Parlamento Europeu elege novo presidente e decide sobre Von der Leyen para Comissão

O Parlamento Europeu vai, na sessão plenária da próxima semana, eleger o novo presidente na primeira parte do novo mandato e decidir se aprova Ursula von der Leyen para segundo mandato à frente da Comissão, ainda não garantido.

© D.R.

 

A primeira sessão plenária do novo ciclo institucional da União Europeia (UE) arranca na terça-feira e decorre até sexta-feira na cidade francesa de Estrasburgo, começando desde logo nessa manhã com a eleição do novo líder da assembleia europeia para um período de dois anos e meio (primeira metade do mandato).

O nome mais provável é o da maltesa Roberta Metsola (do Partido Popular Europeu), a única candidata conhecida até ao momento e que se tornou presidente do Parlamento Europeu em janeiro de 2022, esperando agora ser reeleita no cargo numa votação secreta que requer a maioria absoluta dos votos válidos expressos, isto é, 50% dos eurodeputados mais um (361 dos 720 parlamentares).

Mas se esta reeleição parece quase garantida, de acordo com fontes europeias, o mesmo não se aplica à escolha da alemã Ursula von der Leyen, que na semana passada se reuniu com algumas bancadas parlamentares (como Socialistas, Liberais e Verdes) para apelar ao aval destes eurodeputados.

É o Parlamento Europeu que tem de aprovar, após a proposta do Conselho Europeu feita no final de junho, o novo presidente da Comissão por maioria absoluta (metade de todos os eurodeputados mais um), com Ursula von der Leyen a ter de obter ‘luz verde’ de pelo menos 361 parlamentares (entre 720).

Enquanto primeira mulher na presidência da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen foi aprovada pelo Parlamento Europeu em julho de 2019 com 383 votos a favor, 327 contra e 22 abstenções, numa votação renhida.

Com a maior fragmentação partidária deste novo mandato, a recondução no cargo (em 2019 foi eleita sem ser candidata) ainda não é garantida e têm sido, aliás, vários os parlamentares a ameaçar não a apoiar, alegando que Ursula von der Leyen está demasiado ligada à ala conservadora ou criticando a sua postura para externalização da migração e com recuos nas metas climáticas.

Durante a sua campanha eleitoral, a responsável garantiu que só cooperaria com partidos pró-Ucrânia, pró-Europa e projeto europeu e que defendessem o Estado de direito, mas ainda não é claro se irá colaborar com os Conservadores e Reformistas Europeus – que juntam partidos de direita radical como o polaco Lei e Justiça ou o italiano Irmãos de Itália -, o que poderia pôr em causa o apoio dos Socialistas, Liberais e Verdes (além dos eurodeputados do seu partido, de centro-direita).

Esta votação decorre na quinta-feira, penúltimo dia da sessão plenária, que começa com uma intervenção de Ursula von der Leyen a apelar ao voto dos eurodeputados para um novo mandato de cinco anos e a apresentar as suas propostas políticas, seguido de debate, e que termina então com a votação secreta em papel.

Ursula von der Leyen é presidente da Comissão desde dezembro de 2019 e foi a candidata cabeça de lista do Partido Popular Europeu nas eleições europeias de 06 a 09 de junho.

Se na quinta-feira o nome da responsável não obtiver a maioria exigida, o presidente do Parlamento Europeu convidará o Conselho Europeu a apresentar um outro no prazo de um mês, para uma nova votação.

Dadas as eleições europeias e as recentes alterações partidárias no Parlamento Europeu, o Partido Popular Europeu dispõe de mais lugares (188), seguido pelos Socialistas (136), pelo novo partido de direita radical Patriotas pela Europa (84), Conservadores e Reformistas (78) e Liberais (77), Verdes (53) e Esquerda (46), de acordo com a mais recente distribuição.

Nesta primeira sessão plenária em Estrasburgo, serão ainda eleitos os novos 14 vice-presidentes do Parlamento Europeu e os cinco questores, entre terça e quarta-feira, bem como organizar as comissões parlamentares, cuja composição será anunciada na sexta-feira.

Últimas de Política Internacional

A Comissão Europeia anunciou hoje uma investigação formal para avaliar se a nova política da `gigante` tecnológica Meta, de acesso restrito de fornecedores de inteligência artificial à plataforma de conversação WhatsApp, viola regras de concorrência da União Europeia.
O Sindicato de Trabalhadores da Imprensa na Venezuela (SNTP) e o Colégio de Jornalistas (CNP), entidade responsável pela atribuição da carteira profissional, denunciaram hoje a detenção de um jornalista que noticiou a existência de um buraco numa avenida.
O Tribunal Constitucional da Polónia ordenou hoje a proibição imediata do Partido Comunista da Polónia (KPP), alegando que os objetivos e atividades do partido, refundado em 2002, violam a Constituição.
A Administração Trump suspendeu todos os pedidos de imigração provenientes de 19 países considerados de alto risco, dias após um tiroteio em Washington que envolveu um cidadão afegão, anunciou o Departamento de Segurança Interna dos Estados Unidos.
Federica Mogherini, reitora do Colégio da Europa e ex-chefe da diplomacia da União Europeia (UE), foi indiciada pelos crimes de corrupção, fraude, conflito de interesse e violação de segredo profissional, revelou a Procuradoria Europeia.
O Presidente ucraniano apelou hoje para o fim da guerra, em vez de apenas uma cessação temporária das hostilidades, no dia de conversações em Moscovo entre a Rússia e os Estados Unidos sobre a Ucrânia.
O primeiro-ministro de Espanha, Pedro Sánchez, considerou hoje que a situação na Catalunha só se normalizará totalmente se o líder separatista Carles Puigdemont for amnistiado e regressar à região, tendo reconhecido "a gravidade da crise política" que enfrenta.
A Comissão Europeia confirmou hoje que foram realizadas buscas nas instalações do Serviço de Ação Externa da União Europeia (UE), em Bruxelas, mas rejeitou confirmar se os três detidos são funcionários do executivo comunitário.
A ex-vice-presidente da Comissão Europeia e atual reitora da Universidade da Europa Federica Mogherini foi detida hoje na sequência de buscas feitas pela Procuradoria Europeia por suspeita de fraude, disse à Lusa fonte ligada ao processo.
Mais de 20 mil munições do Exército alemão foram roubadas durante um transporte, em Burg, leste da Alemanha noticiou hoje a revista Der Spiegel acrescentando que o Governo considerou muito grave este desaparecimento.