na sigla em inglês), que prevê “ventos devastadores” e “inundações catastróficas” na Jamaica, divulgou hoje a imprensa internacional.
As empresas da zona euro observaram uma ligeira subida das taxas de juro dos empréstimos bancários no terceiro trimestre, sobretudo as PME, foi hoje anunciado.
Dois homens ligados ao roubo de joias no Museu do Louvre foram detidos pela polícia no sábado à noite, segundo a France-Presse, que cita fontes ligadas ao caso sem as identificar.
Um sismo de magnitude 5,8 na escala de Richter atingiu esta madrugada a ilha de Hokkaido, no norte do Japão, sem que as autoridades do arquipélago tivessem emitido alerta de tsunami.
A taxa de desemprego em Espanha aumentou ligeiramente no terceiro trimestre, atingindo os 10,45% da força de trabalho, face aos 10,29% do final de junho, segundo os dados oficiais divulgados hoje.
Soam os alarmes em Espanha com o presidente do Governo a preparar a maior regularização da história do país vizinho, abrindo caminho à residência e à nacionalidade para centenas de milhares de estrangeiros sem documentos.
A Comissão e o Parlamento europeus apelaram hoje ao consenso entre os Estados-membros para pôr fim ao acerto sazonal dos relógios na primavera e outono, sublinhando o impacto na saúde de uma prática que "já não serve qualquer propósito".
Quase 37.000 pessoas entraram no Reino Unido desde o início deste ano atravessando ilegalmente o Canal da Mancha, o que supera o número registado em todo o ano de 2024, anunciou hoje Ministério do Interior britânico.
O Museu do Louvre reabriu as portas aos visitantes hoje de manhã pela primeira vez desde o roubo feito no domingo por quatro assaltantes que levaram oito joias, causando um prejuízo estimado em 88 milhões de euros.