Governo admite relação dos fogos com alterações climáticas

A ministra do Ambiente e Energia admitiu uma relação entre as alterações climáticas e os incêndios que atingiram na semana passada Portugal, embora sublinhando o impacto dos "fatores humanos".

© Folha Nacional

“Há sempre uma parte que é relacionada com as alterações climáticas. Não é só, mas é evidente que as condições tão invulgares que se deram naqueles três dias, tanto do calor, como do vento, como da humidade muito baixa, tem muito a ver com tudo o que é alterações climáticas”, afirmou aos jornalistas a ministra Maria da Graça Carvalho, em Nova Iorque, à margem da Cimeira do Futuro.

“Mas não é só. Há toda uma organização da floresta, processos de limpar a floresta, muitos outros fatores humanos que também estão na origem destes fenómenos”, acrescentou.

Nove pessoas morreram e mais de 170 ficaram feridas em consequência dos incêndios que atingiram na passada semana sobretudo as regiões Norte e Centro de Portugal.

Os incêndios florestais consumiram, entre os dias 15 e 20 de setembro, cerca de 135.000 hectares, totalizando este ano a área ardida em Portugal quase 147.000 hectares, a terceira maior da década, indicou o sistema europeu Copernicus.

Maria da Graça Carvalho sublinhou que a questão das alterações climáticas “está presente e é uma realidade para todos”, destacando que, “enquanto há uns anos era tido como um tema mais lateral, neste momento todas as pessoas têm consciência das alterações climáticas”.

“As consequências e os impactos das alterações climáticas são já muito visíveis. Em Portugal tivemos os terríveis incêndios. Temos também todos os anos cada vez mais problemas na nossa costa. Este ano tivemos que fazer intervenções muito dispendiosas na costa portuguesa, no fundo, porque estamos sujeitos a uma grande erosão. (…) Intervenções muito caras, mas para defender e proteger uma costa que é lindíssima. E proteger também as pessoas que lá vivem”, disse.

A governante salientou que a luta contra as alterações climáticas se faz em vários níveis e que, a curto prazo, há um grupo de trabalho coordenado pelo ministro da Coesão dedicado às áreas mais atingidas pelos incêndios, com o apoio do Ministério do Ambiente, especialmente na questão da qualidade da água, que pode ser afetada pelas cinzas, mas também da biodiversidade e de equipamentos ambientais.

Questionada sobre se o Governo está preocupado com a qualidade da água nos concelhos mais afetados pelos incêndios, a ministra do Ambiente admitiu que sim.

“Desde o primeiro momento, a Agência Portuguesa do Ambiente, que é a Autoridade Nacional da Água, está no terreno, nomeadamente na zona de Aveiro, que foi uma das mais atingidas, para fazer retenção de cinzas, para que elas não contaminem as águas”, indicou.

Últimas de Política Nacional

André Ventura deixou um recado direto ao país: Portugal deve condenar a Rússia, mas não enviará jovens portugueses para morrer na Ucrânia. O candidato presidencial exige clareza dos líderes políticos e garante que, se for eleito, evitará qualquer participação militar portuguesa no conflito.
O debate presidencial entre André Ventura e António José Seguro foi o mais visto da semana, superando largamente todos os restantes. No extremo oposto, o duelo entre Gouveia e Melo e João Cotrim de Figueiredo ficou no fundo da tabela, com a pior audiência registada.
André Ventura, presidente do CHEGA, marcou as comemorações do 25 de Novembro, defendendo o legado dos militares que travaram a deriva extremista e reafirmando que Portugal deve celebrar quem garantiu a liberdade e não quem tentou destruí-la.
O antigo Presidente da República Ramalho Eanes considerou hoje “historicamente oportuna a decisão política e militar de rememorar o 25 de Novembro”, salientando que não se trata de celebrar a data mas dignificar a instituição militar e a nação.
O vereador do CHEGA na Câmara de Braga, Filipe Aguiar, pediu hoje uma "atuação firme" do município perante denúncias que apontam para a passagem de cerca de meia centena de atestados de residência para um T3 na cidade.
O líder parlamentar do CHEGA, Pedro Pinto, anunciou hoje que o seu partido vai votar contra a proposta de Orçamento do Estado para 2026 na votação final global, agendada para quinta-feira.
O CHEGA voltou a bater de frente com o Governo após o novo chumbo ao aumento das pensões. O partido acusa o Executivo de “asfixiar quem trabalhou uma vida inteira” enquanto se refugia na “desculpa eterna do défice”.
O Ministério Público instaurou um inquérito depois de uma denúncia para um “aumento inexplicável” do número de eleitores inscritos na Freguesia de Guiães, em Vila Real, que passou de 576 inscritos nas legislativas para 660 nas autárquicas.
A Procuradoria-Geral da República (PGR) reconheceu hoje que foram identificadas sete escutas em que o ex-primeiro-ministro era interveniente e que não foram comunicadas ao Supremo Tribunal de Justiça "por razões técnicas diversas".
Com uma carreira dedicada à medicina e ao Serviço Nacional de Saúde, o Prof. Horácio Costa traz agora a sua experiência para a política. Médico desde 1978, especialista em Cirurgia Plástica Reconstrutiva e Estética, fundador do único serviço europeu com três acreditações EBOPRAS e professor catedrático, Costa assume o papel de ministro-sombra da Saúde pelo CHEGA com a mesma dedicação que sempre marcou a sua carreira. Nesta entrevista ao Folha Nacional, o Prof. Horácio Costa fala sobre os principais desafios do SNS, a falta de profissionais de saúde, a reorganização das urgências e a valorização dos trabalhadores.