Maria Luís Albuquerque questionada na quarta-feira pelos eurodeputados

A comissária europeia nomeada por Portugal para a pasta dos Serviços Financeiros, Maria Luís Albuquerque, será ouvida na quarta-feira pelos eurodeputados da tutela para ter aval do Parlamento Europeu, devendo realçar a experiência nos setores público e privado.

© LUSA/HUGO DELGADO

Pelas 9h00 (hora local, menos uma em Lisboa) de quarta-feira, arranca então em Bruxelas a audição de Maria Luís Albuquerque pela comissão parlamentar dos Assuntos Económicos e Monetários, em conjunto com as comissões do Mercado Interno e a da Proteção dos Consumidores e das Liberdades Cívicas, da Justiça e dos Assuntos Internos.

Esta audição parlamentar é um passo fundamental para a nomeação da antiga ministra das Finanças e ex-gestora de fundos ter aval dos eurodeputados para fazer parte do segundo executivo comunitário liderado por Ursula von der Leyen, após outras etapas, como a escolha do seu nome pelo Governo português, a atribuição da pasta pela presidente da instituição, a apresentação de uma declaração de interesses e o envio de respostas escritas a perguntas do Parlamento Europeu.

Fontes europeias ouvidas pela Lusa explicaram que já na quarta-feira os partidos políticos indicarão se aprovam ou não Maria Luís Albuquerque, sendo que é necessária ‘luz verde’ de uma maioria de dois terços dos eurodeputados presentes na audição e que a decisão final será anunciada em 21 de novembro pela Conferência de Presidentes da assembleia europeia (organismo que junta os líderes das bancadas e a presidente da instituição).

É em 21 de novembro que o processo referente ao novo colégio de comissários europeus fica fechado, com a votação derradeira em plenário do Parlamento Europeu a ser realizada na cidade francesa de Estrasburgo na sessão do final deste mês (marcada para 25 a 28 de novembro).

Além desta indicação sobre um possível aval, também na quarta-feira, a presidente da comissão parlamentar dos Assuntos Económicos e Monetários fará um balanço da audição da candidata portuguesa, com os eurodeputados a poderem manifestar-se ‘convencidos’ com as suas explicações ou a pedirem mais esclarecimentos (por escrito ou através de uma nova audiência).

Em respostas escritas anteriormente enviadas aos parlamentares e divulgadas há cerca de duas semanas, a comissária europeia indigitada por Portugal realçou a sua “profunda experiência” no setor público e o seu cargo “desafiante” de ministra das Finanças na crise financeira.

“Combino uma profunda experiência do setor público com um conhecimento profundo do funcionamento dos mercados financeiros e dos impactos das regras nacionais e da UE no terreno, que reforcei através do meu trabalho na Arrow Global, um prestador de serviços de gestão de crédito, e no Morgan Stanley, um banco mundial”, referiu Maria Luís Albuquerque.

Ainda no documento, Maria Luís Albuquerque apontou que a sua formação em economia e a sua passagem por entidades públicas “foram essenciais” para os “desafiantes cargos” de secretária de Estado do Tesouro e depois de ministra das Finanças, “numa altura em que Portugal enfrentava uma crise económica e monetária grave”.

Antes disso, no início deste mês, a comissão parlamentar dos Assuntos Jurídicos pediu mais informações em conformidade com o código de conduta dos membros do futuro colégio de comissários.

Em resposta, Maria Luís Albuquerque clarificou o seu trabalho na gestora de fundos Horizon e a propriedade de uma empresa com o marido na sua declaração de interesses, na qual garantiu não ter “interesses financeiros” que possam ser declarados ou dar origem a um conflito de interesses e que nem ela nem a sua família direta possuem “quaisquer obrigações, ações ou outros ativos ou passivos”, além de uma casa para residência ou de edifícios herdados.

Na carta de missão, a líder do executivo comunitário pediu à comissária portuguesa indigitada que use a sua experiência para “desbloquear montante substancial de investimento” para União Europeia.

Aos 57 anos, a antiga governante portuguesa é uma das 11 mulheres entre 27 nomes (uma quota de 40% para mulheres e de 60% de homens) do próximo executivo comunitário de Von der Leyen, agora sujeito a aval parlamentar, que tem como principal missão a competitividade económica comunitária.

Últimas de Política Internacional

As autoridades turcas detiveram hoje 234 pessoas suspeitas de pertencerem a redes de crime organizado, numa grande operação policial de âmbito internacional, foi hoje anunciado.
A União Europeia (UE) quer reforçar o controlo e a responsabilização do comércio internacional de armas, após os 27 terem aprovado hoje uma revisão do quadro sobre esta matéria, motivada pela entrega de armas à Ucrânia.
A Alta-Representante da União Europeia (UE) para os Negócios Estrangeiro defendeu hoje que é preciso a Rússia seja pressionada para aceitar as condições do cessar-fogo, recordando que a Ucrânia está a aguardar há um mês pela decisão de Moscovo.
O presidente em exercício do Equador, o milionário Daniel Noboa, foi declarado vencedor da segunda volta das eleições de domingo pela autoridade eleitoral do país, derrotando a rival de esquerda, Luisa González.
O Governo moçambicano admitiu hoje pagar três milhões de dólares (2,6 milhões de euros) à euroAtlantic, pela rescisão do contrato com a estatal Linhas Aéreas de Moçambique (LAM), mas abaixo da indemnização exigida pela companhia portuguesa.
O presidente da Ucrânia pediu uma "resposta forte do mundo" ao ataque com mísseis balísticos na manhã de hoje contra a cidade de Soumy, no nordeste da Ucrânia, que terá causado mais de 20 mortos.
O líder venezuelano Nicolas Maduro vai visitar Moscovo no próximo mês para participar nas comemorações do Dia da Vitória sobre a Alemanha nazi, que se celebra tradicionalmente a 9 de maio, confirmou hoje o ministro dos Negócios Estrangeiros russo.
Os países que apoiam a Ucrânia na defesa do território ocupado por tropas russas comprometeram-se hoje com mais 21.000 milhões de euros para apoiar o país, durante uma reunião do Grupo de Contacto.
As autoridades italianas transferiram hoje o primeiro grupo de imigrantes em situação irregular para os polémicos centros de deportação na Albânia, transformados em estruturas de repatriamento de requerentes de asilo já com ordem de expulsão de Itália.
A inflação na Venezuela fixou-se em 136% em março, em termos anuais, anunciou o Observatório Venezuelano de Finanças (OVF).