Estado já não vai ter de pagar 23,5 milhões de euros aos CTT que lamentam decisão do Supremo

O Estado já não vai ter de pagar 23,5 milhões de euros aos CTT, na sequência da decisão do Supremo Tribunal Administrativo de revogar o acórdão do Tribunal Arbitral, com a empresa a "lamentar profundamente" a deliberação.

© CTT Image Archive

Em comunicado, enviado à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM) na terça-feira à noite, os CTT adiantam que, “na sequência do comunicado de 1 de outubro de 2023, informam terem sido notificados da decisão do Supremo Tribunal Administrativo no sentido de revogar o acórdão proferido pelo Tribunal Arbitral, o qual, por unanimidade, tinha condenado o Estado a pagar aos CTT” um total de 23,5 milhões de euros.

Ou seja, “6.785.781 euros a título de compensação pelos prejuízos decorrentes dos efeitos da pandemia covid-19 e 16.769.864 euros pela prorrogação unilateral do Contrato de Concessão no ano de 2021”.

Esta decisão, “aprovada por um coletivo de três juízes, teve um voto de vencido relativo à parte” referente à verba a pagar a título de compensação pelos prejuízos decorrentes dos efeitos da pandemia covid-19, referem os Correios.

Num outro comunicado, a empresa liderada por João Bento afirma que “foi com grande surpresa que os CTT foram informados da decisão do Supremo Tribunal Administrativo, que revoga o acórdão de setembro de 2023 do Tribunal Arbitral que, por unanimidade, condenou o Estado a pagar aos CTT o valor global de 23.555.645 euros, a título de compensação pelos efeitos da pandemia sobre a exploração do Serviço Postal Universal e para reposição do equilíbrio financeiro do contrato, relativo ao ano de 2021”.

Em 11 de junho de 2021, “na sequência de contactos vários com o Governo, os CTT, seguindo a indicação do mesmo, recorreram à via arbitral para exercer o seu direito à compensação”, relatam os Correios.

“Seguiu-se um processo complexo, com análise de prova muito detalhada que permitiu aos CTT provar as suas alegações, com sucesso: em 27 de setembro de 2023, o Tribunal Arbitral decidiu a favor dos CTT, numa decisão unânime, equilibrada e bem fundamentada do ponto de vista dos factos e do direito”, prosseguem.

Os Correios de Portugal referem que, “quanto ao impacto da pandemia covid-19, o Tribunal condenou o Estado a pagar aos CTT o montante de 6.785.781 euros, apurado segundo juízos de equidade e que corresponde ao valor necessário para cobrir os ‘prejuízos efetivamente sofridos pelos CTT’ no ano de 2020, por entender que a pandemia configura uma alteração anormal das circunstâncias que teve impacto negativo na execução do Contrato de Concessão, ou seja, reconhecendo o direito dos CTT a ser ressarcido pelo prejuízo efetivamente sofrido de acordo com as contas auditadas”.

Quanto à prorrogação unilateral do Contrato de Concessão, “o Tribunal condenou o Estado ao pagamento de 16.769.864 euros para reposição do equilíbrio financeiro do contrato do ano de 2021”.

Perante isto, “os CTT lamentam profundamente esta decisão do Supremo Tribunal Administrativo, sendo de notar que foi proferida em menos de quatro meses”.

Últimas de Economia

A Comissão Europeia estima que os preços da habitação em Portugal estejam sobrevalorizados em 25%, sendo esta a percentagem atual mais elevada na União Europeia (UE), sendo também um dos piores países nas variações no poder de compra.
A Comissão Europeia vai propor esta terça-feira um alívio nas regras de ajudas estatais da União Europeia e limites ao alojamento local para promover acesso à habitação acessível no espaço comunitário, sendo Lisboa uma das cidades comunitárias mais pressionadas.
Dez instituições sociais açorianas não vão pagar o subsídio de Natal aos trabalhadores por dificuldades financeiras devido a atrasos da República nas transferências e o Governo Regional disse hoje que está disponível para ajudar a ultrapassar o problema.
Metade dos pensionistas por velhice recebia uma pensão abaixo dos 462 euros, apesar de a média de 645 euros, segundo dados analisados por economistas do Banco de Portugal (BdP), que assinalam ainda as diferenças entre géneros.
O número de passageiros movimentados nos aeroportos nacionais aumentou 4,7% até outubro, face ao mesmo período de 2024, para 63,869 milhões, segundo dados divulgados hoje pelo Instituto Nacional de Estatística (INE).
Segundo um relatório do INE realizado em 2025 sobre rendimentos do ano anterior indicam que 15,4% das pessoas estavam em risco de pobreza em 2024, menos 1,2 pontos percentuais (p.p.) do que em 2023.
As exportações de bens caíram 5,2% e as importações recuaram 3% em outubro, em termos homólogos, sendo esta a primeira queda das importações desde junho de 2024, divulgou hoje o INE.
O número de trabalhadores efetivamente despedidos em processos de despedimentos coletivos aumentou 16,4% até outubro face ao período homólogo, totalizando os 5.774, superando o total de todo o ano passado, segundo os dados divulgados pela DGERT.
Os custos de construção de habitação nova aumentaram 4,5% em outubro face ao mesmo mês do ano passado, com a mão-de-obra a subir 8,3% e os materiais 1,3%, de acordo com dados hoje divulgados pelo INE.
Os consumidores em Portugal contrataram em outubro 855 milhões de euros em crédito ao consumo, numa subida homóloga acumulada de 11,3%, enquanto o número de novos contratos subiu 4%, para 157.367, divulgou hoje o Banco de Portugal (BdP).