Trump descarta envio de tropas dos EUA como garantia de paz

Trump disse que vários países europeus já mostraram disponibilidade para enviar militares para a Ucrânia, como tal "não será um problema" responder às garantias de segurança exigidas pelo homólogo ucraniano, Volodymyr Zelensky.

©Facebook.com/DonaldTrump

O presidente dos Estados Unidos descartou o envio de tropas norte-americanas para a Ucrânia, no âmbito das garantias de segurança de um futuro acordo de paz com Moscovo.

Numa entrevista à Fox News, hoje citada pelas agências internacionais, Donald Trump concordou que as nações europeias assumam a liderança da iniciativa.

Trump disse que vários países europeus já mostraram disponibilidade para enviar militares para a Ucrânia, como tal “não será um problema” responder às garantias de segurança exigidas pelo homólogo ucraniano, Volodymyr Zelensky.

Na entrevista, divulgada após contactos em Washington que envolveram, na segunda-feira, Trump, Zelensky, e uma delegação de vários líderes de países da UE, o governante deixou claro que os EUA não se vão envolver de forma alguma na mobilização de forças para solo ucraniano.

Mas acrescentou estar “pronto a ajudar”, nomeadamente através do envio de apoio aéreo.

Questionado pela Fox News sobre como podia garantir que não vão existir “tropas dos EUA no terreno” na Ucrânia, Trump respondeu: “Têm a minha garantia”.

“Só estou a tentar evitar que pessoas sejam mortas”, insistiu o chefe de Estado norte-americano.

Trump reiterou que “haverá algum tipo de segurança” para Kyiv, “embora não no âmbito da NATO” e afirmou concordar com a presença de forças militares europeias no território ucraniano.

“Eles [os ucranianos] não vão fazer parte da NATO, mas temos as nações europeias, e elas vão estar na linha da frente. E algumas delas, França e Alemanha, também o Reino Unido, querem ter, como sabe, tropas no terreno. Não creio que isso vá ser um problema, para ser sincero. Creio que [Presidente russo, Vladimir] Putin está cansado desta situação. Creio que todos estão cansados”, prosseguiu.

O líder norte-americano já tinha descartado nos últimos dias uma possível integração da Ucrânia na NATO.

Na segunda-feira, o secretário-geral da NATO, Mark Rutte, que também participou nas conversações em Washington, disse que os EUA iam estar envolvidos num esforço de cerca de 30 países para garantir a segurança da Ucrânia no quadro de um acordo de paz com a Rússia.

O responsável indicou, porém, que na reunião na Casa Branca não foi acordado o envio de tropas para o terreno, nem concretizado o papel dos Estados Unidos.

Quanto a uma potencial troca de territórios, Trump afirmou ainda à Fox News que “a Ucrânia vai recuperar a sua vida” assim que o conflito terminar e também “muito terreno”, mas sem dar mais pormenores.

O chefe de Estado norte-americano chegou a admitir há poucos dias que Kiev teria de renunciar definitivamente à península da Crimeia, que foi anexada em 2014.

Um dos grandes objetivos estabelecidos por Trump é organizar uma nova cimeira com a presença de Zelensky e de Putin.

Os dois não precisam se tornar “nos melhores amigos”, mas vão ter de ceder em algumas das respetivas reivindicações, avisou.

O Presidente norte-americano defendeu a organização da reunião “o mais rápido possível” e garantiu ainda que um dos líderes europeus que esteve na Casa Branca na segunda-feira propôs dar “mais um ou dois meses” de prazo antes do encontro Zelensky-Putin, algo que classificou como contraproducente.

A ofensiva militar russa no território ucraniano, lançada a 24 de fevereiro de 2022, mergulhou a Europa naquela que é considerada a crise de segurança mais grave desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).

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