A deputada do CHEGA, Marta Silva, questionou esta terça-feira o antigo Secretário de Estado, Hernâni Dias, alegando que Portugal “não pode continuar a ser um país, onde os interesses de quem está ligado ao poder, direta ou indiretamente, se sobrepõem ao interesse público”.
Marta Silva reforçou que “quem faz as leis em Portugal, é quem delas beneficia”, deixando a “impunidade e a promiscuidade entre a política e os negócios, serem tratados como a normalidade.”
Durante a audição, a deputada do CHEGA salientou que “o CHEGA foi o primeiro partido a alertar para os riscos das alterações à lei dos solos”, sendo esta lei aprovada sem qualquer debate ou discussão pública, alertando ainda “para as fragilidades, particularmente para o risco de autarcas cederem a pressões externas e a interesses imobiliários em claro prejuízo do interesse público”.
Por sua vez, José Barreira Soares, também deputado do CHEGA, contestou o ex-Secretário de Estado: “Não seria mais ético ter criado as duas empresas onde é sócio e que partilha quotas com a esposa e os filhos, após ter saído do Governo?”
Segundo Marta Silva, a criação das empresas “não foi lapso, nem coincidência, mas uma ofensa aos portugueses” e defendeu que o CHEGA não compactua com esquemas nem com “situações que mancham a ética e a transparência”, sendo esta situação “a prova de que o sistema está vulnerável à promiscuidade entre a política e os negócios”.
Por último, Luís Paulo Fernandes, deputado do CHEGA, encerrou a ronda de perguntas referindo-se à lei dos solos como “uma entorse significativa, mais parecendo uma fratura exposta” num ano de eleições autárquicas, perguntando: “Esta situação não vai minar a confiança dos portugueses?”