Os estragos causados pela depressão Martinho foram devastadores. Vi, nesta semana, com os meus próprios olhos o desespero de agricultores que perderam largos hectares de culturas inteiras, explorações desmanteladas, estufas e maquinaria destruídas. O que encontramos não foram apenas plantas arrasadas, mas sonhos arruinados, famílias desesperadas e uma resposta vergonhosa do Governo e das seguradoras: silêncio, burocracia e abandono.
A pergunta impõe-se: como podemos ser soberanos e independentes se nem conseguimos apoiar quem alimenta o nosso povo? O setor agroalimentar devia ser estratégico, mas não passa de uma nota de rodapé nas prioridades do Estado.
A nossa dependência alimentar externa é das maiores da Europa e representa um risco existencial para qualquer nação.
Quando um país não tem meios para produzir o que come, torna-se refém de interesses estrangeiros. A História ensina-nos duras lições. Portugal já capitulou perante crises alimentares. A fome de séculos passados, a escassez durante as Guerras Mundiais e os racionamentos, são todos exemplos de como a falta de uma política agro-pecuária séria pode deitar uma nação abaixo. Hoje, o risco repete-se por pura negligência política!
Apoiar agricultores e pescadores não é apenas um acerto de contas na economia do mercado comum europeu. É garantir que Portugal continua a existir! Quando um agricultor desiste ou um pescador pára, um pedaço de Portugal morre. E o que faz o Governo? Taxas, burocracia e abandono. O que fazem as seguradoras? Fugas de responsabilidade.
O que fazemos nós? Não podemos ficar calados! Os agricultores e os pescadores são heróis. São eles que, contra tudo e contra todos, garantem que Portugal se mantém de pé. Se não lhes dermos condições, estaremos a condenar o nosso país à submissão e ao colapso. É hora de despertar. É hora de agir. Ou lutamos por eles, ou um dia não haverá mais Portugal para defender.