Medina tentou pressionar ex-presidente da Águas de Portugal

Em causa estava a distribuição de dividendos ao Estado, com o objetivo de reduzir da dívida de 2023.

© Folha Nacional

O ex-presidente do Grupo Águas de Portugal (AdP), José Furtado, rejeitou esta quarta-feira ter cedido a pressões do ex-ministro das Finanças Fernando Medina para a distribuição de dividendos ao Estado, com o objetivo de reduzir da dívida de 2023.

Numa audição na Comissão de Orçamento, Finanças a Administração Pública, na Assembleia da República, o gestor reconheceu que houve, “de facto, uma tensão” nesta questão, entre acionista (Estado) e gestão, mas assegurou que a administração do grupo “não se deixou pressionar”.

“Não considero que cedi a pressões, não cedi a pressão nenhuma”, assegurou.

“Ao Conselho de Administração compete articular com equilíbrio e sensatez o seu quadro de obrigações, conjugando as legítimas exigências do acionista com as inalienáveis responsabilidades dos gestores”, explicou.

José Furtado assegurou que, “de forma empenhada e construtiva, coube à gestão explorar todas as alternativas que não produzissem um impacto significativo nos fundos próprios”.

“Eu não me deixo pressionar e não me deixo forçar e não admito ingerências e interferências”, garantiu aos deputados.

José Furtado considerou ainda que esta é uma situação “normal” no quadro das relações entre acionistas e gestores.

“Há de facto uma tensão durante este processo, no exercício das duas legitimidades e obviamente a gestão da AdP não se deixou pressionar”, destacou.

Segundo o ex-presidente do grupo, “a gestão não estava confortada com a situação de redução de fundos próprios e acabou por estar confortada com uma que não prejudique esses fundos próprios”.

José Furtado assegurou ainda que não sentiu “falta de confiança” por parte do Governo, apontando a conversa que teve com o então primeiro-ministro, António Costa, que assumiu que a empresa teria um aumento de capital para que o grupo “não fosse penalizado”.

O ex-presidente da AdP respondia a perguntas dos deputados, tendo Paulo Núncio, do CDS, lido o conteúdo de emails entre a anterior gestão do grupo e a tutela de Medina, a propósito da distribuição extraordinária de dividendos.

Em causa está um pedido, no final do ano passado, por parte do Ministério das Finanças, para uma distribuição de 100 milhões de euros de dividendos da empresa ao Estado.

Além do ex-presidente do Grupo Águas de Portugal, na quinta-feira serão ouvidos o presidente da NAV Portugal, Pedro Ângelo, e a presidente da Imprensa Nacional Casa da Moeda, Dora Moita.

Estas audições foram pedidas pelo CDS-PP, tendo em conta os dividendos extraídos destas empresas públicas e o seu impacto na redução da dívida pública, um tema que consta da análise feita pela UTAO (Unidade Técnica de Apoio Orçamental).

Num relatório sobre condições dos mercados, dívida pública e dívida externa até março, divulgada em 10 de abril, a UTAO considera que o acréscimo substancial dos fatores de consolidação da dívida pública em 2023 resulta dos excedentes orçamentais e da “busca deliberada de aplicações em títulos”, indicando que este acréscimo de aplicações de unidades orgânicas em instrumentos de dívida resultará em alguns casos “de meras opções de gestão”, havendo também casos em que “as opções de gestão financeira foram condicionadas por orientações do Governo”.

O documento do organismo liderado por Rui Baleiras classifica a redução da dívida pública como “artificial”.

Últimas de Política Nacional

O candidato presidencial e presidente do CHEGA, André Ventura, considerou hoje que, se a greve geral de 11 de dezembro, convocada pela CGTP e pela UGT, avançar, é “culpa” da forma “atabalhoada” com que o Governo tratou a questão.
Cerca de cem delegados vão debater o futuro do SNS e definir o plano de ação da Federação Nacional dos Médicos (Fnam) para os próximos três anos no congresso que decorre no sábado e domingo, em Viana do Castelo.
Portugal submeteu hoje à Comissão Europeia o oitavo pedido de pagamento do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR), com a comprovação de 22 marcos e metas.
O candidato presidencial e Presidente do CHEGA, André Ventura, reafirmou esta sexta-feira, em conferência de imprensa, que o partido vai entregar no parlamento um voto de condenação ao discurso do Presidente de Angola, João Lourenço, proferido nas comemorações do 50.º aniversário da independência angolana.
O Grupo Parlamentar do CHEGA apresentou na Assembleia da República um projeto de resolução que recomenda ao Governo a suspensão imediata do Manual de Recomendações Técnicas Relativo ao Acompanhamento de Pessoas Transgénero Privadas de Liberdade, aprovado em 2022.
O presidente do CHEGA acusou hoje o PS de “traição ao povo português” por requerer ao Tribunal Constitucional a fiscalização preventiva da constitucionalidade da Lei da Nacionalidade e apelou à celeridade da decisão.
A Entidade Reguladora para a Comunicação Social (ERC) recomendou hoje o alargamento do acordo entre operadores de televisão para realizar os debates presidenciais, depois da queixa apresentada pela Medialivre, dona do Correio da Manhã.
A ministra da Saúde, Ana Paula Martins, disse hoje que dado o investimento que é feito no setor, este já devia ter evoluído mais, atribuindo essa falta de evolução à forma como está organizado, daí a necessidade de reformas.
Em visita à Feira Nacional do Cavalo, na Golegã, André Ventura, candidato presidencial apoiado pelo CHEGA, afirmou que o mundo rural “deveria ter muito mais importância no debate político” e sublinhou a necessidade de defender “os grandes símbolos do país rural”, que considera frequentemente esquecidos pelas forças políticas do sistema.
O CHEGA apresentou uma proposta de alteração ao Orçamento do Estado para 2026 que pretende que estrangeiros não residentes, sem seguro ou qualquer acordo internacional, passem a assumir os custos dos cuidados de saúde prestados no Serviço Nacional de Saúde