Num caso inédito na democracia espanhola, que levou a julgamento pela primeira vez o chefe máximo do Ministério Público, García Ortiz foi condenado a pagar uma multa de 7.200 euros e fica proibido de exercer o cargo durante dois anos, segundo a sentença divulgada na quinta-feira pelo Tribunal Supremo.
García Ortiz foi julgado num caso que ganhou dimensão e polémica política por envolver uma investigação por fraude fiscal ao companheiro sentimental da presidente do governo regional de Madrid, Isabel Díaz Ayuso, do Partido Popular (PP, direita), e ter atingido também o executivo nacional, liderado pelo socialista Pedro Sánchez.
García Ortiz, numa carta enviada ao ministro da Justiça, Félix Bolaños, indicou que abandonava o cargo de Procurador-Geral “por respeito pelas decisões judiciais” proferidas pelo Supremo Tribunal e que, por isso, “chegou o momento de renunciar”.
Durante o fim de semana, centenas de pessoas manifestaram-se em Madrid e em Santiago de Compostela em apoio do Procurador García Ortiz.
No domingo, o primeiro-ministro Pedro Sánchez disse que continuava a acreditar na inocência do Procurador-Geral discordando da decisão do Supremo Tribunal.
Sánchez abordou publicamente, pela primeira vez numa conferência de imprensa na África do Sul, à margem da cimeira do G20, a decisão do Supremo Tribunal.