“Sabemos que é uma realidade que temos no Serviço Nacional de Saúde é haver alguns milhares, cerca de 2.800 casos, de pessoas que não devem estar internadas em hospitais de agudos, seja porque já tiveram de ter acesso a camas na rede nacional de cuidados continuados ou integrados, seja porque tiveram de ser referenciados para respostas de natureza social”, disse aos jornalistas.
Álvaro Almeida falou durante uma visita que realizou esta manhã ao Hospital Santos Silva, em Vila Nova de Gaia (distrito do Porto), parte da Unidade Local de Saúde (ULS) de Gaia/Espinho.
O responsável disse que, caso seja possível resolver as duas áreas em causa dos internamentos indevidos, se abre “espaço para ter mais camas de agudos nas unidades” e estimou que na Rede Nacional de Cuidados Continuados há “cerca de 1.500 camas autorizadas para abrir nos próximos meses”, mas admitiu que tal não veio a tempo do pico da gripe.
“Na área social, o Governo está a tentar encontrar soluções para os cerca de 800 a 1.000 casos que temos de internamentos puramente sociais. Tínhamos 747 devidamente reconhecidos e validados pela Segurança Social como sendo casos que ocorrem de uma resposta social, [tendo ainda] outros casos que os hospitais referenciam como sociais, mas ainda não foram reconhecidos pela Segurança Social, daí os números serem diferentes”, detalhou.
Em causa está a diferença entre os casos que já estão devidamente reconhecidos e os que foram indicados pelos hospitais.
“Essa diferença explica alguma divergência dos números. Mas estamos a falar na casa dos 1.000 casos sociais e 2.000 [nos restantes]”, resumiu.
Na segunda-feira, o Ministério da Saúde estimou que haja mais de 1.200 casos sociais em hospitais, de pessoas com alta clínica mas sem resposta em outros locais, e disse que nos próximos dias deverá haver solução para algumas centenas.
“Estamos a trabalhar há cerca de um ano com a Segurança Social. Espero que nos próximos dias possamos ter novidades sobre esta matéria”, disse a ministra Ana Paula Martins, depois de uma visita ao Hospital de Vila Franca de Xira, no distrito de Lisboa.
O governante espera encontrar soluções “pelo menos para algumas centenas de pessoas”, para que “possam sair dos hospitais, onde não devam estar”.
“É um risco muito grande ter um usuário que já tem alta clínica que não precisa de estar num hospital”, sublinhou.
Um governante afirmou que “não é de um dia para o outro” que se fornece lugares para estas pessoas e explicou que, a nível nacional, aos 800 utilizadores que já foram contabilizados com alta clínica, mas sem outra resposta, se juntaram mais 400.
“É uma situação impossível de manter. Nós estamos na semana do Natal, na semana do Ano Novo e é preciso ter camas para internar as pessoas que precisam de ficar internadas”, acrescentou.