Trump diz que liberdade de expressão está ameaçada na Europa

O Presidente dos Estados Unidos Donald Trump manifestou sexta-feira preocupação com o que diz ser uma ameaça ao "direito à liberdade de expressão" na Europa, no seguimento de declarações semelhantes do seu vice-presidente, JD Vance.

©Facebook.com/DonaldTrump

Questionado sobre o discurso de JD Vance na Conferência de Segurança de Munique, onde lamentou o declínio da liberdade de expressão no Velho Continente, Donald Trump reforçou: “A Europa está a perder o seu maravilhoso direito à liberdade de expressão”.

“A Europa tem um grande problema de imigração”, acrescentou o republicano.

No seu discurso em Munique, o vice-presidente norte-americano afirmou que a liberdade de expressão está a diminuir, sobretudo na Europa, criticando os aliados pela redução de valores partilhados com os Estados Unidos.

Lamentando “a perda dos valores europeus”, Vance criticou os países por suprimirem “visões políticas alternativas” e perseguirem mensagens divergentes.

“A ameaça que mais me preocupa para a Europa é a ameaça interna representada pelo recuo da Europa em relação aos valores que partilha com os Estados Unidos”, afirmou.

Segundo Vance, as regulamentações de Bruxelas sobre as redes sociais são um ataque à liberdade de expressão “num esforço para combater o que chamam de ‘discurso de ódio’”, assim como as ações da polícia alemã, que acusou de perseguir indivíduos por “lançarem discursos antifeministas”.

“Quando vemos tribunais europeus a anular eleições”, disse Vance sobre a recente decisão do Tribunal Europeu dos Direitos Humanos de rejeitar as alegações do candidato presidencial pró-russo da Roménia para validar a sua vitória eleitoral, “temos de nos perguntar se precisamos de fazer mais do que apenas falar de valores e começar a agir de acordo com eles”.

Segundo sublinhou, se uma democracia for destruída por mensagens pagas por uma potência estrangeira é porque, “provavelmente, não era uma democracia muito forte”.

No seu discurso, Vance mencionou em particular o caso da Roménia, onde a primeira volta das eleições presidenciais foi anulada pelo Tribunal Constitucional. O candidato Calin Georgescu saiu inesperadamente na frente na sondagem com mais de 20% dos votos, fazendo campanha sobretudo na plataforma chinesa TikTok, que se suspeita ter sido manipulada.

Este discurso perante a elite mundial da diplomacia e da defesa deixou os líderes europeus “chocados” com esta “humilhação total”, assegurou o deputado ucraniano Oleksiy Goncharenko, presente em Munique, na rede social X.

JD Vance criticou ainda a Suécia por condenar o camarada de Salwan Momika, um homem morto no final de Janeiro depois de irritar os países muçulmanos ao queimar cópias do Corão.

Contactado pela AFP, o ministro da Justiça sueco, Gunnar Strömmer, respondeu que a Suécia tem “uma das mais amplas proteções da liberdade de expressão do mundo”, mas que não é “ilimitada”.

O vice-presidente norte-americano assegurou, no entanto, que Donald Trump vai lutar para defender a liberdade de expressão, resumindo a situação com uma frase: “Em Washington, há um novo xerife na cidade”.

O vice-presidente norte-americano pediu também hoje às autoridades europeias que contenham a imigração ilegal no continente, alegando que o eleitorado europeu não votou para abrir “comportas a milhões de imigrantes não investigados”.

Últimas de Política Internacional

As autoridades turcas detiveram hoje 234 pessoas suspeitas de pertencerem a redes de crime organizado, numa grande operação policial de âmbito internacional, foi hoje anunciado.
A União Europeia (UE) quer reforçar o controlo e a responsabilização do comércio internacional de armas, após os 27 terem aprovado hoje uma revisão do quadro sobre esta matéria, motivada pela entrega de armas à Ucrânia.
A Alta-Representante da União Europeia (UE) para os Negócios Estrangeiro defendeu hoje que é preciso a Rússia seja pressionada para aceitar as condições do cessar-fogo, recordando que a Ucrânia está a aguardar há um mês pela decisão de Moscovo.
O presidente em exercício do Equador, o milionário Daniel Noboa, foi declarado vencedor da segunda volta das eleições de domingo pela autoridade eleitoral do país, derrotando a rival de esquerda, Luisa González.
O Governo moçambicano admitiu hoje pagar três milhões de dólares (2,6 milhões de euros) à euroAtlantic, pela rescisão do contrato com a estatal Linhas Aéreas de Moçambique (LAM), mas abaixo da indemnização exigida pela companhia portuguesa.
O presidente da Ucrânia pediu uma "resposta forte do mundo" ao ataque com mísseis balísticos na manhã de hoje contra a cidade de Soumy, no nordeste da Ucrânia, que terá causado mais de 20 mortos.
O líder venezuelano Nicolas Maduro vai visitar Moscovo no próximo mês para participar nas comemorações do Dia da Vitória sobre a Alemanha nazi, que se celebra tradicionalmente a 9 de maio, confirmou hoje o ministro dos Negócios Estrangeiros russo.
Os países que apoiam a Ucrânia na defesa do território ocupado por tropas russas comprometeram-se hoje com mais 21.000 milhões de euros para apoiar o país, durante uma reunião do Grupo de Contacto.
As autoridades italianas transferiram hoje o primeiro grupo de imigrantes em situação irregular para os polémicos centros de deportação na Albânia, transformados em estruturas de repatriamento de requerentes de asilo já com ordem de expulsão de Itália.
A inflação na Venezuela fixou-se em 136% em março, em termos anuais, anunciou o Observatório Venezuelano de Finanças (OVF).