O socialismo totalitário de Sacavém e Prior Velho

A União das Juntas de Freguesia de Sacavém e Prior Velho, tem dez elementos do PS, quatro do PCP, 3 do PSD, 1 do CHEGA e outro do BE. Ou seja, uma maioria absoluta do PS que faz o que quer e lhe apetece e onde a consulta a outros partidos não passa de uma intenção, definidora do que a democracia tem de pernicioso no que diz respeito às minorias. 

Sacavém é um velho lugar de quintas por onde passou Afonso Henriques aquando da tomada de Lisboa em 1147. Com o auxílio dos cruzados cercou e derrotou os mouros então donos da cidade. Parte das forças conjuntas desceram a partir de Santarém e ao longo do Tejo e da sua margem direita em direção a Sacavém, pequena aglomeração de habitações que formavam na altura um povoado à beira do rio. Era caminho único para quem caminhasse para Lisboa. E foi naquele pequeno aglomerado do delta do Trancão que, segundo a lenda, se travou a batalha de Sacavém com a vitória de Afonso Henriques. Desde então a agora cidade de Sacavém tem crescido. Antigamente sem separações políticas, mas sempre à sombra de uma capital que tudo seca à sua volta, não permitindo o desenvolvimento desejado. A partir de abril de 1974, as ideologias e os interesses dos políticos socialistas e comunistas, tomaram conta dos empregos e dos lugares da administração pública. Desde aí são donos de Sacavém e Prior Velho.

Sacavém é uma cidade velha que parece velha mal sai da cama.  Sem se banhar, sem se pentear e sem se pintar porque não vai a lado nenhum e não precisa de agradar a ninguém. Sabem porquê? Porque acha que não têm de agradar a gente velha e descuidada que, tal como ela não se preocupam com o aspeto. As paredes das casas estão por caiar, os seus chãos são húmidos, as ruas são frias e sinuosas com curvas desajeitadas que mais parecem garagens para carros onde a circulação se faz sempre com enorme dificuldade. Vista de cima, os telhados caoticamente distribuídos, não têm côr nem luz e parecem fotografias a preto e branco de uma paisagem dos anos vinte. Quando chove, os seus habitantes rezam para que as obras do caneiro resistam, os tampões da Filinto Ramalho não saltem e a praça da República não se transforme na piscina habitual. O Prior Velho, na sua maioria mais moderno, não deixa de ser um dormitório nas costas de uma zona industrial desordenada, onde os carros se amontoam por todos os lados, sem qualquer tipo de vigilância, sem polícia ou bombeiros, sem bancos, sem lugares para compras, sem ordem, sem nada. Nem sequer um acesso à segunda circular, mesmo ao lado e prometido há anos. Uma tristeza de vila.

Embora se notem melhoras desde que o social fascista Bernardino Soares, se foi embora o progresso de Sacavém e Prior Velho continua num “faz de conta”, que desgosta cada vez mais os seus habitantes. Aliás, a atitude da bancada socialista é disso prova nas assembleias da União das Juntas de Freguesia, que podem ser seguidas no YOUTUBE. Sempre agressivos, são uma prova de que a maioria, quando não sabe comportar-se, ou se sente confortavelmente instalada, está muito próxima da ditadura de que se dizem contra. 

A 13 de dezembro de 2023, apresentei uma moção de apoio e celebração ao 25 de novembro de 1975, a verdadeira porta de entrada na democracia. Só tive o apoio do PSD. Se quanto aos sociais fascistas e aos radicais burgueses, pouco ou nada me interessa a intenção de voto, já quanto ao PS, o caso é diferente. Não só porque na Assembleia Municipal. o voto foi aprovado numa maioria socialista, mas também porque toda a gente sabe do posicionamento do PS e de Mário Soares na vitória sobre as forças comunistas na data a celebrar. E das duas uma, ou o PS não sabe o que anda a fazer ou é, neste momento, radicalmente contra a memória do seu principal fundador. 

Quanto a mim e depois desta atitude, fiquei com a certeza de que ainda bem que não foram estes socialistas que ajudaram as forças da ordem no 25 de novembro de 1975. Por certo não estaria aqui comentando a atual e infeliz votação.

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