ONU alarmada com violentos combates entre milicias na Líbia

A Organização Mundial para as Migrações (OIM) manifestou-se hoje alarmada com os confrontos na Líbia, onde se registaram três dias de violentos combates entre forças leais ao Governo de Tripoli e poderosas milícias que o executivo tenta desmantelar.

© Facebook da United Nations

Num comunicado publicado no respetivo portal, a OIM diz-se “muito preocupada” com a escalada de violência em Tripoli e afirma temer “um sério risco de deslocação em massa e perigo para os civis”.

A Turquia, que apoia o governo de Tripoli, anunciou que está a preparar a retirada de todos os seus cidadãos que o desejem.

Na quinta-feira, a violência na capital abrandou, mas as escolas permaneceram encerradas, tal como o aeroporto que serve a capital. Muitas lojas mantinham-se fechadas, com exceção de algumas mercearias e padarias, segundo reporta a AFP.

Assolada por lutas fratricidas desde a queda e morte do ditador Muammar Kadhafi, em 2011, a Líbia é governada por dois executivos rivais: o de Dbeibah, no oeste e reconhecido pela ONU, e outro no leste, que tem como figura forte o marechal Khalifa Haftar.

Os confrontos no coração da capital líbia eclodiram na segunda-feira à noite, após a morte do líder do grupo armado SSA (Stability Support Authority), Abdelghani “Gheniwa” el-Kikli, cujo poder se tinha tornado uma ameaça para o chefe do governo de Tripoli, Abdelhamid Dbeibah, segundo os analistas.

Os combates prosseguiram até terça-feira entre as forças da SSA e os grupos leais a Dbeibah, causando a morte de pelo menos seis pessoas, segundo dados oficiais.

Na quarta-feira, o Governo de Unidade Nacional (GUN) da Líbia, liderado por Dbeibah, confirmou o início de um cessar-fogo alcançado com as milícias envolvidas nos combates para restaurar a calma na capital.

O Ministério da Defesa do GUN, que mobilizou tropas, exortou todas as partes a “respeitarem plenamente o cessar-fogo e a absterem-se de declarações provocatórias ou de qualquer movimento no terreno que possa reacender as tensões”.

Apesar da cessação dos confrontos, os apoiantes da SSA advertiram, num comunicado divulgado antes do amanhecer de hoje, que a morte do seu líder “só reforça a determinação em perseguir implacavelmente os envolvidos, onde quer que estejam”.

Segundo a sua família, “Gheniwa” foi morto a tiro numa “emboscada” quando se dirigia a um quartel pertencente a um grupo leal ao governo, a Brigada 444.

Referindo-se à morte de “Gheniwa” e à fuga dos principais aliados, Dbeibah falou de um “passo decisivo para a eliminação dos grupos milicianos e para a criação do princípio de que, na Líbia, não há lugar para nada para além das instituições do Estado”.

Para os especialistas, Dbeibah está a tentar recuperar o controlo após anos de tolerância por parte do seu governo em relação à miríade de grupos armados que partilham Tripoli e as suas principais instituições.

Últimas do Mundo

O Centro Europeu de Prevenção e Controlo de Doenças (ECDC) alertou para o aumento das infeções sexualmente transmissíveis entre jovens, particularmente a gonorreia, e defendeu que a educação sobre esta matéria em contexto escolar é crucial.
A Polícia Judiciária (PJ) está a colaborar com a investigação norte-americana ao homicídio do físico português Nuno Loureiro, estando em contacto com as autoridades e “a prestar todo o suporte necessário às investigações em curso”.
Uma celebração judaica transformou-se num cenário de terror na praia de Bondi, em Sydney. Pai e filho abriram fogo sobre centenas de pessoas, provocando pelo menos 15 mortos e mais de 40 feridos.
O Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) alertou hoje que uma em cada dez crianças no mundo vai precisar de ajuda no próximo ano, com o Sudão e Gaza a registarem as piores emergências infantis.
Um avião da companhia aérea britânica Jet2, que voava entre Londres e Fuertventura, nas ilhas Canárias, declarou hoje emergência e aterrou em segurança no Aeroporto Gago Coutinho, em Faro, disse à Lusa fonte da Proteção Civil.
A polícia australiana apresentou hoje 59 acusações contra Naveed Akram, de 24 anos, incluindo 15 por homicídio e uma por terrorismo, pelo suposto envolvimento no ataque contra uma celebração judaica ocorrido no domingo numa praia perto de Sydney.
A Comissão Europeia abandonou hoje a meta de ter em 2035 só carros elétricos ou a hidrogénio, fixando-a agora nos 90%, respondendo às preocupações do setor.
A mulher do ex-presidente da Guiné-Bissau foi constituída arguida por suspeita de contrabando e branqueamento, no caso em que um homem próximo de Sissoco Embaló foi detido em Lisboa, confirmou hoje à Lusa fonte ligada à investigação.
O ministro dos Negócios Estrangeiros anunciou no parlamento que o físico português Nuno Loureiro, diretor de um laboratório do Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT), foi hoje assassinado a tiro em Boston.
Depois de ter perdido a primeira volta, José Antonio Kast protagonizou uma reviravolta eleitoral e foi eleito Presidente do Chile, impondo uma derrota clara à candidata comunista Jeannette Jara no segundo turno das presidenciais.