Assaltos violentos e rixas que acabam em mortes. O país está a saque

A criminalidade violenta e grave continua a aumentar e as notícias que dão conta desta insegurança que se vive no país, sobretudo nos subúrbios dos grandes centros urbanos, sucedem-se a cada dia que passa.

@ Folha Nacional

Os gangs mais perigosos do mundo já se encontram a atuar em Portugal, como é o caso do brasileiro Primeiro Comando da Capital (PCC), que tem ramificações na zona da grande Lisboa e em várias prisões do país.   

Os casos de criminalidade sucedem-se. Há poucos dias, era noticiado que quatro criminosos assaltaram uma carrinha de valores no Cascais Shopping, tendo baleado um segurança e roubado 120 mil euros. Os ladrões dirigiram-se aos seguranças com caçadeiras e pistolas, tendo sido disparados 5 tiros, segundo reportou o JN. Também no início do mês, uma idosa foi amarrada e assaltada em Matosinhos, tendo-lhe sido roubados 3 mil euros e depois amarrada e deixada numa casa de banho.       

Para André Ventura é “inegável” que a “criminalidade grave e violenta tem vindo a aumentar, com especial enfoque em rixas de grupos de jovens”, mas também o número de assaltos tem sofrido um aumento exponencial, tendo em conta as notícias que todos os dias são publicadas pela imprensa nacional. 

“O sentimento de insegurança nas ruas é real”, lamenta o Presidente do CHEGA, defendendo que é preciso “dotar as forças de seguranças dos meios humanos e materiais necessários para fazer face a esta onda de violência que tem vindo a assolar o país”.

No entanto, os meios humanos e materiais “não bastam”. André Ventura considera que é preciso “devolver a dignidade às nossas forças de segurança para que elas não tenham medo de atuar com receio de serem alvo de queixa por parte dos bandidos, algo que tem acontecido de forma recorrente”.

Recentemente, a PSP e a GNR apresentaram dados sobre os resultados operacionais entre 01 de janeiro e 31 de agosto deste ano, que corroboram esta perceção de insegurança, avançando que os crimes contra a Guarda Nacional Republicana (GNR) registados até agosto aumentaram 38% face ao mesmo período de 2022, contabilizando-se três ocorrências diárias e um total de 168 militares feridos.

De acordo com os dados divulgados pelo diretor de Operação da GNR, Mário Guedelha, os crimes contra a guarda aumentaram 38%, “o que resulta em três crimes por dia e 168 militares feridos”.

Até 31 de agosto foram contabilizados 838 crimes, mais 234 do que em igual período do ano passado.

Já a criminalidade geral registou um crescimento de 8% nos primeiros oito meses do ano, contabilizando até 31 de agosto um total de 111.050 crimes.

Também a criminalidade grupal (+35%) e delinquência juvenil (+0,3%) registada pela GNR aumentaram entre janeiro e agosto deste ano face ao mesmo período de 2022, bem como os crimes relacionados com droga (+36%) e os crimes de violência doméstica (+4%). Em sentido oposto, os crimes de incêndio florestal caíram 26%.

Naquele período, a força policial viu ainda crescer em 10% a sinistralidade rodoviária, registando até 31 de agosto 278 mortos (+2%) e 1.281 feridos graves (+4%).

As contraordenações por influência do álcool também subiram 15%, enquanto as infrações por excesso de velocidade diminuíram 10%.

Na área de atuação da PSP, a criminalidade geral aumentou 9,5% face ao mesmo período de 2022, ao registar mais 10 177 crimes.

De acordo com a PSP, a criminalidade violenta e grave também aumentou 4,8% (mais 286 crimes) em relação ao período homologo de 2022 e uma subida de 1,8% (mais 44) dos crimes de delinquência grupal e de 15,7% (mais 57) dos crimes relacionados com a delinquência juvenil.

Segundo o Pedro Moura, da direção nacional da PSP, até agosto, os crimes que mais subiram foram o tráfico de estupefacientes (mais 646) e outros relacionados com esta atividade (mais 324), tendo, neste âmbito, sido concretizadas 6.366 apreensões (mais 26%) e 3.715 detenções (mais 37%).

A PSP aumentou ainda em 7,5% o número de detenções (+1.321) e em 3,2% os crimes detetados no âmbito da proatividade policial.

No que respeita à violência doméstica, contabilizam-se 18 casos mortais, 10.567 denúncias (menos 0,2%) e 639 detidos.

Segundo os dados do Relatório Anual de Segurança Interna (RASI) de 2022, a criminalidade geral aumentou 14,1% e a violenta e grave subiu 14,4% em relação a 2021, com homicídios, extorsões e violações a destacarem-se.

