O Estado na Saúde – A arrogância fatal do Socialismo

A ideia de um sistema Universal de saúde, como aqueles que vinculam o sistema Português, Britânico e Brasileiro parece justo, confortável mas no entanto é compulsório (o seu financiamento com dinheiro público é obrigatório) e ineficiente por uma razão económica lógica:

Os recursos são escassos e as necessidades são infinitas. 

Ao contrário do que tem sido vendido à população pelos governos, não existe falta de médicos. Portugal tem médicos, no entanto legitimamente e como qualquer cidadão livre noutros sectores, estes buscam laborar onde possuem as melhores condições, donde se justifica a sua migração para o sector privado.

Portugal possui 578,3 médicos por 100 mil habitantes sendo que destes, apenas 220,7 pelos mesmos 100 mil habitantes se encontram no SNS. A perspectiva é que esta realidade se mantenha se considerarmos que, de acordo com dados do ANEM, 43% dos médicos desejem fazer carreira no sector privado após um ano de internato.

O problema do Sistema de Saúde em Portugal é crónico, porque é um sistema configurado de um modo insustentável, canalizado unicamente para as estruturas públicas que acabam por congestionar O sistema Único para o qual todos descontamos, sem que haja resposta. 

3,6 Milhões de Portugueses recorrem a seguros de saúde e acabam por pagar duplamente a saúde. (Impostos para o SNS + Seguro Privado).

O Peso do monopólio da saúde Estatal também é facilitador de situações de corrupção por parte dos governantes, como pudemos observar em situações como o recente caso de intervenção Presidencial e Governamental junto de Hospitais públicos com o objectivo de favorecer pessoas com quem existe uma relação pessoal.

Na realidade, o reconhecimento da insustentabilidade de uma saúde exclusivamente pública é feito de forma indirecta pelos governos Socialistas, que no caminho em providenciar as condições mínimas para se manterem no Poder, avançam e recuam entre a ideologia e o pragmatismo:

O poder central extingue as PPP, e autarcas Socialistas como em Loures querem-nas de volta, porque a realidade é crua e não perdoa quando colide com a ideologia, relembrando novamente que a saúde não pode ser monopolizada pelo Estado.

Finalmente, que solução?

De um ponto de vista que coloca os cidadãos no centro da acção, a fórmula não reside em nenhuma fábula de Marx, ou em sistemas que não funcionam, deste modo convido o leitor a observar os sistemas Europeus:

De acordo com os dados do Eurostat, em 2022, verificamos que a percentagem de População com necessidades insatisfeitas de cuidados médicos foi muito reduzida em Países como a Alemanha (0,3%) ou os Países Baixos (0,2%) em relação a Portugal (2,9%) e a Países com Sistemas idênticos ao nacional.

Os sistemas Alemão e Holandês, com eficiência comprovada e elevadas taxas de satisfação, não estão condicionados apenas à oferta pública, mas sim à existência de subsistemas (Publico, Privado, Social) que entre si têm a missão de garantir a eficácia do atendimento. 

Adaptando esta ideia a Portugal, seria necessário existir um ajuste fiscal que permitisse uma redução de impostos permitindo que os cidadãos aderissem a um subsistema de saúde da sua preferência sem que na prática tivesse de arcar com mais custos. À semelhança do que acontece na Alemanha, cidadãos em situação de desemprego e emergência social, bem como as crianças, continuariam a ser asseguradas pelo sistema público.

Esta fórmula, que tem sido vencedora onde já foi tentada, continua a ser arrasada pela narrativa da Esquerda, para quem as necessidades são secundárias já que é a ideologia o primeiro critério a preencher no discurso e na acção politica: O Estado deve providenciar tudo, mesmo que seja incapaz, mesmo que custe mais às pessoas:

O Estado acima de tudo, custe o que custar.

Neste momento de acentuada viragem política, é necessário ambição para apresentar um projecto para Portugal e podermos ser tão bons como os melhores, quebrando as correntes e amarras ideológicas que nos vêm agrilhoando desde que a Esquerda tomou conta de todos os sectores da vida dos cidadãos, e a “Direita” deixou.

Artigos do mesmo autor

As mais recentes notícias dão-nos conta de que nas próximas eleições Europeias, as sondagens apontam que há uma tendência para uma representatividade de partidos nacionalistas que na sua génese são eurocépticos, podendo mesmo ser vencedores em nove dos vinte e sete Estados membros. A confirmar-se esta tendência no acto eleitoral como chegámos aqui? “Os meus […]

Se é verdade que o ensino representa as bases para a criação das gerações que irão constituir a sociedade, deve ser motivo de reflexão colectiva, que este monopólio está entregue ao Estado desde o ensino primário, em Portugal. Existe um sistema público standard, profundamente dependente do Estado central que se atrapalha continuamente e tem vindo […]