“O que aconteceu é uma vergonha”, diz Ventura sobre comissão de inquérito ao caso das gémeas

O presidente do CHEGA disse considerou hoje "uma vergonha" e um branqueamento do comportamento de responsáveis políticos o chumbo do relatório elaborado pela deputada do CHEGA, Cristina Rodrigues, à comissão de inquérito ao caso das gémeas luso-brasileiras.

© Folha Nacional

Esta posição foi assumida por André Ventura em declarações aos jornalistas antes de uma ação de contacto com moradores e comerciantes na freguesia da Misericórdia, em Lisboa, poucos minutos depois de a comissão de inquérito ter rejeitado a proposta de relatório elaborada pela deputada relatora, Cristina Rodrigues, do CHEGA.

André Ventura disse que “o que aconteceu é uma vergonha” e que os partidos se “juntaram todos para branquear o comportamento dos responsáveis políticos”, com o PSD e o PS, sugeriu, a tentarem ilibar o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, e o antigo secretário de Estado da Saúde António Lacerda Sales, respetivamente, por simpatias partidárias.

“Eu pergunto-me se alguém dá um pior contributo para as comissões de inquérito do parlamento. Quer dizer, é o grau zero da política, é o grau zero da responsabilidade, é o grau zero do querer branquear o comportamento político”, afirmou.

Ventura mostrou-se surpreendido pela oposição do PS à versão do relatório que responsabiliza o Presidente da República, considerando que “mostra bem o trabalho de manipulação política que houve na tentativa de contrariar as conclusões do CHEGA”.

“Nós tivemos uma assessora do Presidente da República na comissão de inquérito, que eu tive a oportunidade de inquirir, a deixar claro que ligou para o hospital, coisa que não se lembra de ter feito para outros casos, embora não se lembre como contactou o hospital, nem de que forma. Se isto não deixa as pessoas com suspeição sobre a intervenção do Presidente da República (…) então nós somos um país que está ao nível da Venezuela, da Colômbia e de outros parecidos”, atirou.

A comissão de inquérito ao caso das gémeas luso-brasileiras rejeitou hoje, na íntegra, a proposta de relatório elaborada pela deputada relatora, Cristina Rodrigues, do CHEGA, partido que foi o único a votar favoravelmente.

O corpo do relatório, as conclusões e as recomendações apresentadas pela relatora mereceram a mesma votação, tendo o CHEGA sido o único partido a votar a favor. Todos os outros votaram contra.

André Ventura anunciou também que o partido vai enviar, através do parlamento, um conjunto de perguntas a Carlos Moedas a pedir esclarecimentos sobre o que diz ser uma “suspeita de conluio” entre o primeiro-ministro e o presidente da Câmara de Lisboa em relação aos apartamento da família de Luís Montenegro em Lisboa.

Em causa está o processo das obras de junção de dois apartamentos da família do primeiro-ministro, na Travessa do Possolo, na freguesia lisboeta da Estrela, e a notícia hoje divulgada pela Sábado que dá conta de que o chefe de gabinete da vereadora do urbanismo integrou a vistoria às obras de Luís Montenegro.

Para Ventura, a presença deste chefe de gabinete na vistoria “atinge o limite máximo de irresponsabilidade, de conluio e da suspeita” e, por isso, Moedas precisa de responder ao parlamento sobre os motivos desta presença e sobre se “está ou não a tentar proteger o primeiro-ministro e a boicotar a atuação da polícia municipal.

As perguntas, disse, serão feitas entre hoje e amanhã – o último dia com o parlamento em plenitude de funções – e André Ventura afirmou também já ter pedido aos deputados municipais do seu partido que “pressionem” o autarca lisboeta no mesmo sentido.

Questionado ainda sobre se já tomou uma decisão quanto à candidatura presidencial, Ventura disse não ter decidido, mas acrescentou que o facto de, eventualmente, não avançar não significa que o CHEGA não terá um candidato próprio, sendo essa uma decisão que será tomada num momento posterior.

Últimas de Política Nacional

O CHEGA propõe a reposição imediata da aplicação da taxa reduzida de IVA a equipamentos energéticos, que deixou de se aplicar em 01 de julho, e acusa o Governo PSD/CDS-PP de aplicar um "imposto sobre o calor".
Quase 90 presidentes de câmara estão de saída nestas autárquicas por terem chegado ao limite de três mandatos consecutivos na mesma autarquia, a maior parte deles socialistas.
Para André Ventura, “se alguém comete um homicídio ou uma violação, não pode ficar impune só porque se passaram 10 ou 15 anos”.
O Instituto dos Registos e do Notariado (IRN) tinha 515 mil pedidos de nacionalidade pendentes no primeiro semestre de 2025, de acordo com os dados atualizados hoje no Portal da Justiça.
O líder do CHEGA anunciou esta sexta-feira um compromisso com o primeiro-ministro para concluir ainda este mês o processo legislativo das alterações às leis da nacionalidade e imigração.
As propostas de lei do Governo de alteração aos diplomas da nacionalidade e da imigração baixaram à fase de especialidade sem serem votadas hoje na generalidade, bem como projetos-lei do CHEGA sobre as mesmas matérias.
O ministro da Presidência, António Leitão Amaro, recusou hoje suspender o reagrupamento familiar de imigrantes pedido pelo CHEGA.
Grávida perde bebé após ter passado por cinco hospitais diferentes ao longo de 13 dias. Ministra d a Saúde recusa demitir-se e André Ventura questiona "para onde vai o dinheiro que gastamos com a saúde"?
Parece mentira, mas a verdade é que José Sócrates alegou que a Operação Marquês foi ressuscitada através de um alegado “lapso de escrita” e agora quer ser indemnizado pelo Estado português.
O Presidente do CHEGA disse hoje que chegou a uma "plataforma de entendimento" com o primeiro-ministro quanto às iniciativas que vão a votos no parlamento na sexta-feira, que permitirá "baixar impostos", "restringir" a obtenção de nacionalidade e "regular a imigração".