CHEGA tem resultado histórico e ultrapassa PRD de 1987

O CHEGA foi o grande vencedor das eleições legislativas do passado domingo, elegendo deputados em todo o território nacional com a exceção do distrito de Bragança, tendo alcançado a importante marca dos 18,01% dos votos, o que representa mais de 1 milhão e 100 mil votos e 48 mandatos até ao momento. Isto porque, para fechar o apuramento total dos resultados, ainda falta eleger os quatro mandatos do círculo eleitoral da Europa e de Fora da Europa.

© Folha Nacional

André Ventura declarou na noite das eleições que os portugueses deram à direita um mandato para governar Portugal e enfatizou que apenas um partido “muito irresponsável” permitiria ao PS governar. “O povo disse que a direita tem de governar e pediu à direita para governar. O nosso mandato, portuguesas e portugueses, é para governar Portugal nos próximos quatro anos”, afirmou o Presidente do CHEGA. 

Defendeu ainda um acordo de governo com o PSD, afirmando que o CHEGA tudo fará para proporcionar uma alternativa ao socialismo nos próximos anos. “Não é o que quereríamos, mas é o que o país tem neste momento. Só um líder e um partido muito irresponsável deixarão o PS governar quando temos na nossa mão a possibilidade de fazer um governo de mudança”, defendeu.

Ventura destacou os resultados eleitorais do CHEGA, considerando que o partido teve uma “grande noite” ultrapassando um milhão de votos e quadruplicando os resultados anteriores, fazendo com que o bipartidarismo chegasse ao fim em Portugal, tendo inclusivamente ficado à frente no distrito de Faro.

“O povo transmitiu hoje uma mensagem poderosa ao coração da democracia. Não quer passado, nem desfile de passado, nem de esqueletos. Os portugueses querem futuro e votaram no único partido que lhes deu e lhes garantiu esse futuro”, assinalou.

Apontando que “o CHEGA pediu para se tornar na peça central do sistema político e alcançou esse resultado”, Ventura alertou que “pode bloquear tudo, do qual dependerá [a aprovação do] Orçamento do Estado]”, mas saberá também “ser responsável e saberá ceder em algumas coisas”.

Ventura expressou o desejo de formar um Governo e afirmou que os eleitores fizeram um ajuste de contas com a história do país após o 25 de Abril, reduzindo de forma drástica a influência da extrema-esquerda. 

Apontou ainda ao Presidente da República, afirmando que “esta é uma vitória que tem de ser ouvida em muitos locais deste país esta noite. Tem de ser ouvida no Palácio de Belém, onde um Presidente da República procurou à última hora condicionar o voto dos portugueses”. A este propósito, Ventura salientou que os eleitores “sabiam o que queriam”, não se deixaram condicionar, e “disseram direitinho ao Palácio de Belém quem escolhe são os portugueses”.

O líder do CHEGA afirmou ainda que o seu partido foi o “mais perseguido em toda a história da democracia portuguesa” e disse esperar que jornalistas e comentadores “engulam algumas palavras que disseram”, tendo também cumprimentado aqueles “que fizeram o seu trabalho de forma isenta”.

Por fim, desafiou “alguns diretores de empresas de sondagens a demitirem-se”, pelas falhas flagrantes nas projeções dos resultados, nomeadamente pelo vaticínio de que o CHEGA estava a ‘perder gás’ na última semana de campanha.

Últimas de Política Nacional

O presidente do CHEGA disse hoje esperar que o Presidente da República não seja “um obstáculo ao controlo da imigração e segurança” no país, apelando à promulgação urgente das alterações à lei de estrangeiros aprovada pelo Parlamento.
A Comissão Europeia propõe que Portugal receba 33,5 mil milhões de euros, incluindo para a coesão e agricultura, no âmbito do plano de parceria nacional e regional ao abrigo do novo orçamento da União Europeia (UE) até 2034.
Cerca de 85% dos fogos no país têm mão criminosa
A cabeça de lista do PAN por Santarém nas últimas legislativas, Vera Matos, apresentou a sua demissão da Comissão Política Nacional e desfiliou-se do partido, sendo a sexta saída da direção desde maio.
A Inspeção-Geral das Atividades em Saúde abriu uma inspeção ao caso do hospital de Braga, que fez vários contratos com a empresa do diretor de serviço de Oftalmologia, que acumulava funções de coordenação no privado.
O líder do CHEGA quer ver plasmada no Orçamento do Estado para 2026 a criação de centros de deportação, uma polícia de fiscalização de subsídios e o suplemento aos polícias da Unidade de Estrangeiros e Fronteiras.
André Ventura criticou duramente o Governo e o programa Creche Feliz, acusando o PS de beneficiar apenas os seus. No discurso, disse que o “Estado da Nação é de podridão e de desilusão” e desafiou o Executivo a falar menos “tretas” e mais sobre soluções para a Saúde.
A antiga dirigente do PAN Carolina Pia apresentou uma participação disciplinar contra a porta-voz do partido por alegada perseguição política e assédio, mas a queixa foi rejeitada sem discussão e foi aberto um processo disciplinar contra a queixosa.
O primeiro-ministro abre hoje o último debate político antes das férias parlamentares, uma discussão que deverá ficar marcada por matérias como imigração e saúde e pela forma como o Governo PSD/CDS-PP tem negociado no parlamento.
Os antigos ministros da Cultura Pedro Adão e Silva e Graça Fonseca vão ser chamados ao parlamento para serem ouvidos sobre o funcionamento e a gestão do Fundo de Fomento Cultural, após aprovação, hoje, de um requerimento.