Supremo Tribunal do Brasil anula decisões contra Marcelo Odebrecht na Lava Jato

O Supremo Tribunal Federal do Brasil anulou as sentenças de um tribunal regional, que condenou o antigo presidente e herdeiro da construtora Odebrecht por corrupção no âmbito da operação Lava Jato.

© Facebook de Marcelo Odebrecht

 

A decisão do juiz José Antonio Días Tofolli, divulgada na terça-feira, não abrange as decisões derivadas do acordo judicial aceite por Marcelo Odebrecht, que admitiu a culpa e testemunhou contra os cúmplices em troca de uma pena mais leve.

Além de anular as decisões de um tribunal federal de Curitiba, no sul do Brasil, o magistrado também suspendeu todos os processos criminais abertos contra o empresário, que liderou a Odebrecht entre 2008 e 2015.

Dias Toffoli concluiu que alguns agentes da operação Lava Jato “adotaram medidas arbitrárias na condução dos processos contra o empresário”, agindo com parcialidade e fora da sua esfera de competência.

A decisão do magistrado surgiu em resposta a um pedido da defesa de Marcelo Odebrecht, que alegou que o caso do empresário era semelhante ao de outros réus da operação Lava Jato cujas condenações foram anuladas por irregularidades nas investigações.

Em setembro, o mesmo juiz tinha considerado como não válidas todas as provas obtidas através de acordos de colaboração com a construtora Odebrecht, que afetaram políticos e empresários do Brasil e de outros países.

Isto após um pedido feito pela defesa do atual Presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, que passou 580 dias na prisão condenado por corrupção e lavagem de dinheiro num processo que foi posteriormente anulado, baseado em parte nas provas apresentadas pela Odebrecht.

A maior parte das condenações de Marcelo Odebrecht anuladas na terça-feira foram proferidas pelo então juiz Sergio Moro, autor das sentenças contra Lula da Silva e que posteriormente foi ministro da Justiça no Governo de Jair Bolsonaro (2019-2022).

Últimas do Mundo

O antigo primeiro-ministro malaio Najib Razak foi hoje condenado a 15 anos de prisão por corrupção no fundo de investimento estatal 1Malaysia Development Berhad (1MDB).
A Comissão Europeia aprovou o pedido do Governo português para reprogramar os fundos europeus do PT2030, bem como dos programas operacionais regionais do atual quadro comunitário de apoio.
A autoridade da concorrência italiana aplicou esta terça-feira uma multa de 255,8 milhões de euros à companhia aérea de baixo custo irlandesa Ryanair por abuso de posição dominante, considerando que impediu a compra de voos pelas agências de viagens.
A Amazon anunciou ter bloqueado mais de 1.800 candidaturas suspeitas de estarem ligadas à Coreia do Norte, quando crescem acusações de que Pyongyang utiliza profissionais de informática para contornar sanções e financiar o programa de armamento.
Os presumíveis autores do ataque terrorista de 14 de dezembro em Sydney lançaram explosivos que não chegaram a detonar durante o ataque na praia de Bondi, onde morreram 16 pessoas, incluindo um dos agressores, segundo documentos revelados hoje.
Milhares de pessoas traficadas para centros de burlas no Sudeste Asiático sofrem tortura e são forçados a enganar outras em todo o mundo, numa indústria multimilionária de escravidão moderna. À Lusa, sobreviventes e associações testemunharam a violência.
O Centro Europeu de Prevenção e Controlo de Doenças (ECDC) alertou para o aumento das infeções sexualmente transmissíveis entre jovens, particularmente a gonorreia, e defendeu que a educação sobre esta matéria em contexto escolar é crucial.
A Polícia Judiciária (PJ) está a colaborar com a investigação norte-americana ao homicídio do físico português Nuno Loureiro, estando em contacto com as autoridades e “a prestar todo o suporte necessário às investigações em curso”.
Uma celebração judaica transformou-se num cenário de terror na praia de Bondi, em Sydney. Pai e filho abriram fogo sobre centenas de pessoas, provocando pelo menos 15 mortos e mais de 40 feridos.
O Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) alertou hoje que uma em cada dez crianças no mundo vai precisar de ajuda no próximo ano, com o Sudão e Gaza a registarem as piores emergências infantis.