Trabalhadores estão exaustos, recebem mal e são a favor das greves

A maioria dos trabalhadores está exausta, recebe um salário que não chega para as despesas e é favorável às greves como forma de melhorar as condições de vida, segundo dados do novo portal Social Data, que é lançado hoje.

© D.R.

 

Segundo a coordenadora do novo portal, a investigadora Raquel Varela, o novo projeto da Universidade Nova de Lisboa e do Observatório para as Condições de Vida e Trabalho, divulgará dados atualizados e relatórios de estudos sobre o mundo laboral que incluem mais de 12 categorias profissionais, com respostas de quase 50 mil trabalhadores.

Os resultados dos inquéritos mostram “trabalhadores exaustos, na sua maioria a ter de trabalhar mais que oito horas por dia, com um salário médio que não permite pagar as contas”, indica Raquel Varela.

“Encontramos um padrão muito semelhante ao século XIX em termos de número de horas de trabalho e de intensidade do trabalho”, realça a investigadora.

Segundo indica, os resultados dos inquéritos mostram ainda que “a esmagadora maioria dos trabalhadores revela-se a favor quer de greves, quer de fundos de greve como forma de melhorar as condições de vida” e revelam também que “a maioria dos trabalhadores considera que o governo e as gestões das empresas ou do Estado não se preocupam com eles”.

Cerca de 15% dos 50 mil trabalhadores que responderam queixam-se de assédio moral, havendo indícios de “sofrimento ético”, situação que acontece quando os gestores obrigam a determinados procedimentos que os trabalhadores consideram que violam a sua consciência, explica Raquel Varela.

“Portanto, encontramos um retrato laboral que exige, da nossa opinião como investigadores, medidas drásticas de transformação”, acrescenta.

O lançamento oficial do novo portal decorre hoje na Universidade Nova de Lisboa durante a conferência internacional “O direito do trabalho face às novas formas de organização do trabalho: regulação ou desregulação?”, com especialistas nacionais e internacionais.

Raquel Varela explicou que o portal Social Data tem sobretudo “um objetivo de democratizar o acesso aos dados” estando aberto a todos os cidadãos, que podem consultar indicadores sobre o mundo do trabalho, pobreza, desigualdade, entre outros.

Últimas de Economia

Os roubos de cortiça têm vindo a agravar-se nos últimos anos, gerando elevados prejuízos, e os produtores querem que estes sejam classificados como "crime ambiental", exigindo ao Governo o reforço da vigilância, das penas e multas.
O limite total da despesa para 2025 definido pelo Governo vai aumentar 19,3%, para 425,9 mil milhões de euros, segundo o quadro plurianual das despesas públicas, remetido hoje pelo Governo ao parlamento.
Um estudo da associação que representa empresas agrícolas do sudoeste alentejano revela que a escassez de água é a “maior preocupação”, apontando a necessidade de o Governo implementar uma estratégia nacional para a gestão dos recursos hídricos.
As taxas máximas dos cartões de crédito, linhas de crédito, contas correntes bancárias, facilidades de descoberto e ultrapassagens de crédito, vão recuar 0,1 pontos percentuais, para 19,1%, no quarto trimestre face ao anterior, anunciou esta quinta-feira o BdP.
O Instituto de Financiamento da Agricultura e Pescas (IFAP) pagou aos agricultores quase 54 milhões de euros até 23 de agosto, destacando-se os montantes no âmbito do Programa de Desenvolvimento Rural (PDR) 2020.
O fosso entre os rendimentos do trabalho e os rendimentos do capital agravou-se nas últimas décadas, advertiu hoje a Organização Internacional do Trabalho (OIT).
A produção industrial recuou, em julho, 2,1% na zona euro e 1,9% na União Europeia (UE), com Portugal a registar a terceira maior subida homóloga (2,0%), divulga hoje o Eurostat.
A indústria portuguesa de calçado criou 45 novas empresas e encerrou 25 desde início do ano, segundo dados da Informa DB citados pela associação setorial APICCAPS, para quem esta é “mais uma prova" da "vitalidade e renovação" do setor.
A presidente da Associação de Municípios Portugueses (ANMP) criticou hoje a decisão que permite à Entidade Reguladora dos Serviços de Águas e Resíduos (ERSAR) fixar as tarifas da água, por "violar a autonomia do poder local".
O antigo presidente da TAP Fernando Pinto recebeu, entre 2007 e 2020, mais de 8,5 milhões de euros, entre remunerações, prémios e pela prestação de serviços, incluindo 175 dias de férias não gozadas, segundo a IGF.