A limpeza de uma cidade desempenha um papel fundamental na qualidade de vida dos seus habitantes, assim como na manutenção e preservação do meio ambiente citadino e rural. Ademais é o resultado da evolução civilizacional e de organização cívica em sociedade. Contudo, parecendo um tema simples, é um problema, que não deve ser subestimado.
A responsabilidade integral, pela conservação regular e gestão do espaço público, cabe à coordenação da Câmara Municipal, assim como às juntas de freguesia. À Câmara compete, pois, a diligência de administrar e gerir os recursos públicos, seja ao nível financeiro, seja ao nível dos recursos humanos, incluindo aqueles destinados à limpeza urbana. Na gestão deste tema, cabe à Câmara providenciar, eficaz e atempadamente: a recolha dos resíduos, a disposição bem assinalada e acessível dos depósitos; a limpeza por via manual ou mecânica das ruas e praças; e a gestão e manutenção dos parques públicos, jardins e infraestruturas lúdico-didáticas. Neste caso, a recolha eficiente, bem como regular, dos resíduos é essencial para evitar a alarmante acumulação dos mesmos nas ruas, facto esse que impacta diretamente no caracter estético da cidade e riscos para a saúde pública. Aos cidadãos cabe também uma atitude e comportamento cívicos, na manutenção do espaço público, pois a sua conduta moral e ética, está relacionada com o lixo na nossa via pública. Deve, a Câmara salvaguardar que os serviços de recolha, tenham uma cadência regular e com uma distribuição otimizada às necessidades da população. A presença de recursos humanos da área da limpeza, é crucial para a manutenção do espaço público, por forma a que seja agradável tanto aos cidadãos residentes como para com os turistas que nos visitam. De grosso modo, é imperioso realçar que a manutenção dos espaços verdes torna os espaços públicos apelativos, contribuindo para a diminuição da temperatura na cidade, e para o bem-estar coletivo e individual dos moradores, além do seu contributo para a preservação da biodiversidade urbana. A população tem uma responsabilidade direta, e cumulativa, na gestão e manutenção da via pública, pois é esta que está na origem dos resíduos sólidos, cabendo-lhe, assim a adoção de um comportamento cívico na manutenção vital destes espaços. Em Évora deve a Câmara continuar a acompanhar a transição tecnológica, no sentido de melhorar a eficácia na gestão e manutenção da higiene, quer pela recolha inteligente e seletiva dos plásticos, papel e vidro, e acima de tudo, dar ao cidadão ferramentas, através da promoção comportamentos responsáveis, educação ambiental, e cidadania proactiva. Évora, é uma cidade com peso histórico, a caminho do grande evento internacional que é a “Capital europeia da cultura 2027”, mas ao cidadão comum, o que é notório é o insuficiente ou inexistente, cuidado e zelo da cidade quer seja na recolha, manutenção ou higienização da via pública, seja na reabilitação e manutenção das infraestruturas públicas. Os parques estão degradados, os jardins mal tratados e cada vez com menos árvores na cidade. Em contraciclo, nas grandes capitais estamos perante um caminho da arborização para redução da poluição, radiação e temperatura, enquanto Évora vai no caminho inverso. É uma cidade doente, com menos higiene e mais despida. Urge uma mudança na gestão, visto que este executivo municipal já não tem ideias inovadoras, nem sequer motivação para os desafios com que Évora se irá deparar. Em suma, Évora merece mais e devem respeito por quem cá vive. Queremos uma responsável gestão dos espaços, ao invés do ingrato abandono a que infelizmente nos vão por cá habituando. A limpeza da cidade é uma prioridade, e cabe aos eborenses a derradeira palavra, pela inspirada palavra e corajoso exemplo no pão de cada dia, para que se possam sempre recordar e jamais esquecer, de que o património, mais que ter, há que manter. Existem diversas formas de ver as coisas, mas duvido que haja mais do que uma de as ver bem, não é?