Na conferência de imprensa que se seguiu à reunião de política monetária do BCE, a presidente da instituição, Christine Lagarde, disse que o banco central depende dos dados e não da Fed, embora tudo o que se passe nos outros países seja importante na hora de definir a sua política monetária e as suas previsões.
As declarações da presidente do BCE foram feitas depois de ter sido anunciado na quarta-feira que a inflação acelerou em março nos Estados Unidos, o que pode comprometer uma descida das taxas de juro da Fed que era esperada para junho.
Lagarde sublinhou que o mandato do BCE é manter a estabilidade de preços na zona euro e trabalhar com os cidadãos europeus, pelo que as suas decisões se baseiam principalmente em dados relacionados com esta área.
A presidente do BCE disse ainda que a origem da inflação nos Estados Unidos e na zona euro foi diferente, o mesmo sucedendo com a resposta política ou a dinâmica dos consumidores, pelo que as medidas têm sido diferentes.
Neste sentido, Lagarde recusou especular sobre as possíveis decisões de política monetária que posam ser adotadas pela Fed depois de ter sido confirmado que a inflação nos Estados Unidos subiu três décimas em março para 3,5%.
Na zona euro, a taxa de inflação homóloga abrandou em março para 2,4%, face aos 2,6% de fevereiro, segundo uma estimativa rápida divulgada pelo Eurostat na semana passada.
O BCE deixou hoje as taxas de juro inalteradas, com a principal taxa de refinanciamento em 4,5%, o nível mais alto desde 2001, mas mostrou-se aberto a reduzi-las se a inflação continuar a sua dinâmica de descida.