Anos em que jovens ganharam acima do salário mínimo ‘descontam’ no IRS Jovem

Os jovens que começaram a trabalhar em 2024 com uma retribuição acima do salário mínimo deixam de ser dependentes no IRS, pelo que 2025 será considerado o seu segundo ano de trabalho para efeitos de IRS Jovem.

© D.R.

A contagem dos anos relevantes para se beneficiar da isenção contemplada no novo regime do IRS Jovem, que entrou em vigor em janeiro deste ano, tem levado muitos contribuintes a colocar dúvidas à Autoridade Tributária e Aduaneira (AT).

Muitas destas dúvidas estão relacionadas com anos em que o jovem trabalhou mas ainda entregou o IRS com os pais, sobre os períodos em que parou de trabalhar por motivo de desemprego ou para fazer uma pós-graduação ou ainda sobre como devem conjugar o novo regime com os anos do IRS Jovem anterior de que já tenham beneficiado.

Estas dúvidas chegam à AT sob a forma de pedidos de informação vinculativa e desde o início deste ano já foram publicadas pelo fisco duas dezenas das respostas enviadas aos contribuintes.

Uma das últimas respostas, agora divulgada, tem por base um jovem de 26 anos que, tendo começado a trabalhar em 2024, informa a AT que pretende entregar a declaração de IRS como dependente, querendo saber se pode, assim, apenas começar a beneficiar do IRS Jovem em 2025.

A questão é relevante para efeitos de contagem dos anos do benefício, porque a parcela de isenção de rendimento isenta de imposto vai diminuindo à medida que os anos avançam, havendo lugar a isenção sobre 100% do salário no primeiro de trabalho.

No caso em concreto, a AT refere, contudo, que em 2025 este contribuinte já estará no segundo ano do IRS Jovem porque em 2024 teve uma remuneração superior ao valor do salário mínimo nacional (820 euros em 2024) o que o impede de entregar a declaração de IRS como dependente.

De referir que a isenção prevista no IRS Jovem tem como limite um rendimento de valor equivalente a 55 vezes o Indexante de Apoios Sociais (ou seja, 28.737,50 euros em 2025). Até este patamar, o jovem beneficia de uma isenção total no primeiro ano de trabalho. Entre o segundo e o quarto ano de trabalho a isenção é de 75%, baixando para 50% entre o quinto e o sétimo ano e para 25% entre o oitavo e o décimo ano de atividade profissional.

O benefício pode ser usufruído durante um período máximo de 10 anos e desde que o trabalhador tenha até 35 anos. Na prática, significa que, à luz das regras do modelo que entrou em vigor em 2025, são ‘descontados’ os anos que de trabalho já decorridos e aqueles em que houve lugar à entrega de IRS sem ser como dependente.

Ganhando menos que o salário mínimo os jovens têm a opção de entregar o IRS como dependentes ou sozinhos, sendo que essa opção que tenham feito no passado é agora relevante para efeitos de enquadramento no IRS Jovem. Porém, ganhando acima do salário mínimo, e tendo mais de 25 anos de idade, a opção não existe.

Últimas de Economia

Nos primeiros nove meses do ano, foram comunicados ao Ministério do Trabalho 414 despedimentos coletivos, mais 60 face aos 354 registados em igual período de 2024, segundo os dados da Direção-Geral do Emprego e das Relações de Trabalho (DGERT).
O Banco Central Europeu (BCE) anunciou hoje que vai solicitar mais informações aos bancos sobre os ativos de garantia que permitem mais financiamento.
A economia portuguesa vai crescer 1,9% em 2025 e 2,2% em 2026, prevê a Comissão Europeia, revendo em alta a estimativa para este ano e mantendo a projeção do próximo.
A Comissão Europeia prevê que Portugal vai registar um saldo orçamental nulo este ano e um défice de 0,3% do Produto Interno Bruto (PIB) em 2026, segundo as projeções divulgadas hoje, mais pessimistas do que as do Governo.
A taxa de juro no crédito à habitação desceu 4,8 pontos para 3,180% entre setembro e outubro, acumulando uma redução de 147,7 pontos desde o máximo de 4,657% em janeiro de 2024, segundo o INE.
A Comissão Europeia estimou hoje que a inflação na zona euro se mantenha em torno dos 2%, a meta do Banco Central Europeu (BCE) para estabilidade de preços, até 2027, após ter atingido recordes pela guerra e crise energética.
A Comissão Europeia previu hoje que o PIB da zona euro cresça 1,3% este ano, mais do que os 0,9% anteriormente previstos, devido à “capacidade de enfrentar choques” face às ameaças tarifárias norte-americanas.
Mais de 20 contratos do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR) foram considerados irregulares pelo Tribunal de Contas (TdC), tendo os processos seguido para apuramento de responsabilidades financeiras, avançou à Lusa a presidente da instituição.
Os Estados Unidos suspenderam as negociações de um acordo comercial com a Tailândia devido às tensões na fronteira com o Camboja, após Banguecoque suspender um entendimento de paz assinado em outubro com a mediação do Presidente norte-americano.
A despesa do Serviço Nacional de Saúde (SNS) com medicamentos nos hospitais subiu quase 15%, entre janeiro e setembro, de acordo com dados hoje publicados pelo Infarmed.