“Não devemos esquecer que, de acordo com a tradição judaica, não há maior mandamento do que resgatar cativos e reféns, especialmente quando são cidadãos israelitas que o Estado de Israel não foi capaz de defender”, disse Herzog numa conferência na Universidade Hebraica de Jerusalém.
Herzog agradeceu ao Presidente dos Estados Unidos o impulso para uma nova proposta de acordo, que Joe Biden anunciou na sexta-feira à noite, e “pelos esforços contínuos para conseguir a libertação de todos os reféns detidos pelo Hamas”.
O Presidente disse que falou com Netanyahu sobre a proposta e que lhe prometeu “apoio total” para fechar um acordo.
“É nossa obrigação inerente trazê-los [os reféns] de volta para casa no âmbito de um acordo que preserve os interesses de segurança do Estado de Israel”, afirmou, citado pela agência espanhola EFE.
Segundo Israel, 121 reféns ainda estão na Faixa de Gaza, embora se tema que muitos deles poderão estar mortos.
A proposta anunciada por Biden, com o aval de Israel, prevê um cessar-fogo faseado, que numa segunda fase inclui a cessação definitiva das hostilidades e a saída das tropas israelitas de Gaza.
Para Netanyahu, a proposta não contradiz os principais objetivos da guerra, que são “acabar com o Hamas e trazer de volta todos os reféns”.
O Hamas acolheu positivamente o projeto, mas exigiu informações mais pormenorizadas sobre as diferentes fases do acordo.
A ala mais dura do governo israelita, representada pelos ministros de extrema-direita Bezalel Smotrich e Itamar Ben Gvir, ameaçou abandonar a coligação se Israel aceitar o acordo.
Argumentaram que o acordo impediria o principal objetivo da guerra, que consideram ser o desmantelamento do Hamas.
Ambos lideram os partidos Sionismo Religioso e Poder Judaico, que juntos somam 14 assentos no Knesset (parlamento israelita), cruciais para que o governo de Netanyahu não caia.
O líder da oposição, o centrista Yaid Lapid, pediu no sábado a Netanyahu que aceite o acordo e comprometeu-se a não derrubar o governo para que o pacto possa ser concretizado.
O líder do centro-direita, Benny Gantz, que integra o gabinete de guerra, apelou para que o gabinete se reunisse o mais rapidamente possível para “formular os próximos passos” e finalizar o acordo.
Israel lançou a ofensiva em Gaza depois de ter sido atacado pelo Hamas em 07 de outubro de 2023, numa ação sem precedentes que causou cerca de 1.200 mortos e duas centenas de reféns, segundo as autoridades.
O Hamas, que controla a Faixa de Gaza desde 2007, disse que a ofensiva lançada por Israel depois do ataque já provocou mais de 36.300 mortos e a destruição de muitas infraestruturas do enclave palestiniano.