Nasci noutra terra, mas foi em Paialvo que encontrei o verdadeiro sentido da palavra “casa”. Desde o primeiro dia em que cheguei a Vila Nova, senti que este lugar me escolheu, tanto quanto eu o escolhi. Não foi apenas a paisagem que me prendeu — foi o silêncio sereno dos campos, o aceno sincero de quem passa, os cheiros da terra molhada depois da chuva. Foi o sentir que, aqui, tudo tem alma.
É por isso que hoje me candidato à Junta de Freguesia de Paialvo pelo Partido CHEGA— não por ambição, mas por amor. Porque quem ama cuida. E eu quero cuidar desta terra como quem cuida de um filho: com respeito pelas raízes, dedicação ao presente e visão para o futuro. Faço também por sentido de obrigação e porque o Partido pediu a minha ajuda. Concluí que estava na altura de deixar a caneta e passar à ação. Afinal, qual o sentido da minha militância se não puder dar o que de melhor eu tenho, tempo. Qual o objetivo de ter um sentido critico latente, quando o mesmo é canalizado para o fundo de um caixote? Para quê tantas palavras lançadas quando, quase sempre, as levam o vento?
Paialvo é mais do que uma freguesia: é um conjunto de aldeias vivas, com histórias que atravessam séculos. Em cada capela, em cada fonte antiga, em cada muro de pedra, está gravada a memória de um povo trabalhador, humilde e orgulhoso das suas origens. Aqui vive-se com o tempo certo — o tempo de ouvir, de ajudar, de conviver. É esse espírito comunitário, tantas vezes esquecido nas grandes cidades, que me inspira todos os dias.
Fascina-me a riqueza histórica e cultural de Paialvo. Desde a Igreja de São Silvestre, monumento de fé e tradição, até às festas e romarias que unem famílias e vizinhos, ano após ano. As Janeiras, o Entrudo tradicional, os cantares ao desafio e os bailes populares são manifestações vivas de uma cultura que resiste. Temos uma identidade própria, e é urgente valorizá-la — nas escolas, nos espaços públicos, nos eventos culturais que devemos promover com mais regularidade e apoio.
E como falar de Paialvo sem falar da nossa gastronomia? Dos enchidos caseiros às sopas fumegantes, do arroz doce ao pão cozido em forno de lenha, há aqui sabores que não se encontram em mais lado nenhum. São sabores com história, passados de geração em geração, muitas vezes feitos com ingredientes da própria terra — com amor e sabedoria. A nossa mesa é um espelho da nossa alma: generosa, simples e autêntica.
Mas Paialvo também enfrenta desafios. Vemos jovens a partir por falta de oportunidades, caminhos rurais a precisar de atenção, património que se vai degradando. Vemos freguesias esquecidas por políticas centralizadas, onde os recursos são escassos e os apoios chegam tarde ou não chegam de todo. E é aí que entra a minha vontade de servir: quero trazer energia nova à freguesia, aproximar as decisões das pessoas, escutar os mais velhos e abrir horizontes aos mais novos.
Não prometo milagres. Prometo trabalho. Prometo presença. Prometo ouvir cada pessoa como se fosse da minha família, porque aqui, todos contam. Quero defender os nossos interesses nos órgãos municipais, lutar por mais investimento, por melhores acessos, por projetos culturais, sociais e económicos que devolvam dinamismo à freguesia.
Quero apoiar os agricultores locais, promover o turismo rural com respeito pela paisagem e pelo ambiente, incentivar a participação ativa dos cidadãos, e garantir que ninguém fica para trás — nem os idosos, nem os jovens, nem quem aqui chegou há pouco tempo.
Esta candidatura não é de um homem só: é de todos os que acreditam que Paialvo merece mais. Mais voz. Mais visibilidade. Mais futuro.
Vivo em Vila Nova, mas é em toda a freguesia que planto diariamente as minhas raízes. Esta é a terra que quero continuar a chamar minha. E é com amor — sim, amor — que me coloco ao serviço de Paialvo. Porque amar uma terra é lutar por ela.
E eu estou pronto. Com respeito, esperança e dedicação.
Bem hajam