Na altura da apresentação deste relatório, o secretário-geral do Sistema de Segurança Interna (SSI), Paulo Vizeu Pinheiro, referiu que o ano 2022 apresentou um aumento da criminalidade geral na ordem dos 14,1%, com o registo de mais 42.451 participações relativamente a 2021, enquanto em comparação com 2019 verificou-se uma subida de 2,5%.

Em relação à criminalidade violenta e grave, verificou-se no ano passado um aumento de 14,4% face a 2021. “Em termos comparativos de pós e pré-pandemia, a tendência relativa a crimes graves e violentos prossegue ainda numa curva descendente”, disse Paulo Vizeu Pinheiro, considerando que “importa manter os níveis de vigilância e evitar complacências”.

Entre os crimes que mais subiram em 2022 constam o roubo na via pública e roubo por esticão, que representam 53% da criminalidade violenta e grave, a violência doméstica, que subiu 15% em relação a 2021 (+3.968 casos), criminalidade grupal, com uma subida de 18% (+898 participações), e delinquência juvenil, que aumentou 50,6% em relação a 2021, com mais 567 participações.

Já no ano passado o Presidente do CHEGA tinha alertado para o facto de os números que constam do RASI, elaborado pelo Governo com base nos números enviados pelas forças de segurança, não corresponderem à realidade. Aliás, o partido liderado por André Ventura chegou a propor uma Comissão Parlamentar de Inquérito para investigar os relatórios dos últimos dez anos.

Tal como no ano passado, o Presidente do CHEGA alerta para o facto de a “criminalidade que as pessoas veem e sentem no seu dia-a-dia não ser aquela que o RASI nos mostra todos os anos”.

*Com Agência Lusa.

Últimas de Política Nacional

André Ventura deixou um recado direto ao país: Portugal deve condenar a Rússia, mas não enviará jovens portugueses para morrer na Ucrânia. O candidato presidencial exige clareza dos líderes políticos e garante que, se for eleito, evitará qualquer participação militar portuguesa no conflito.
O debate presidencial entre André Ventura e António José Seguro foi o mais visto da semana, superando largamente todos os restantes. No extremo oposto, o duelo entre Gouveia e Melo e João Cotrim de Figueiredo ficou no fundo da tabela, com a pior audiência registada.
André Ventura, presidente do CHEGA, marcou as comemorações do 25 de Novembro, defendendo o legado dos militares que travaram a deriva extremista e reafirmando que Portugal deve celebrar quem garantiu a liberdade e não quem tentou destruí-la.
O antigo Presidente da República Ramalho Eanes considerou hoje “historicamente oportuna a decisão política e militar de rememorar o 25 de Novembro”, salientando que não se trata de celebrar a data mas dignificar a instituição militar e a nação.
O vereador do CHEGA na Câmara de Braga, Filipe Aguiar, pediu hoje uma "atuação firme" do município perante denúncias que apontam para a passagem de cerca de meia centena de atestados de residência para um T3 na cidade.
O líder parlamentar do CHEGA, Pedro Pinto, anunciou hoje que o seu partido vai votar contra a proposta de Orçamento do Estado para 2026 na votação final global, agendada para quinta-feira.
O CHEGA voltou a bater de frente com o Governo após o novo chumbo ao aumento das pensões. O partido acusa o Executivo de “asfixiar quem trabalhou uma vida inteira” enquanto se refugia na “desculpa eterna do défice”.
O Ministério Público instaurou um inquérito depois de uma denúncia para um “aumento inexplicável” do número de eleitores inscritos na Freguesia de Guiães, em Vila Real, que passou de 576 inscritos nas legislativas para 660 nas autárquicas.
A Procuradoria-Geral da República (PGR) reconheceu hoje que foram identificadas sete escutas em que o ex-primeiro-ministro era interveniente e que não foram comunicadas ao Supremo Tribunal de Justiça "por razões técnicas diversas".
Com uma carreira dedicada à medicina e ao Serviço Nacional de Saúde, o Prof. Horácio Costa traz agora a sua experiência para a política. Médico desde 1978, especialista em Cirurgia Plástica Reconstrutiva e Estética, fundador do único serviço europeu com três acreditações EBOPRAS e professor catedrático, Costa assume o papel de ministro-sombra da Saúde pelo CHEGA com a mesma dedicação que sempre marcou a sua carreira. Nesta entrevista ao Folha Nacional, o Prof. Horácio Costa fala sobre os principais desafios do SNS, a falta de profissionais de saúde, a reorganização das urgências e a valorização dos trabalhadores.