Portugal e as RUP: Soberania e Dependência

Enquanto portuguesa e militante do CHEGA, preocupa-me o rumo das Regiões Ultraperiféricas (RUP) de Portugal, nomeadamente os Açores e a Madeira, no contexto da União Europeia. Estes territórios, tão valiosos no plano cultural e estratégico, têm sido tratados como periferias subalternas, reféns de políticas que favorecem os interesses das grandes potências europeias, descurando as necessidades das suas populações.

Embora o turismo continue a ser um motor económico vital na Madeira, o mesmo não pode ser o único pilar de desenvolvimento daquela região, pois é dependente de possíveis crises externas. A pesca, uma atividade tradicional e essencial, está a ser devastada por quotas europeias que ignoram as especificidades das águas ultraperiféricas. Famílias inteiras têm visto o seu sustento ameaçado por imposições burocráticas que não refletem a realidade insular.

Na mesma linha, a agricultura enfrenta desafios sérios, com regulamentações europeias desajustadas, que dificultam a sobrevivência dos pequenos produtores. Nestes e em tantos outros setores, em vez de incentivar a diversificação económica e a sustentabilidade, a União Europeia está a perpetuar um modelo de dependência através de subsídios que não promovem autonomia real.

Pessoalmente, vejo com preocupação o impacto de tais políticas no desenvolvimento equilibrado das populações insulares. A centralização excessiva da União Europeia enfraquece não apenas a economia, mas também a identidade cultural, substituindo-a por uma visão uniformizadora que é alheia à realidade destas regiões.

Assim, é urgente que Portugal reivindique um tratamento diferenciado para as suas RUP, sensível às idiossincrasias daqueles povos. Madeira e Açores são parte integral do país e devem ser tratados com respeito pelas suas características e interesses próprios. É necessário reforçar a autonomia destas regiões, promovendo a sua sustentabilidade e honrando a sua importância histórica e cultural.

Sem qualquer dúvida, a soberania não é um conceito ultrapassado. Pelo contrário, é a chave para garantir um futuro digno e sustentável para as RUP e para Portugal, como um todo.

 

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